Modelo de Ação de Indenização por Danos Materiais e Morais em Decorrência de Vícios Ocultos e Falhas de Segurança em Veículo Automotor

Publicado em: 08/10/2024 CivelConsumidor
Petição inicial de ação indenizatória proposta por consumidor contra concessionária, fundamentada nos artigos 186 e 927 do Código Civil e artigos 6º, 12 e 18 do Código de Defesa do Consumidor (CDC). O caso envolve a aquisição de veículo automotor seminovo que apresentou vícios ocultos graves, como falhas no motor e no sistema de freios, culminando em acidente de trânsito. São pleiteadas a restituição do valor pago, reparação por danos materiais relacionados a consertos e despesas decorrentes do acidente, além de indenização por danos morais, devido à violação do direito à segurança e ao descaso da concessionária.

PETIÇÃO INICIAL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível do Foro Central da Comarca de São Paulo – SP

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

P. A. de S., brasileiro, solteiro, engenheiro civil, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX e do RG nº XX.XXX.XXX-X, residente e domiciliado na Rua das Palmeiras, nº 123, Bairro Jardim das Flores, São Paulo/SP, CEP 01234-567, endereço eletrônico: pedro.silva@email.com, por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional situado na Rua dos Advogados, nº 456, Bairro Centro, São Paulo/SP, CEP 01234-890, onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

com fundamento nos arts. 186 e 927 do CCB/2002, arts. 6º, VI, 12 e 18 do CDC e demais dispositivos aplicáveis, em face de:

CONCESSIONÁRIA VEÍCULOS RÁPIDOS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/0001-XX, com sede na Avenida dos Automóveis, nº 789, Bairro Vila Motor, São Paulo/SP, CEP 01234-999, endereço eletrônico: atendimento@veiculosrapidos.com.br, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor adquiriu da Ré, em 10 de janeiro de 2024, um veículo automotor seminovo da marca X, modelo Y, ano 2020, pelo valor de R$ 85.000,00 (oitenta e cinco mil reais), conforme nota fiscal e contrato de compra e venda anexos.

Após cerca de três meses de uso regular, o veículo começou a apresentar falhas mecânicas graves, como superaquecimento do motor e falhas no sistema de freios. Tais defeitos não eram aparentes no momento da compra, configurando-se, portanto, como vícios ocultos, nos termos do CDC, art. 18.

O Autor procurou a Ré diversas vezes, solicitando a substituição do bem ou a devolução do valor pago, conforme prevê o CDC, art. 18, §1º, mas teve seu pedido indeferido sob alegação de que o veículo estava fora do prazo de garantia contratual.

Em 15 de abril de 2024, o Autor sofreu um acidente de trânsito quando o sistema de freios falhou e, para agravar a situação, o airbag do veículo não acionou, expondo-o a risco grave de lesões. Felizmente, o Autor sofreu apenas escoriações leves, mas o veículo teve perda parcial, conforme boletim de ocorrência e laudo pericial anexos.

A conduta da Ré, ao se recusar a reparar ou substituir o bem defeituoso, bem como a omissão quanto à segurança do produto, causou ao Autor danos materiais (gastos com conserto, guincho, transporte alternativo) e danos morais, em razão do abalo psicológico, angústia e frustração decorrentes da insegurança e do descaso da fornecedora.

4. DO DIREITO

A relação entre as partes é de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e art. 3º. O Autor é consumidor final e a Ré é fornecedora de bens duráveis.

Conforme o CDC, art. 18, os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios ocultos que tornem o produto impróprio ao uso a que se destina ou lhe diminuam o valor. O §1º do mesmo artigo prevê que, não sendo o vício sanado no prazo de 30 dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

  • I – a substituição do produto por outro da mesma espécie;
  • II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada;
  • III – o abatimento proporcional do preço.

A recusa da Ré em atender a qualquer dessas opções configura inadimplemento contratual e violação ao dever de boa-fé objetiva, princípio basilar do direito contratual e consumerista (CCB/2002, art. 422).

Ademais, o CDC, art. 12, impõe responsabilidade objetiva ao fabricante e fornecedor por danos causados por defeitos do produto, independentemente de culpa. O não acionamento do airbag em situação de colisão demonstra falha grave na segurança do produto, ensejando reparação.

O CCB/2002, art. 927, prevê que aquele que causar dano a outrem, por ato ilícito, é obrigado a repará-lo. Já o art. 186 do mesmo diploma define o ato ilícito como aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, viola direito e causa dano a outrem.

No caso em tela, a conduta da Ré violou o direito do Autor à segurança, à informação clara e à reparação integral dos danos, conforme garantido pelo CDC, art. 6º, VI.

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de Ação de Indenização por Danos Materiais e Morais proposta por P. A. de S. em face da Concessionária Veículos Rápidos Ltda, fundada em vícios ocultos oriundos da compra de veículo automotor seminovo, que apresentou falhas mecânicas graves após poucos meses de uso, culminando em acidente e prejuízos materiais e psicológicos ao autor.

Inicialmente, conheço da presente ação, por preencher os requisitos legais de admissibilidade, e passo à análise do mérito.

Dos Fatos e da Relação de Consumo

Restou incontroverso que o Autor adquiriu da Ré, em 10 de janeiro de 2024, um veículo seminovo pelo valor de R$ 85.000,00. Após três meses, o bem passou a apresentar falhas relevantes, como superaquecimento do motor e falhas nos freios, culminando em acidente no qual o airbag não acionou. Laudos periciais e boletim de ocorrência corroboram os fatos alegados.

A relação entre as partes é regida pelo Código de Defesa do Consumidor, nos termos dos arts. 2º e 3º do CDC, caracterizando-se como relação de consumo, estando a Ré sujeita à responsabilidade objetiva prevista no art. 12 do mesmo diploma.

Do Direito Aplicável

Conforme o art. 18 do CDC, os fornecedores respondem pelos vícios ocultos do produto. O §1º do referido artigo prevê que, não sendo sanado o vício no prazo de 30 dias, pode o consumidor optar pela substituição do bem, devolução do valor pago ou abatimento proporcional do preço.

A Ré, mesmo cientificada, recusou-se a atender às legítimas pretensões do Autor, sob alegação de expiração de garantia contratual. Contudo, o prazo de garantia legal não se confunde com o contratual, e a existência de vício oculto afasta a alegação da Ré, conforme entendimento consolidado em jurisprudência dos Tribunais.

A jurisprudência do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) é pacífica quanto à responsabilização do fornecedor em casos de vício oculto em veículos, mesmo seminovos, como se depreende dos julgados mencionados na inicial.

A ausência de acionamento do airbag em situação de colisão configura falha de segurança, ensejando reparação pelos danos sofridos, nos termos do art. 12 do CDC. A responsabilidade é objetiva, não se exigindo prova de culpa.

O Código Civil, em seus arts. 186 e 927, também fundamenta o dever de indenizar da Ré, diante da ilicitude e do nexo causal entre a omissão da requerida e os danos experimentados pelo Autor.

Dos Danos Materiais e Morais

A comprovação dos danos materiais é evidente, por meio de notas fiscais e laudos de conserto, totalizando R$ 7.500,00. Os danos morais, por sua vez, decorrem do sofrimento, insegurança e frustração vivenciados pelo Autor, que confiou na aquisição de um bem de alto valor e se deparou com falhas graves que poderiam ter ceifado sua vida.

A indenização por danos morais, nesses casos, é presumida e encontra respaldo no art. 6º, VI, do CDC, devendo ser arbitrada de forma proporcional e razoável, a fim de compensar o Autor e dissuadir novas condutas lesivas.

Conclusão

Diante do exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige fundamentação das decisões judiciais, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, com base nos arts. 186 e 927 do Código Civil, arts. 6º, VI, 12 e 18 do Código de Defesa do Consumidor, para:

  • Condenar a Ré à restituição do valor pago pelo veículo, no montante de R$ 85.000,00 (oitenta e cinco mil reais), com correção monetária desde o desembolso e juros de mora desde a citação;
  • Condenar a Ré ao pagamento de indenização por danos materiais no valor de R$ 7.500,00 (sete mil e quinhentos reais);
  • Condenar a Ré ao pagamento de indenização por danos morais, que arbitro em R$ 30.000,00 (trinta mil reais);
  • Condenar a Ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do CPC;
  • Determinar a inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC, já reconhecida anteriormente no curso do processo.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

São Paulo, ___ de ___________ de 2024.

___________________________________________
Juiz de Direito


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