Modelo de Defesa contra Acusação de Ameaça com Inaplicabilidade da Lei Maria da Penha

Publicado em: 26/11/2024 Civel Familia
Modelo de defesa em processo cível onde o requerente é acusado de ameaça de morte pela antiga cuidadora da irmã. A peça aborda os fatos alegados pela parte contrária, demonstrando a inexistência de relação de afeto ou convivência que justifique a aplicação da Lei Maria da Penha. Inclui fundamentos legais, argumentações sobre a inaplicabilidade da Lei Maria da Penha, além de pedidos de extinção das medidas protetivas e de audiência de justificação.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE ...

Processo nº: ...

Requerente: A. J. dos S.

Requerido: Ministério Público

Valor da Causa: R$ 1.000,00

A. J. dos S., nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o nº ..., com endereço eletrônico ..., residente e domiciliado à Rua ..., Bairro ..., Cidade ..., Estado ..., vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de seu advogado devidamente constituído, com fulcro nos artigos da CF/88, art. 5º, LV, e CPC/2015, art. 319, apresentar sua DEFESA nos autos da ação que lhe move o Ministério Público, na qual se discute suposta prática de ameaça de morte, com base na Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor.

I - DOS FATOS

O Requerente está sendo acusado de ameaça de morte pela antiga cuidadora de sua irmã, a Sra. P., que prestou serviços como cuidadora durante um período considerável. Durante esse tempo, todas as obrigações trabalhistas foram rigorosamente cumpridas, sendo que o pagamento da cuidadora era feito por meio de depósitos bancários, compras realizadas no cartão de crédito, cigarros, bebidas e medicamentos, conforme acordado entre as partes.

A Sra. P. é usuária de medicamentos opioides e possui histórico de comportamento alterado quando em uso dessas substâncias. Durante o período em que prestou serviços, houve um leve envolvimento entre o Requerente e a cuidadora, porém sem qualquer promessa de casamento, noivado, relacionamento sério ou namoro. O Requerente, embora divorciado, mantém uma relação estável com sua ex-esposa, com quem possui três filhos e um neto, relação esta que já dura 45 anos.

A acusação de ameaça de morte é infundada, uma vez que o Requerente jamais ameaçou a Sra. P. de qualquer mal. O episódio narrado pela denunciante ocorreu no contexto da substituição da cuidadora da irmã do Requerente, que gerou sentimentos de ciúmes e instabilidade emocional na Sra. P. A nova cuidadora foi alvo de ataques da Sra. P., que chegou a agredir fisicamente a nova profissional, situação que culminou em diversas ocorrências policiais.

Em uma ocasião específica, o Requerente chamou o compadre da denunciante para buscá-la, tendo em vista que a mesma se encontrava em um estado de evidente alteração, possivelmente sob efeito de álcool, medicamentos e nicotina. O Requerente admite que pode ter se exaltado em algum momento e falado de forma ríspida com o compadre, mas isso jamais configurou ameaça de morte.

Vale ressaltar que a relação do Requerente com a Sra. P. sempre foi limitada ao âmbito profissional e, em alguns momentos, social. O envolvimento entre ambos não caracterizava uma união estável ou compromisso que justificasse a aplicação da Lei Maria da Penha. Além disso, os ataques de ciúmes e a instabilidade da Sra. P. foram fatores determinantes para a sua substituição como cuidadora, visando garantir um ambiente seguro e estável para a irmã do Requerente, que necessita de cuidados constantes devido ao AVC sofrido.

Durante o período em que a Sra. P. prestou serviços, houve diversas situações em que a mesma se mostrou descontrolada, inclusive promovendo discussões acaloradas com a nova cuidadora. Em uma dessas ocasiões, a Sra. P., movida por ciúmes e insegurança, chegou a expulsar a nova cuidadora da casa da irmã do Requerente, gerando um grande tumulto e necessitando de intervenção policial. Esse comportamento só reafirma a incompatibilidade entre as partes e a necessidade de substituição da cuidadora para assegurar a tranquilidade da irmã do Requerente.

Além disso, a Sra. P. acusou falsamente o Requerente de ter incentivado uma terceira pessoa a agredi-la, o que é uma inverdade. A denunciante estava sob efeito de álcool, medicamentos e nicotina quando proferiu tais acusações. A situação escalou a um ponto em que foi necessário chamar o compadre da Sra. P. para intervir, visto que ela não tinha condições de se acalmar por conta própria. O compadre, inclusive, testemunhou a segunda briga da Sra. P. com outra pessoa, sendo ele uma testemunha importante para esclarecer os fatos.

O Requerente se encontra extremamente abalado com as falsas acusações e com o fato de ter sido envolvido em uma situação que jamais se imaginou. Sua única intenção foi proteger a irmã acamada e manter um ambiente pacífico para que ela recebesse os cuidados necessários. Jamais houve qualquer tipo de ameaça à integridade física ou psicológica da Sra. P., e todas as suas ações foram voltadas para manter a ordem e a segurança na casa de sua irmã.

II - DO DIREITO

A Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) destina-se a proteger mulheres em situação de violência doméstica e familiar. Contudo, no presente caso, os pressupostos para a aplicação da referida lei não estão presentes, uma vez que não há qualquer vínculo de convivência, coabitação ou relacionamento afetivo entre o Requerente e a Sra. P. Ressalte-se que os fatos ocorreram na residência da irmã do Requerente, que é acamada em decorrência de"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

1. Contextualização dos Fatos: O presente caso envolve acusação infundada de ameaça por parte da antiga cuidadora da irmã do Requerente, em um contexto de substituição da profissional por outra cuidadora devido ao comportamento instável e agressivo da denunciante. A relação entre o Requerente e a Sra. P. era exclusivamente profissional, não havendo qualquer envolvimento afetivo ou convivência que justificasse a aplicação da Lei Maria da Penha. A substituição da cuidadora foi necessária para garantir um ambiente seguro à irmã do Requerente, que é acamada e depende de cuidados constantes. Durante o tempo em que prestou serviços, a Sra. P. demonstrou descontrole emocional e ciúmes, agindo de maneira agressiva com a nova cuidadora e outras pessoas, resultando em boletins de ocorrência.

2. Fundamento Legal e Constitutivo do Direito: A Lei Maria da Penha, destinada à proteção de mulheres em situação de violência doméstica e familiar, não é aplicável ao presente caso, pois não há relação de convivência ou laço afetivo que fundamente tal proteção. Nos termos do artigo 5º da Lei 11.340/2006, é necessário que haja uma relação doméstica, familiar ou uma relação íntima de afeto para que a proteção seja invocada. Além disso, não há evidências de que o Requerente tenha proferido ameaças ou agido de maneira violenta que justificasse medidas protetivas, cumpridas, inclusive, de maneira voluntária pelo Requerente.

3. Defesa e Argumentação: A defesa fundamenta-se na inexistência dos requisitos legais para a aplicação da Lei Maria da Penha, reforçando que a relação entre o Requerente e a denunciante foi meramente profissional e que a substituição da cuidadora ocorreu devido ao seu comportamento inadequado, marcado por ciúmes e agressões. O Requerente tem cumprido as medidas protetivas impostas e jamais teve interesse em retomar qualquer contato com a denunciante, não representando risco à integridade física ou psicológica da mesma.

4. Conceitos e Definições: A Lei 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, visa proteger mulheres em situação de vulnerabilidade no âmbito da violência doméstica e familiar. Para que suas disposições sejam aplicáveis, deve haver uma relação de afeto ou convivência doméstica, com características de vulnerabilidade e dependência emocional. No presente caso, tais pressupostos não estão presentes, não justificando a aplicação da referida lei.

5. Considerações Finais: O presente modelo de defesa busca demonstrar a inexistência de elementos que justifiquem a aplicação da Lei Maria da Penha, destacando que a relação entre o Requerente e a denunciante sempre foi estritamente profissional. A acusadora agiu de maneira instável e agressiva, motivada por ciúmes e sentimentos de rejeição, não havendo, portanto, qualquer conduta do Requerente que pudesse justificar as medidas protetivas impostas. A defesa requer o afastamento da aplicação da Lei Maria da Penha e a extinção das medidas protetivas, assegurando os direitos fundamentais do Requerente, especialmente o direito à ampla defesa e ao contraditório.


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