Análise da possibilidade e limites da inscrição judicial de devedores em cadastros de inadimplentes conforme o CPC/2015, art. 782 e decisão do STJ em recursos repetitivos
Publicado em: 23/04/2025 Processo Civil Execução FiscalTESE
A possibilidade de inscrição, por decisão judicial, do devedor de execução fiscal em cadastros de inadimplentes, conforme o CPC/2015, art. 782, é objeto de controvérsia submetida ao rito dos recursos repetitivos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), com a finalidade de uniformizar o entendimento e proporcionar segurança jurídica frente à multiplicidade de processos semelhantes. (Link para o acórdão: Acórdão 197.8112.2000.1500)
ESTUDO DOUTRINÁRIO
Doutrinadores destacam que a inscrição de devedores em cadastros de inadimplentes por decisão judicial representa o uso de mecanismos alternativos de coerção patrimonial, visando à eficiência da execução fiscal e à celeridade processual. Contudo, há divergências quanto à legalidade e proporcionalidade dessa medida, considerando os direitos fundamentais do devedor, como o direito à dignidade e ao contraditório. A doutrina discute, ainda, a relevância de harmonizar os interesses do credor com a proteção de garantias constitucionais.
COMENTÁRIO EXPLICATIVO
A controvérsia em análise busca esclarecer se o CPC/2015, art. 782 autoriza, de forma ampla, a inscrição judicial de devedores em cadastros de inadimplentes, ou se tal medida deve ser aplicada de maneira restritiva, observando critérios de proporcionalidade e razoabilidade. A decisão do STJ, ao afetar o tema ao rito dos recursos repetitivos, demonstra a preocupação com a uniformização da jurisprudência e a prevenção de decisões conflitantes em diferentes tribunais.
FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL
CF/88, art. 5º, XXXV (acesso à justiça), LIV (devido processo legal) e LV (contraditório e ampla defesa).
FUNDAMENTO LEGAL
CPC/2015, art. 782, §3º, que prevê a possibilidade de imposição de medidas coercitivas atípicas para assegurar o cumprimento da ordem judicial.
SÚMULAS APLICÁVEIS
Não há súmulas diretamente aplicáveis ao tema, mas o entendimento poderá ser consolidado em enunciado vinculante após o julgamento do recurso repetitivo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A discussão sobre a inscrição judicial de devedores em cadastros de inadimplentes reflete a tensão entre a busca pela efetividade da execução fiscal e a proteção de direitos fundamentais. A decisão do STJ pode estabelecer parâmetros claros para a aplicação do CPC/2015, art. 782, influenciando significativamente a prática jurídica e fortalecendo a segurança jurídica. É possível que, futuramente, o entendimento consolidado no julgamento sirva de base para reformas legislativas ou novos debates doutrinários sobre a execução fiscal.
ANÁLISE CRÍTICA
Os fundamentos jurídicos da decisão do STJ são sólidos, especialmente ao enfatizar a necessidade de uniformização jurisprudencial perante a multiplicidade de demandas sobre o tema. Contudo, a aplicação concreta do CPC/2015, art. 782, exige prudência, para evitar abusos e garantir que os direitos fundamentais do devedor sejam resguardados. A argumentação jurídica apresentada no julgamento demonstra um esforço de equilíbrio entre eficiência processual e proteção de garantias constitucionais. Do ponto de vista prático, a decisão pode contribuir para a redução do estoque de processos no Judiciário e promover maior efetividade na recuperação de créditos fiscais.
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