Modelo de Alegações Finais em Processo de Ato Infracional Análogo a Estupro de Vulnerável no Âmbito do Direito da Criança e do Adolescente
Publicado em: 12/09/2024 Processo Civil Menor Menor Direito Penal Processo PenalALEGAÇÕES FINAIS
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
ATO INFRACIONAL ANÁLOGO AO CRIME DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ª VARA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE DA COMARCA DE RIO VERDE/GO
Processo nº: 0000000-00.2024.8.09.0000
Representado: E. G. F. da S.
Representante: Ministério Público
PREÂMBULO
O Representado, por intermédio de seu advogado devidamente constituído nos autos, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, com fulcro no art. 186 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), nos termos que seguem.
DOS FATOS
Conforme narrado na denúncia, o Representado, E. G. F. da S., teria, no ano de 2022, em dias não definidos, praticado ato libidinoso contra sua prima, K. A. C., nascida em 22/04/2013, à época com 9 anos de idade. Segundo consta, o Representado teria trancado a vítima em um quarto, retirado suas roupas, esfregado seu órgão genital nela e a obrigado a praticar sexo oral. Ainda, teria ameaçado a vítima para que não relatasse o ocorrido.
O Representado, ao ser inquirido pela autoridade policial, afirmou não se recordar do ocorrido, em razão do lapso temporal.
DO DIREITO
Inicialmente, cumpre destacar que, no âmbito do Direito da Criança e do Adolescente, a aplicação de medidas socioeducativas deve observar os princípios da proteção integral e da excepcionalidade da intervenção estatal, conforme disposto na CF/88, art. 227 e no ECA, art. 112, §1º.
Ademais, nos casos de atos infracionais análogos a crimes contra a dignidade sexual, a palavra da vítima possui especial relevância, desde que corroborada por outros elementos de prova. Contudo, no presente caso, a narrativa da vítima carece de suporte probatório robusto que permita a formação de juízo de certeza quanto à autoria do ato infracional imputado ao Representado.
O princípio da presunção de inocência, consagrado no art. 5º, LVII da CF/88, veda a condenação baseada em meras presunções ou indícios insuficientes. Conforme entendimento consolidado pelo STF e STJ, cabe à acusação o ônus de demonstrar, de forma in"'>...