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A Importância Jurídica do Mercado de Créditos de Carbono no Brasil e os Desafios de sua Regulação
Este documento aborda a relevância jurídica do mercado de créditos de carbono no Brasil, explorando seus fundamentos constitucionais, dispositivos legais infraconstitucionais e desafios regulatórios. Analisa o papel da Constituição Federal, a aplicação do Código Civil Brasileiro e das políticas nacionais sobre mudança do clima e pagamentos por serviços ambientais. Enfatiza a necessidade de uma regulamentação federal para garantir segurança jurídica, atrair investimentos e consolidar o Brasil no mercado global de carbono, alinhando-se às metas climáticas globais e ao desenvolvimento sustentável.
Publicado em: 02/02/2025 CivelConstitucional Meio AmbienteA RELEVÂNCIA JURÍDICA DO MERCADO DE CRÉDITOS DE CARBONO E SUA REGULAÇÃO NO BRASIL
INTRODUÇÃO
O mercado de créditos de carbono tem emergido como uma ferramenta essencial no combate às mudanças climáticas, com o objetivo de promover a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). No contexto jurídico brasileiro, a implantação e regulação desse mercado constituem um tema de alta relevância, demandando a análise de fundamentos constitucionais, dispositivos infraconstitucionais e normas específicas.
Este artigo busca abordar a importância jurídica do mercado de créditos de carbono no Brasil, explorando seus conceitos, embasamentos legais e desafios regulatórios. O estudo se faz necessário para esclarecer como o ordenamento jurídico nacional está estruturado para integrar as metas climáticas globais e fomentar a sustentabilidade econômica e ambiental.
CONCEITO E FUNCIONAMENTO DO MERCADO DE CRÉDITOS DE CARBONO
O mercado de créditos de carbono surgiu no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), sendo posteriormente consolidado pelo Protocolo de Kyoto e pelo Acordo de Paris. Trata-se de um mecanismo que permite a comercialização de unidades de redução de emissões de GEE, denominadas créditos de carbono, entre países, empresas e entidades que necessitam cumprir metas de redução de emissões.
No Brasil, a falta de uma regulamentação consolidada no âmbito legislativo federal tem levado à adoção de iniciativas regionais e privadas. Esse cenário demanda atenção especial aos princípios da segurança jurídica e da sustentabilidade, conforme previstos no ordenamento jurídico brasileiro.
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS
A Constituição Federal de 1988 (CF/88) estabelece, em seu art. 225, que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Este dispositivo é o principal fundamento constitucional para a criação de políticas públicas e normativas relacionadas ao mercado de créditos de carbono.
Além disso, o princípio da ordem econômica contido no art. 170, VI, da CF/88, que trata da defesa do meio ambiente como condicionante do desenvolvimento econômico, reforça a necessidade de regulamentação desse mercado. A compatibilização entre desenvolvimento sustentável e preservação ambiental é um eixo central para a estruturação jurídica do tema.
LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL APLICÁVEL
1. CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
No âmbito do Direito Civil, o Código Civil Brasileiro de 2002 (CCB/2002) fornece as bases jurídicas para a negociação e comercializaç&ati...