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Inclusão de Devedores em Cadastros de Inadimplentes no Âmbito de Execuções Fiscais: Decisão do STJ e Análise Jurídica

Publicado em: 16/02/2025 Civel Execução Fiscal
O documento aborda a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre a inclusão de devedores em cadastros de inadimplentes, como o SERASA, no contexto de execuções fiscais. A decisão foi proferida no rito dos recursos repetitivos, uniformizando a jurisprudência sobre o tema e permitindo a inscrição direta pelos credores. O texto explora os fundamentos constitucionais e legais, como o CPC/2015, art. 782, §3º, e a Súmula 548/STJ, além de discutir o equilíbrio entre a eficiência da cobrança tributária e a proteção aos direitos fundamentais. A análise crítica ressalta os benefícios e desafios da medida, destacando sua relevância prática e jurídica para a recuperação de créditos públicos e a segurança jurídica.

TESE

A controvérsia analisada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) versa sobre a possibilidade de inclusão do nome de devedores em cadastros de inadimplentes, como o SERASA, por determinação judicial no âmbito de execuções fiscais. Em decisão unânime, a Primeira Seção do STJ acolheu a proposta de afetação do recurso ao rito dos recursos repetitivos, suspendendo processos relacionados à matéria, mas permitindo que credores realizem a inscrição diretamente, caso optem por fazê-lo. (Link para o acórdão: Acórdão 197.8112.2000.1500)

UM ESTUDO DOUTRINÁRIO

A inclusão de devedores em cadastros de inadimplentes no âmbito das execuções fiscais suscita debates sobre o equilíbrio entre a eficiência da cobrança tributária e a proteção aos direitos fundamentais. Doutrinadores destacam que a medida pode ser considerada um instrumento coercitivo legítimo, desde que respeitados os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. Argumenta-se que tal prática auxilia na recuperação de créditos públicos, reduzindo a inadimplência e fortalecendo a arrecadação estatal, sem, no entanto, prescindir de um controle judicial que evite abusos e prejuízos desproporcionais ao devedor.

UM COMENTÁRIO EXPLICATIVO

A decisão do STJ reflete a necessidade de uniformizar a jurisprudência em um tema sensível e recorrente, especialmente em um contexto de elevada judicialização de matérias tributárias. Ao estabelecer que a inclusão de devedores em cadastros de inadimplentes pode ser feita diretamente pelos credores, o tribunal equilibra os interesses da Fazenda Pública e os direitos dos contribuintes. Essa solução evita a paralisação das execuções fiscais e garante maior previsibilidade jurídica para as partes envolvidas.

FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL

CF/88, art. 5º, XXXV – O princípio da inafastabilidade da jurisdição, que garante o acesso ao Poder Judiciário para discussão de direitos, é crucial para equilibrar os interesses das partes em execuções fiscais.

FUNDAMENTO LEGAL

CPC/2015, art. 782, §3º – Prevê a possibilidade de inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes como medida coercitiva no processo de execução.

SÚMULAS APLICÁVEIS

Súmula 548/STJ – Autoriza a inclusão do nome do devedor em cadastros de inadimplentes no âmbito das execuções fiscais, desde que observados os requisitos legais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A decisão do STJ possui significativa relevância prática e jurídica, dado o impacto direto sobre milhares de execuções fiscais em trâmite no país. Ao adotar o rito dos recursos repetitivos, o tribunal busca prevenir decisões conflitantes e conferir maior segurança jurídica. Ademais, a possibilidade de inclusão de devedores em cadastros de inadimplentes pode incentivar o cumprimento voluntário das obrigações fiscais, reduzindo a litigiosidade e os custos processuais. No entanto, é imprescindível que a aplicação dessa medida respeite os direitos fundamentais dos contribuintes, evitando excessos que possam configurar violação ao devido processo legal.

ANÁLISE CRÍTICA

A decisão sustenta-se em fundamentos jurídicos sólidos, notadamente o CPC/2015, art. 782, §3º, e a jurisprudência consolidada pelo STJ. Por outro lado, a medida pode gerar questionamentos quanto à sua proporcionalidade, especialmente para contribuintes em situação de vulnerabilidade econômica. Sob o prisma prático, a possibilidade de inscrição direta em cadastros de inadimplentes confere maior celeridade às execuções fiscais, mas exige fiscalização rigorosa para evitar abusos. Em termos de consequências jurídicas, a uniformização do entendimento pelo STJ contribuirá para maior efetividade na recuperação de créditos públicos, ao mesmo tempo em que reafirma o controle judicial sobre os atos de cobrança.


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