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Inclusão de Devedores em Cadastros de Inadimplentes no Âmbito de Execuções Fiscais: Análise Jurídica e Doutrinária

Publicado em: 27/03/2025 AdministrativoProcesso Civil Execução Fiscal
Este documento aborda a possibilidade de inclusão de devedores em cadastros de inadimplentes, como SERASA, no contexto de execuções fiscais, desde que amparada por decisão judicial e respeitados os princípios do contraditório e da ampla defesa. A análise se fundamenta em dispositivos constitucionais, legais e em jurisprudências recentes, como o rito dos recursos repetitivos no CPC/2015. O texto explora a legitimidade da medida como mecanismo de coerção, o equilíbrio entre a recuperação de créditos públicos e a proteção dos direitos fundamentais do devedor, além de trazer uma abordagem crítica sobre os impactos práticos e jurídicos da decisão do STJ.

TESE

É possível a inclusão de devedores em cadastros de inadimplentes no âmbito de execuções fiscais, por decisão judicial, conforme análise no rito dos recursos repetitivos, desde que atendidos os requisitos processuais e materiais que garantam o contraditório e a ampla defesa. (Link para o acórdão: Acórdão 197.8112.2000.1500)


UM ESTUDO DOUTRINÁRIO

A doutrina processual moderna reconhece a necessidade de mecanismos de coerção que promovam a efetividade das execuções fiscais. A inclusão de devedores nos cadastros de inadimplentes é considerada uma medida legítima, desde que acompanhada por um controle judicial que assegure os direitos fundamentais do executado, especialmente o contraditório e a ampla defesa. Nesse contexto, o art. 1.036 do CPC/2015, ao disciplinar os recursos repetitivos, busca uniformizar entendimentos em temas de grande impacto, promovendo segurança jurídica e celeridade processual.

UM COMENTÁRIO EXPLICATIVO

A controvérsia analisada pela Primeira Seção do STJ está inserida no âmbito das execuções fiscais, que possuem como objetivo a recuperação de créditos públicos. A inclusão do devedor em cadastros como SERASA, mesmo sendo uma medida coercitiva, encontra respaldo legal e jurisprudencial, desde que devidamente fundamentada e precedida de decisão judicial. Essa prática busca equilibrar o direito do credor de recuperar seu crédito com a proteção dos direitos do devedor, prevenindo abusos.

FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL

CF/88, art. 5º, XXXV: "A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito". Esse dispositivo assegura o controle jurisdicional das medidas coercitivas adotadas nas execuções fiscais.

FUNDAMENTO LEGAL

  1. CPC/2015, art. 784, §1º: Trata da execução baseada em título executivo extrajudicial.
  2. CPC/2015, art. 1.036: Estabelece o rito dos recursos repetitivos.
  3. Lei 6.830/1980, art. 10: Disciplina os procedimentos das execuções fiscais.

SÚMULAS APLICÁVEIS

Súmula 548/STJ: "Incumbe ao credor a comprovação da inscrição do crédito em dívida ativa para fins de execução fiscal". Embora não trate diretamente do tema, ressalta a necessidade de observância dos requisitos legais na execução fiscal.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A decisão da Primeira Seção do STJ, ao julgar o recurso sob o rito dos recursos repetitivos, possui extrema relevância para a uniformização da jurisprudência em matéria de execuções fiscais. A inclusão de devedores nos cadastros de inadimplentes é uma ferramenta que, se utilizada de forma legítima, pode trazer maior eficiência ao processo de recuperação de créditos públicos. Contudo, eventuais abusos ou desvios devem ser prontamente corrigidos pelo Poder Judiciário, garantindo a proteção dos direitos fundamentais do executado. O julgamento tem reflexos práticos importantes, pois poderá impactar milhares de processos semelhantes em trâmite no país.

ANÁLISE CRÍTICA E OBJETIVA

Os fundamentos jurídicos da decisão estão alicerçados em uma interpretação sistemática do CPC/2015 e da legislação específica das execuções fiscais. A argumentação do STJ busca equilibrar os interesses públicos e privados envolvidos, promovendo a eficiência da recuperação de créditos sem comprometer as garantias constitucionais do devedor. A consequência prática mais evidente é a possibilidade de maior celeridade no recebimento de créditos tributários, o que é essencial para o orçamento público. No entanto, a medida deve ser aplicada com cautela, sob pena de gerar insegurança jurídica ou violar os direitos do devedor, especialmente em casos de inscrições indevidas. A uniformização da jurisprudência sobre o tema contribui para a redução da litigiosidade e para o aprimoramento do sistema judicial como um todo.



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