Jurisprudência Selecionada

Doc. LEGJUR 291.7539.3220.7145

1 - TST

GMAAB/vpm/vb/dao I - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO REGIONAL PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.467/2017. 1. PRESCRIÇÃO. PENSÃO MENSAL. NULIDADE DO ACÓRDÃO POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. INOBSERVÂNCIA DO art. 896, §1º-A, IV, DA CLT. ÓBICE PROCESSUAL. Com efeito, nos termos do art. 896, §1º-A, da CLT, é ônus da parte, ao interpor o seu recurso de revista, quando fundado em negativa de prestação jurisdicional, « transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de nulidade de julgado por negativa de prestação jurisdicional, o trecho dos embargos declaratórios em que foi pedido o pronunciamento do tribunal sobre questão veiculada no recurso ordinário e o trecho da decisão regional que rejeitou os embargos quanto ao pedido, para cotejo e verificação, de plano, da ocorrência da omissão «. (realce aditado). No tocante ao tema «PRESCRIÇÃO, verifica-se, de plano, que nas suas razões de revista, a recorrente não transcreveu o trecho pertinente aos embargos declaratórios, enquanto que, quanto ao tema «PENSÃO MENSAL, constata-se que a parte não transcreveu o acórdão proferido pelo Tribunal de origem ao apreciar os embargos de declaração opostos. Não demarcadas, nas razões recursais, as exatas fronteiras da pretensão dirigida à instância extraordinária, entende-se que não restaram atendidas as exigências do art. 896, §1º-A, IV, da CLT. Inviável é o processamento de recurso de revista. Agravo de instrumento conhecido e desprovido. 2. PRELIMINAR DE NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE ANÁLISE DO TRIBUNAL REGIONAL DAS RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO INTERPOSTO EM 17/06/2015 (Nº DE PROTOCOLO 049353, PÁGS. 360/369), QUANTO AO TEMA ‘INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS’. APELO JULGADO PREJUDICADO. INEXISTÊNCIA DE RATIFICAÇÃO DAS RAZÕES RECURSAIS. PRECLUSÃO. NULIDADE NÃO CONFIGURADA. TRANSCENDÊNCIA NÃO ANALISADA. O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, ao apreciar os recursos ordinários interpostos pelas partes às págs. 360/369 e 378/422, por unanimidade, decidiu: « CONHECER dos recursos ordinários interpostos pelas partes, e, no mérito, DAR PROVIMENTO PARCIAL ao apelo do reclamante, declarando a nulidade da r. sentença de embargos declaratórios e determinando o retorno dos autos à Origem para prolação de nova decisão, sanando as omissões quanto ao acúmulo de funções e horas extras decorrentes da supressão do intervalo intrajornada, restando prejudicada a análise das demais questões apresentadas pelas partes, na forma da fundamentação . (págs. 446/448, destaque aditado). Em cumprimento à determinação do referido acórdão, o juízo de base julgou os embargos declaratórios do autor, sanando as referidas (págs. 451/452). Irresignadas, as partes interpuseram novos recursos ordinários, às págs. 458/512 e 524/539. Ocorre que, este novo apelo ordinário apresentado pela empresa, às págs. 524/539, se limitou a impugnar a decisão de primeiro grau no tocante à condenação ao pagamento de 01 hora extra, em virtude da supressão parcial do intervalo intrajornada. Não foram deduzidas razões de inconformismo quanto aos demais pedidos deferidos e nem houve reiteração do recurso ordinário interposto em 17/06/2015, sob o número de protocolo 049353, de págs. 360/369. Uma vez julgado prejudicado o recurso ordinário das págs. 360/369 e prolatada nova decisão pelo juízo de primeiro grau, caberia à parte ré ratificar os termos do aludido apelo, a fim de demonstrar seu interesse em recorrer quanto às matérias trazidas naquela peça recursal. Em hipóteses como a dos autos, a ratificação do recurso ordinário das págs. 360/369 seria medida imprescindível para seu processamento, sob pena de preclusão . Neste sentido é o entendimento predominante nesta Corte. Precedentes. Neste contexto, da leitura do acórdão regional, resta claro que houve manifestação expressa da Corte a quo acerca do recurso ordinário da ré de págs. 360/369, pois julgado prejudicado. Desta forma, tendo o Tribunal Regional se manifestado explicitamente sobre o apelo ordinário em foco, ainda que em sentido contrário ao interesse da parte ré, a arguição de negativa de prestação jurisdicional consubstancia mero inconformismo com o entendimento esposado no v. acórdão recorrido. Agravo de instrumento conhecido e desprovido. 3. INTERVALO INTRAJORNADA. REDUÇÃO POR NORMA COLETIVA. TEMA DE REPERCUSSÃO GERAL 1046 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. TRANSCENDÊNCIA RECONHECIDA. A causa versa sobre a validade da norma coletiva que reduziu o intervalo intrajornada para 30 minutos. Diante da tese jurídica fixada pela Suprema Corte, no Tema 1.046 da Tabela da Repercussão Geral e por constatar possível afronta ao art. 7º, XXVI, da CR, faz-se necessário o processamento do recurso de revista. Transcendência jurídica reconhecida, nos termos do art. 896-A, §1º, IV, da CLT. Agravo de instrumento conhecido e provido para determinar o processamento do recurso de revista no tópico. II - RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO REGIONAL PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.467/2017. INTERVALO INTRAJORNADA. REDUÇÃO POR NORMA COLETIVA. TEMA DE REPERCUSSÃO GERAL 1046 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. TRANSCENDÊNCIA RECONHECIDA. A causa versa sobre a validade da norma coletiva que reduziu o intervalo intrajornada. Esta Corte Superior tinha o entendimento de que o intervalo intrajornada constituía medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, sendo inválida a cláusula normativa que contemplasse sua supressão ou redução (Súmula 437/TST, II). Porém, em recente decisão proferida no Tema 1046 da Tabela de Repercussão Geral (ARE 1121633), o STF fixou a tese jurídica de que « são constitucionais os acordos e as convenções coletivos que, ao consideraram a adequação setorial negociada, pactuam limitações ou afastamentos de direitos trabalhistas, independentemente da explicitação especificada de vantagens compensatórias, desde que respeitados os direitos absolutamente indisponíveis «. Some-se a tal entendimento - da possibilidade de flexibilização do intervalo intrajornada - a tese fixada pelo STF na ADI 5322 ao apreciar a constitucionalidade da Lei 13.103/2015 (Motoristas profissionais), na qual entendeu pelo « Reconhecimento da autonomia das negociações coletivas (CF/88, art. 7º, XXVI) e pela « Constitucionalidade da redução e/ou fracionamento do intervalo intrajornada dos motoristas profissionais, desde que ajustado em acordo ou convenção coletiva de trabalho . Portanto, a melhor interpretação ao caso, deve considerar não apenas a tese vinculante firmada no ARE 1.121.633 (Tema 1.046), mas também e em complemento, a compreensão dada pelo STF à Lei 13.103/2015, que numa interpretação sistemática e teleológica declarou constitucional a previsão legal que permite que convenções e acordos coletivos reduzam ou fracionem o intervalo intrajornada, sem qualquer modulação de efeitos. Ressalte-se ainda, que a própria CLT, mesmo antes da vigência da Lei 13.467/2017, já previa no seu art. 71, § 3º, a possibilidade de redução do intervalo intrajornada quando autorizado pelo Ministério do Trabalho, atendidos os requisitos legais. Logo, por qualquer ângulo que se examine a controvérsia no cenário jurídico atual, há que se considerar a validade da redução do intervalo intrajornada, observado o limite mínimo de 30 minutos. No presente caso, é incontroverso que houve regular negociação coletiva para limitar o intervalo intrajornada a 30 minutos, o que atende ao precedente vinculante do STF, além de estar em consonância com o CF/88, art. 7º, XIII. Recurso de revista conhecido por violação da CF/88, art. 7º, XXVI e provido.... ()

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