Jurisprudência Selecionada

Doc. LEGJUR 482.7294.6309.6625

1 - TJSP RECURSO DE APELAÇÃO.

Serviços educacionais. Estabelecimento de ensino. Ação declaratória c/c obrigação de fazer c/c indenização de danos morais. Sentença que julgou procedente os pleitos formulados na exordial, para condenar, solidariamente, as rés na obrigação de fazer, consistente na realização da rematrícula da parte autora no 9º semestre do curso de graduação em Engenharia Elétrica, na modalidade EAD e, ainda, ao pagamento de indenização por danos morais. Insurgência das requeridas. Irresignação impróspera. Relação jurídica existente entre as partes de nítida natureza consumerista. Aluno que, não obstante tenha sido matriculado (em 2019) e frequentado regularmente as aulas até o 8º semestre, fora impedido, pela Instituição de Ensino, de efetuar a rematrícula para o semestre seguinte (9º) do seu curso de graduação, sob a justificativa de que a conclusão do Ensino Médio teria ocorrido em 2022, portanto, em data posterior ao ingresso no Ensino Superior. Não se descura do teor do art. 44, II da Lei 9.394/1996 (que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional), que dispõe: «A educação superior abrangerá os seguintes cursos e programas: (...) II - de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo". Todavia, incumbia às rés, antes de efetuar a matrícula do aluno, exigir toda a documentação necessária. Carece de razoabilidade que a essa altura, - após autorizar a frequência do autor ao curso de graduação por 8 semestres, tendo recebido corretamente os respectivos valores das mensalidades -, as rés se neguem a efetivar a rematrícula do aluno, sob a alegação de irregularidade na documentação por este apresentada. Situação do autor que se encontra consolidada pelo decurso do tempo. Aplicação, in casu, da Teoria do Fato Consumado. Danos morais configurados. Pleito de indenização pelos danos extrapatrimoniais que comporta acolhimento. Situação que ultrapassa o mero aborrecimento cotidiano. Autor que teve seu sossego, paz de espírito e tranquilidade abalados. Razoável, proporcional e adequada, in casu, a fixação de indenização no importe de R$ 10.000,00 (dez mil reais) pelos danos morais causados ao autor-apelado. Julgado monocrático de primeiro grau bem fundamentado, que adequadamente sopesou as teses jurídicas apresentadas pelas partes e bem valorou os elementos cognitivos reunidos nos autos, enfrentando, de forma clara e precisa, a quaestio iuris submetida ao crivo do Poder Judiciário, apresentando adequada solução à crise de direito material discutida na lide. Razões recursais que, em essência, se limitam a reproduzir argumentos já exaustivamente utilizados pelo apelante no curso do processo. Decisão integralmente ratificada em grau de recurso, à luz do art. 252 do Regimento Interno deste E. Tribunal de Justiça. Recurso desprovido... ()

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