Jurisprudência Selecionada

Doc. LEGJUR 854.6106.6032.0478

1 - TJRJ APELAÇÃO CRIMINAL. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. FORNECIMENTO DE BEBIDA ALCOÓLICA À ADOLESCENTE. CORRUPÇÃO DE MENORES. OBSERVÂNCIA DO PROTOCOLO PARA JULGAMENTO COM PERSPECTIVA DE GÊNERO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA.

Sentença que condenou o apelante nos seguintes termos: I) art. 217-A, três vezes, na forma do art. 71, parágrafo único, ambos do CP, à pena de 28 (vinte e oito) anos, 05 (cinco) meses e 10 (dez) dias de reclusão; II) Lei 8069/90, art. 243 (ECA), à pena de 02 (dois) anos e 08 (oito) meses de reclusão e 13 (treze) dias-multa, à razão unitária mínima; e III}) Lei 8069/1990, art. 244-B (ECA), à pena de 01 (um) ano e 04 (quatro) meses de reclusão. Regime inicial fechado. Preliminares não acolhidas. Ausência de nulidade da prova emprestada. Observância do contraditório postergado. Defesa Técnica que não se opôs ao pedido ministerial de compartilhamento de provas, não aduzindo qualquer nulidade até a prolação da sentença. Inexistência de violação ao princípio da presunção de inocência. Magistrado que, apreciando pormenorizadamente a hipótese fática e as provas correlacionadas, expôs os fundamentos que o levaram a decidir pela condenação do réu nos termos da denúncia. Configuração de erro material não repetido na parte dispositiva da sentença. Improsperável a tese de inépcia da denúncia. Observados os requisitos exigidos pelo CPP, art. 41. Alegação que encontra amparo até a prolação da sentença de primeiro grau. Mérito. Pleito absolutório que não se sustenta. Apelante que, juntamente com outros indivíduos, praticou o crime de estupro de vulnerável em face de uma menor de 12 (doze) anos de idade, bem como de duas adolescentes, as quais não podiam oferecer resistência em razão do uso de bebida alcoólica e/ou entorpecente. Materialidade e autoria dos crimes de estupro de vulnerável confirmadas. Jurisprudência pátria possui posicionamento firme no sentido de que na seara dos crimes sexuais a palavra da vítima ganha especial relevo. Observância do Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero do Conselho Nacional de Justiça. Palavra das vítimas em conformidade com o restante do conjunto probatório. Inquestionável a prática dos crimes dos arts. 243 e 244-B, ambos do ECA. Dosimetria revista. Redução das penas-bases relativas aos crimes dos arts. 243 e 244-B, ambos da Lei 8069/1990 (ECA). Afastamento da continuidade delitiva específica em relação aos crimes sexuais. Erro material no que tange à condenação ao cumprimento de pena de reclusão em relação ao crime do ECA, art. 243. Exclusão da verba indenizatória mínima fixada na sentença. Ausência de pedido na denúncia e de quantum indenizatório pretendido em alegações finais. Inaplicabilidade do Tema 983 do STJ. Prequestionamento que não se conhece. PRELIMINARES REJEITADAS. RECURSO DEFENSIVO PARCIALMENTE PROVIDO, para rever a dosimetria, a fim reduzir as penas-bases relativas aos crimes dos arts. 243 e 244-B, ambos da Lei 8069/1990 (ECA) e de afastar a continuidade delitiva específica quanto aos crimes sexuais, bem como corrigir erro material contido na sentença, alterando-se a pena de reclusão para a detenção em relação ao crime previsto no ECA, art. 243, ficando estabelecida a resposta penal final em 24 (vinte e quatro) anos, 10 (dez) meses e 13 (treze) dias de reclusão, além de 02 (dois) anos e 04 (quatro) meses de detenção e 11 (onze) dias-multa; e, por fim, para excluir a verba indenizatória mínima. Mantida, no mais, a sentença guerreada.... ()

(Íntegra e dados do acórdão exclusivo para clientes)
Plano mensal por R$ 19,90 veja outros planos
Cadastre-se e adquira seu pacote

Íntegra PDF