
Análise Jurídica: Adequação Ética e Técnica na Redação de Petições e os Limites do Linguajar Ofensivo
Este documento aborda a importância da ética e da urbanidade na prática advocatícia, com foco na redação de petições. São analisados os fundamentos constitucionais e legais da atuação do advogado, as disposições do Código de Ética e Disciplina da OAB e as normas aplicáveis, como o CPC/2015 e o CP. O texto destaca a relevância do respeito e clareza nas peças processuais e apresenta modelos práticos que ilustram infrações éticas, representações disciplinares e manifestações de desagravo público.
Publicado em: 26/03/2025 AdvogadoCivelProcesso CivilConstitucionalÉticaADEQUAÇÃO ÉTICA E TÉCNICA NA REDAÇÃO DE PETIÇÕES: LIMITES DO LINGUAJAR OFENSIVO E RESPEITO AOS DEVERES DE URBANIDADE
INTRODUÇÃO
A prática advocatícia exige do profissional do Direito não apenas o conhecimento técnico das normas jurídicas, mas também o cumprimento dos deveres éticos e de urbanidade. A função do advogado, enquanto essencial à administração da justiça, é regida por preceitos constitucionais, legais e éticos que visam proteger a dignidade da profissão e assegurar que o processo judicial seja conduzido de forma respeitosa e eficiente.
Este artigo tem como objetivo analisar a adequação ética e técnica na redação de petições, destacando os limites do linguajar ofensivo e o respeito aos deveres de urbanidade. Para tanto, será abordada a legislação aplicável, os deveres éticos estabelecidos pelo Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a importância de uma postura profissional adequada na advocacia.
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS E LEGAIS
A FUNÇÃO DO ADVOGADO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
A Constituição Federal de 1988 reconhece o papel essencial do advogado na administração da justiça, a CF/88, art. 133 estabelece que “o advogado é indispensável à administração da justiça”, conferindo à profissão uma posição de destaque no ordenamento jurídico brasileiro. Tal prerrogativa impõe ao advogado a responsabilidade de atuar com ética e urbanidade, princípios que orientam sua conduta profissional.
LEGISLAÇÃO PERTINENTE
A legislação infraconstitucional também impõe limites e orientações à atuação do advogado. Dentre os dispositivos legais aplicáveis, destacam-se:
- CCB/2002, art. 11, §1º, III: Trata da preservação da honra e da dignidade das pessoas, princípios que devem ser observados na redação de petições e na condução de litígios.
- CPC/2015, art. 319: Exige que as petições sejam redigidas de forma clara, precisa e objetiva, em atendimento aos princípios da boa-fé processual e da cooperação.
- CPP, art. 12: Prevê que as partes atuem no processo de forma respeitosa, evitando excessos que prejudiquem a condução do procedimento judicial.
- CP, art. 284, §1º: Criminaliza condutas que atentem contra a honra, configurando crimes de calúnia, difamação e injúria, aplicáveis inclusive no âmbito processual.
O CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB
O Código de Ética e Disciplina da OAB estabelece regras específicas que regem a conduta dos advogados no exercício da profissão. Destaca-se o art. 31, que dispõe sobre o dever de respeito aos colegas, magistrados, servidores públicos e às partes envolvidas nos litígios. Além disso, o Código reforça a necessidade de o advogado agir com dignidade, zelo, honestidade e respeito à moral profissional.
O linguajar ofensivo em petições, além de violar os princípios de urbanidade e respeito mútuo, pode configurar infração ...