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Obrigações ambientais como propter rem e responsabilidade solidária

Publicado em: 23/01/2025 Meio Ambiente
Analisa a natureza jurídica das obrigações ambientais como propter rem, discutindo sua exigibilidade do proprietário ou possuidor atual, anteriores ou sucessores, com base na jurisprudência e no princípio do poluidor-pagador.

"As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-las do proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores ou, ainda, dos sucessores, à escolha do credor."

Súmulas:
Súmula 623/STJ. As obrigações ambientais propter rem podem ser exigidas de qualquer proprietário ou possuidor.

Legislação:


CF/88, art. 225, § 3º. Estabelece a responsabilidade por danos ambientais e sua reparação.

Lei 6.938/1981, art. 3º, IV. Define responsabilidade ambiental solidária, incluindo poluidores indiretos.

CPC/2015, art. 1.036 e CPC/2015, art. 1.037, II. Regula os recursos repetitivos e a suspensão de processos.

RISTJ, art. 256-I e art. 257-C. Regula o processamento de controvérsias repetitivas no STJ.


Informações complementares





TÍTULO:
OBRIGAÇÕES AMBIENTAIS PROPTER REM E RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA



1. Introdução

As obrigações ambientais possuem uma característica peculiar: são classificadas como propter rem, ou seja, vinculam-se diretamente ao bem imóvel, independentemente do agente causador do dano ambiental. Essa natureza jurídica é reforçada pelo princípio do poluidor-pagador, que busca responsabilizar quem contribui para a degradação ambiental, assegurando a preservação e a reparação do meio ambiente.

A aplicação do CPC/2015 em questões de responsabilidade ambiental permite uma execução mais efetiva dessas obrigações, garantindo que tanto o proprietário ou possuidor atual quanto os anteriores ou seus sucessores respondam solidariamente pelos danos causados.

Legislação:

Lei 6.938/81, art. 14: Dispõe sobre a responsabilidade objetiva por danos ambientais.  
CPC/2015, art. 789: Trata da responsabilidade patrimonial para o cumprimento de obrigações.  
CF/88, art. 225: Estabelece o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.  

Jurisprudência:

Obrigações Ambientais Propter Rem  

Responsabilidade Solidária no Meio Ambiente  

Princípio do Poluidor-Pagador no STJ  


2. Obrigações ambientais, propter rem, poluidor-pagador, responsabilidade solidária, preservação ambiental, CPC/2015

As obrigações ambientais classificadas como propter rem vinculam-se à propriedade ou posse do imóvel, independentemente da culpa ou dolo do titular. A responsabilidade solidária prevista na Lei 6.938/1981 e reforçada pelo entendimento do STJ possibilita que o credor exija o cumprimento da obrigação ambiental do proprietário ou possuidor atual, anteriores ou seus sucessores.

O princípio do poluidor-pagador fundamenta-se na ideia de que o agente que causa impacto ambiental deve arcar com os custos de sua reparação. Essa abordagem garante a proteção do meio ambiente e promove a justiça social, uma vez que impede a transferência do ônus ambiental para a coletividade.

A aplicação do CPC/2015 facilita a efetividade das execuções ambientais, ao possibilitar a utilização de bens patrimoniais do responsável para o cumprimento das obrigações. Nesse contexto, o direito ambiental se revela como uma ferramenta indispensável para a preservação dos recursos naturais e a garantia de um futuro sustentável.

Legislação:

Lei 6.938/81, art. 14: Responsabilidade objetiva por danos ambientais.  
CPC/2015, art. 789: Responsabilidade patrimonial para cumprimento de obrigações.  
CF/88, art. 225: Direito ao meio ambiente equilibrado.  

Jurisprudência:

Responsabilidade Objetiva Ambiental  

Danos Ambientais e Solidariedade no STJ  

Lei 6.938 e o Princípio do Poluidor-Pagador  


3. Considerações finais

As obrigações ambientais propter rem desempenham um papel essencial na proteção do meio ambiente, ao assegurar que a responsabilidade pela reparação dos danos recaia sobre todos os envolvidos, sejam eles proprietários, possuidores ou sucessores. Essa característica, aliada ao princípio do poluidor-pagador, promove uma abordagem eficaz e justa na preservação ambiental.

O uso do CPC/2015 como instrumento processual reforça a importância da legislação ambiental e da jurisprudência consolidada, garantindo que a execução das obrigações ambientais seja realizada de forma célere e eficiente. Assim, assegura-se o cumprimento dos objetivos constitucionais de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável.



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