Modelo de Ação de Anulação de Negócio Jurídico por Idoso com Vício de Consentimento e Fraude em Catende-PE

Publicado em: 01/10/2024 CivelProcesso Civil Sucessão
Trata-se de uma Ação de Anulação de Negócio Jurídico proposta por João Clementino de Moura, idoso com mais de 80 anos, em face de Antônio Samuel da Silva e do próprio filho do autor. O autor alega ter sido vítima de abuso de confiança e má-fé, sendo induzido a assinar um documento de venda de seu imóvel sob a falsa crença de que se tratava de um documento hospitalar. A venda foi realizada sem observância das formalidades legais e com vício de consentimento, caracterizando nulidade do negócio jurídico. A petição fundamenta-se no Código Civil Brasileiro, com destaque para os artigos 4º, II, 108, 138 e 145, além de invocar o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) para prioridade na tramitação. O autor requer a declaração de nulidade do negócio, a reintegração de posse do imóvel, gratuidade de justiça e a realização de audiência de conciliação/mediação.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CATENDE - PE

Distribuição com prioridade - Idoso (Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003, art. 71)

JOÃO CLEMENTINO DE MOURA, brasileiro, viúvo, com mais de 80 (oitenta) anos de idade, aposentado, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na cidade de Catende-PE, na localidade conhecida como Engenho Monte Alegre, atualmente acolhido na residência de terceiros, vem, por meio de seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato anexo), com endereço profissional na Rua X, nº Y, Bairro Z, Cidade W, e endereço eletrônico [email protected], propor a presente

AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO

em face de ANTÔNIO SAMUEL DA SILVA, brasileiro, estado civil desconhecido, profissão desconhecida, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na cidade de Catende-PE, e FILHO DO AUTOR, brasileiro, estado civil desconhecido, profissão desconhecida, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na cidade de São Paulo-SP, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

PREÂMBULO

Nos termos do CPC/2015, art. 319, o autor requer a citação dos réus para que apresentem contestação no prazo legal, sob pena de revelia, bem como a realização de audiência de conciliação/mediação, caso não haja manifestação contrária das partes.

DOS FATOS

O autor, pessoa idosa e com dificuldades de locomoção e de escrita, foi vítima de uma grave situação de abuso de confiança e má-fé. Durante um período em que estava doente e debilitado, seu próprio filho, aproveitando-se de sua fragilidade, induziu-o a assinar um documento que acreditava ser relacionado ao hospital onde estava em tratamento.

Posteriormente, o autor descobriu que o referido documento tratava-se, na verdade, de um recibo simples de compra e venda de sua residência, um imóvel de grande valor sentimental e econômico, localizado na cidade de Catende-PE. O imóvel foi vendido ao senhor Antônio Samuel da Silva pelo valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), dos quais apenas R$ 20.000,00 (vinte mil reais) foram pagos à vista, ficando o restante a ser quitado em 30 parcelas de R$ 1.000,00 (mil reais).

Após a assinatura do documento, o filho do autor levou-o para a cidade de São Paulo e, em seguida, abandonou-o na casa de parentes, deixando-o à própria sorte. Recuperado de sua saúde e lucidez, o autor retornou à cidade de Catende-PE, onde foi acolhido por uma amiga, e desde então reside em sua companhia.

O autor deseja reaver seu imóvel, que foi vendido de forma fraudulenta, para que possa viver dignamente em sua propriedade.

DO DIREITO

A presente demanda fundamenta-se na nulidade do negócio jurídico celebrado, com base nos dispositivos do Código Civil Brasileiro e na Constituição Federal de 1988.

1. DA INCAPACIDADE RELATIVA DO AUTOR

O autor, à época dos fatos, encontrava-se em estado de debilidade física e mental, o que caracteriza sua incapacidade relativa para a prátic"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Dos Fatos e Fundamentos Jurídicos

Trata-se de Ação de Anulação de Negócio Jurídico, conforme exposto nos autos, movida pelo Sr. João Clementino de Moura contra Antônio Samuel da Silva e o próprio filho do autor. O autor alega ter sido vítima de fraude e abuso de confiança, devido à assinatura de documento que entendia ser relacionado ao hospital em que se encontrava em tratamento, mas que, na verdade, tratava-se de um contrato de compra e venda de seu imóvel.

O imóvel, de grande valor sentimental e econômico, foi alienado por meio de recibo simples, sem a devida formalidade legal, e o autor, idoso e em estado de debilidade física e mental à época, foi induzido ao erro pelo próprio filho. Posteriormente, o autor foi abandonado em São Paulo e, após recuperar sua saúde, buscou reaver sua propriedade.

II. Da Interpretação Hermenêutica

1. Da Constituição Federal de 1988

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, é dever do magistrado fundamentar suas decisões de forma clara e objetiva. Além disso, o art. 230 da CF/88 assegura a proteção especial ao idoso, garantindo-lhes dignidade e defesa contra abuso e exploração.

2. Do Código Civil Brasileiro

O art. 4º, II, do Código Civil Brasileiro, reconhece a incapacidade relativa de pessoas que, por sua condição de saúde ou idade, estão momentaneamente impossibilitadas de administrar seus próprios atos. Ademais, o art. 108 do mesmo diploma legal exige escritura pública para a alienação de bens imóveis de valor superior a 30 vezes o salário mínimo, o que não foi observado no presente caso.

Por fim, o art. 145 do Código Civil estabelece que o dolo e o erro configuram vícios de consentimento, ensejando a nulidade do negócio jurídico celebrado nessas condições.

III. Da Jurisprudência

A jurisprudência nacional tem reconhecido a nulidade de negócios jurídicos celebrados em condições semelhantes, como demonstra o seguinte precedente:

POSSE - COMODATO VERBAL - ESBULHO: "Autores que lograram provar sua posse, bem como o esbulho praticado pelos réus, preenchendo os requisitos do CPC/2015, art. 561." (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP)

IV. Da Decisão

Após análise detalhada dos fatos e fundamentos jurídicos apresentados, concluo que o negócio jurídico celebrado entre o autor e o réu Antônio Samuel da Silva deve ser anulado. Ressalto que:

  1. O autor encontrava-se em estado de debilidade física e mental, caracterizando incapacidade relativa, nos termos do art. 4º, II, do Código Civil;
  2. O contrato foi celebrado sem a devida formalidade exigida pelo art. 108 do Código Civil;
  3. Restou comprovado o vício de consentimento, conforme arts. 138 e 145 do Código Civil;
  4. A Constituição Federal de 1988, em seu art. 230, garante a proteção ao idoso contra abusos e explorações.

V. Dispositivo

Diante do exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, conheço da presente ação e JULGO PROCEDENTE o pedido formulado por João Clementino de Moura para:

  1. Anular o negócio jurídico celebrado entre o autor e o réu Antônio Samuel da Silva;
  2. Declarar a nulidade do contrato de compra e venda do imóvel descrito nos autos;
  3. Determinar a reintegração da posse do imóvel ao autor;
  4. Condenar os réus ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios;
  5. Conceder a gratuidade de justiça ao autor, nos termos do art. 98 do CPC/2015.

Ficam os réus citados para, no prazo legal, apresentarem contestação, sob pena de revelia. Caso não haja manifestação contrária das partes, designo audiência de conciliação/mediação.

VI. Termos Finais

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Catende-PE, ___ de __________ de 2023.

_____________________________
Juiz de Direito
___ª Vara Cível da Comarca de Catende-PE


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