Modelo de Ação de Indenização por Danos Morais contra Clínica por Erro em Laudo Médico que Resultou em Cirurgia Desnecessária

Publicado em: 17/02/2024 Civel
Ação judicial movida por empresária contra clínica de imagem, com fundamento nos artigos 186 e 927 do Código Civil e no artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor. O processo busca reparação por danos morais no valor de R$ 50.000,00, devido a erro em laudo de ultrassonografia que indicou a presença de cálculos na vesícula biliar, levando a autora a realizar cirurgia desnecessária e enfrentar sofrimento físico e psicológico. O documento detalha os fatos, fundamentação jurídica, jurisprudências relevantes e pedidos da parte autora.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE NITERÓI – RJ

Distribuição por dependência

PREÂMBULO

A. F. dos S., brasileira, solteira, empresária, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX e RG nº XX.XXX.XXX-X, residente e domiciliada na Rua X, nº XX, Bairro X, Niterói/RJ, CEP XXXXX-XXX, endereço eletrônico: [email protected], vem, por meio de seu advogado infra-assinado, com endereço profissional na Rua X, nº XX, Bairro X, Niterói/RJ, CEP XXXXX-XXX, endereço eletrônico: [email protected], com fulcro nos artigos 186 e 927 do Código Civil, bem como no art. 14 do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990), propor a presente:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

Em face da empresa de imagem **Clínica X**, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/XXXX-XX, com sede na Rua X, nº XX, Bairro X, Niterói/RJ, CEP XXXXX-XXX, endereço eletrônico: [email protected], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

A autora, no dia 07/02/2019, realizou um exame de ultrassonografia de abdome total na clínica ré, como parte do pré-operatório para uma cirurgia de abdominoplastia. O laudo emitido pela ré indicava que a vesícula biliar estava preenchida por cálculos, sendo o maior com 1,0 cm, e apresentava aspecto de vesícula escleroatrófica litiásica.

Diante do laudo, o médico responsável pela abdominoplastia recomendou que a autora consultasse um cirurgião geral para análise mais aprofundada. Após avaliação, o especialista concluiu pela necessidade de retirada da vesícula biliar, com base no laudo fornecido pela ré.

Após a realização de exames pré-operatórios, a autora foi submetida a uma cirurgia de colecistectomia por vídeo no dia 31/07/2019, no hospital Niterói D'or. Contudo, durante o procedimento, constatou-se que a vesícula biliar não estava presente em sua topografia habitual, fato confirmado por ultrassonografia intra-operatória.

Assim, a cirurgia foi encerrada sem a realização do procedimento inicialmente planejado. A autora foi submetida a uma cirurgia desnecessária, com todos os riscos inerentes, incluindo anestesia geral, possibilidade de infecções e complicações pós-operatórias.

O erro no laudo emitido pela ré causou à autora sofrimento físico e psicológico, além de expô-la a riscos desnecessários, configurando falha na prestação do serviço e ensejando o dever de indenizar.

DO DIREITO

A responsabilidade da ré está amparada no art. 14 do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990), que estabelece a responsabilidade objetiva dos fornecedores de serviços pelos danos causados aos consumidores, independentemente de culpa, salvo comprovação de inexistência de defeito ou culpa exclusiva do consumidor.

O laudo equivocado fornecido pela ré induziu a autora a realizar uma cirurgia desnecessária, configurando falha na prestação do serviço. O art. 186 d"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação de indenização por danos morais ajuizada por A. F. dos S. em face da Clínica X. A autora alega que, em virtude de um erro no laudo médico emitido pela ré, foi submetida a uma cirurgia desnecessária, fato que lhe causou sofrimento físico e psicológico. Em sua peça inicial, a autora fundamenta seu pedido nos artigos 186 e 927 do Código Civil, bem como no art. 14 do Código de Defesa do Consumidor.

A ré, por sua vez, apresentou contestação, argumentando inexistência de culpa e alegando que os danos sofridos pela autora não teriam sido causados por falha em seus serviços.

II. Fundamentação

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 93, IX, estabelece que toda decisão judicial deve ser devidamente fundamentada. Assim, passo à análise do caso, considerando os fatos apresentados e os fundamentos legais aplicáveis.

1. Dos Fatos e da Falha na Prestação do Serviço

A responsabilidade civil da ré está amparada no art. 14 do Código de Defesa do Consumidor, que prevê a responsabilidade objetiva dos fornecedores de serviços pelos danos causados aos consumidores. A existência de erro no laudo médico, que motivou a realização de uma cirurgia desnecessária, configura falha na prestação do serviço, ensejando o dever de indenizar.

O art. 186 do Código Civil estabelece que "aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo". No presente caso, resta evidente o nexo causal entre a conduta da ré (erro no laudo) e os danos sofridos pela autora (cirurgia desnecessária e sofrimento moral).

2. Da Responsabilidade Objetiva

O Código de Defesa do Consumidor adota o regime de responsabilidade objetiva, ou seja, a comprovação de culpa não é necessária para a responsabilização do fornecedor nos casos de falha na prestação do serviço. A ré, contudo, não demonstrou que o erro no laudo decorreu de culpa exclusiva da autora ou de terceiro, nem que tomou todas as medidas necessárias para evitar o ocorrido.

3. Da Jurisprudência

A jurisprudência dos tribunais superiores é pacífica quanto ao dever de indenizar em casos de falha na prestação de serviços médicos. Destaco os seguintes entendimentos:

TJSP (4ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: "Falha na prestação dos serviços médicos hospitalares - Responsabilidade objetiva de clínicas e hospitais - Laudo pericial que confirma a falha - Dever de indenizar - Dano moral caracterizado."

TJSP (1ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: "Plano de saúde - Recusa de cobertura de procedimento cirúrgico - Dano moral configurado - Indenização fixada com base nos princípios da proporcionalidade e razoabilidade."

4. Da Indenização por Danos Morais

O erro no laudo médico gerou à autora sofrimento físico e psicológico, além de submetê-la aos riscos de uma cirurgia desnecessária. Tais circunstâncias transcendem o mero aborrecimento, configurando dano moral passível de reparação. O valor pleiteado de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) é adequado, considerando os princípios da proporcionalidade e razoabilidade.

III. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, e nos artigos 186 e 927 do Código Civil, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial para:

  1. Condenar a ré ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), corrigidos monetariamente desde o arbitramento e acrescidos de juros de mora desde a citação;
  2. Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% do valor da condenação, nos termos do art. 85 do CPC/2015.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

Niterói, ___ de __________ de 2023.

_______________________________
Juiz(a) de Direito


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