Modelo de Apelação Cível para redução da indenização por danos morais e concessão de gratuidade da justiça à apelante hipossuficiente, fundamentada no CPC/2015, CCB/2002 e CF/88

Publicado em: 22/04/2025 AdvogadoCivelProcesso Civil
Modelo de apelação cível em ação indenizatória por danos morais, com pedido de redução do valor da indenização fixada em sentença, considerando a hipossuficiência econômica da apelante, e requerimento de concessão da gratuidade da justiça, amparado pelo CPC/2015, artigos 98 e 1.010, e pelos dispositivos do Código Civil e Constituição Federal. Inclui preliminares, fundamentos jurídicos, jurisprudências e pedidos específicos para assegurar a razoabilidade, proporcionalidade e efetividade da prestação jurisdicional.

APELAÇÃO CÍVEL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca de [CIDADE/UF]
Processo nº: [número do processo]
Apelante: M. F. dos S. L.
Apelado: [Nome do Apelado, ex.: Estado ou parte adversa, conforme consta nos autos]

2. PRELIMINARES

DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
A Apelante, M. F. dos S. L., pessoa de baixa renda, requer, nos termos do CPC/2015, art. 98, a concessão dos benefícios da justiça gratuita, por não possuir condições de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família. Ressalta-se que a hipossuficiência financeira pode ser comprovada por declaração própria, conforme entendimento consolidado na jurisprudência pátria e nos termos da Lei 1.060/50.
Fechamento argumentativo: Assim, requer-se o recebimento da presente apelação com o deferimento da gratuidade da justiça, para que seja assegurado o acesso à jurisdição, em observância ao princípio constitucional da inafastabilidade da jurisdição (CF/88, art. 5º, XXXV).

3. DOS FATOS

A Apelante foi condenada, em sentença proferida nos autos da presente ação de indenização por danos morais, ao pagamento de valor indenizatório em favor da vítima, seu irmão, em razão de suposta prática de denunciação caluniosa. O juízo a quo fixou o valor da indenização em patamar elevado, desconsiderando a comprovada condição de hipossuficiência econômica da Apelante, que possui baixa renda e depende exclusivamente de proventos modestos para sua subsistência.
Ressalta-se que a Apelante não possui patrimônio relevante, tampouco condições de arcar com a quantia fixada sem comprometer sua dignidade e a de sua família, o que foi devidamente demonstrado nos autos por meio de documentos e declaração de hipossuficiência.
O valor arbitrado, portanto, mostra-se excessivo e desproporcional diante da realidade financeira da Apelante, afrontando os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, bem como os parâmetros fixados pela jurisprudência para casos análogos.
Fechamento argumentativo: Diante desse contexto fático, impõe-se a necessidade de readequação do valor da indenização, a fim de que seja compatível com a capacidade econômica da Apelante e atenda aos fins pedagógicos e reparatórios do instituto dos danos morais.

4. DO DIREITO

DA REDUÇÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
O ordenamento jurídico brasileiro prevê a reparação dos danos morais, nos termos do CCB/2002, art. 186 e art. 927, sempre que houver violação à honra, à imagem ou à dignidade da pessoa. Contudo, a fixação do quantum indenizatório deve observar os princípios da razoabilidade, proporcionalidade e equidade, de modo a evitar o enriquecimento sem causa da vítima e o empobrecimento excessivo do ofensor.
O CCB/2002, art. 944, parágrafo único, dispõe que “se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir equitativamente a indenização”. No caso em tela, a Apelante é pessoa de baixa renda, fato comprovado nos autos, o que impõe a necessidade de redução do valor fixado, para que a indenização não se torne fonte de injustiça ou de inviabilidade econômica.
A jurisprudência pátria é pacífica no sentido de que a capacidade financeira do ofensor deve ser considerada na fixação do valor da indenização por danos morais, em consonância com os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e da vedação ao enriquecimento sem causa (CCB/2002, art. 884).
DA CONCESSÃO DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Nos termos do CPC/20"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de Apelação Cível interposta por M. F. dos S. L. em face de sentença proferida nos autos de ação de indenização por danos morais, na qual foi condenada ao pagamento de valor indenizatório ao Apelado, seu irmão, em razão de suposta prática de denunciação caluniosa.
Alega a Apelante ser pessoa de baixa renda, não possuindo condições de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, bem como que o valor fixado a título de danos morais é excessivo diante de sua condição financeira, postulando, assim, a concessão da gratuidade da justiça e a redução do quantum indenizatório.

2. Fundamentação

2.1. Da Gratuidade da Justiça

Inicialmente, analiso o pedido de gratuidade da justiça. Nos termos do art. 98 do CPC/2015 e da Lei 1.060/50, a parte que comprovar insuficiência de recursos faz jus à gratuidade da justiça. No caso, a Apelante apresentou declaração de hipossuficiência e documentos que evidenciam sua baixa renda, sendo suficiente, consoante entendimento consolidado do STJ e deste Tribunal, para o deferimento do benefício, não havendo nos autos elementos concretos que infirmem tal alegação.
Ressalte-se que o acesso à justiça constitui direito fundamental (CF/88, art. 5º, XXXV), sendo vedado ao Estado criar óbices intransponíveis aos economicamente hipossuficientes.

2.2. Da Redução do Valor da Indenização por Danos Morais

O Código Civil, em seus arts. 186 e 927, assegura a reparação dos danos morais quando configurada a ofensa à honra, imagem ou dignidade da pessoa. Entretanto, a fixação do valor indenizatório deve observar os princípios da razoabilidade, proporcionalidade e equidade, a fim de evitar enriquecimento sem causa da vítima e onerosidade excessiva ao ofensor (CCB/2002, art. 944, parágrafo único).
No caso concreto, restou comprovado que a Apelante é pessoa de baixa renda, não possuindo patrimônio expressivo, sendo a quantia fixada na sentença incompatível com sua capacidade econômica, em afronta aos princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e à vedação ao enriquecimento sem causa (CCB/2002, art. 884).
A jurisprudência do E. TJSP orienta que a capacidade financeira do ofensor deve ser considerada na fixação do quantum indenizatório (Apelação Cível Acórdão/TJSP, Rel. Des. Hertha Helena de Oliveira, j. 10/12/2024; Apelação Cível Acórdão/TJSP, Rel. Des. Ronnie Herbert Barros Soares, j. 03/02/2025).
Destarte, entendo que a indenização fixada merece redução, adequando-se à realidade econômica da Apelante, sem afastar o caráter pedagógico e reparatório da condenação.

2.3. Do Conhecimento do Recurso

Presentes os requisitos de admissibilidade, conheço do recurso interposto.

3. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige a fundamentação das decisões judiciais, conheço e dou parcial provimento à Apelação para:
a) Deferir a gratuidade da justiça à Apelante, nos termos do art. 98 do CPC/2015;
b) Reduzir o valor da indenização por danos morais para quantia compatível com a condição econômica da Apelante, que fixo em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), valor este que atende aos princípios da razoabilidade, proporcionalidade e equidade, bem como ao caráter pedagógico e compensatório do instituto.
As custas processuais e honorários advocatícios serão suportados na forma da sucumbência recíproca, observando-se a gratuidade deferida.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

4. Referências Legislativas e Jurisprudenciais

Constituição Federal: art. 1º, III; art. 5º, XXXV; art. 93, IX.
Código Civil: arts. 186, 927, 944 (parágrafo único), 884.
Código de Processo Civil/2015: art. 98.
Lei 1.060/50.

Jurisprudências:
TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP, Rel. Des. Hertha Helena de Oliveira. J. em 10/12/2024.
TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP, Rel. Des. Ronnie Herbert Barros Soares. J. em 03/02/2025.

5. Conclusão

É como voto.



[Cidade], [Data].

_______________________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz(a) de Direito


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