Modelo de Defesa Prévia em Ação Penal: Introdução de Aparelho de Comunicação Móvel em Estabelecimento Prisional

Publicado em: 13/03/2025 Direito Penal Processo Penal
Apresentação de defesa prévia em ação penal movida pelo Ministério Público contra o réu acusado do crime previsto no artigo 349-A do Código Penal, referente à introdução de aparelho de comunicação móvel em presídio. A defesa alega ausência de dolo, coação irresistível, e requer a absolvição com base no art. 386 do CPP. Subsidiariamente, solicita a aplicação da pena mínima com atenuantes, além de benefícios da justiça gratuita. O documento também fundamenta-se em jurisprudências, princípios constitucionais e no direito à ampla defesa, requerendo audiência de instrução e julgamento.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE __________

Processo nº __________

PREÂMBULO

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, pedreiro, portador do RG nº __________ e inscrito no CPF sob o nº __________, residente e domiciliado na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, conforme instrumento de procuração em anexo, com endereço profissional na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua DEFESA nos autos da ação penal que lhe move o Ministério Público, com fundamento no artigo 349-A do Código Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

O acusado foi denunciado pela prática do crime previsto no artigo 349-A do Código Penal, sob a alegação de que teria, de forma deliberada, introduzido aparelho de comunicação móvel em estabelecimento prisional, sem autorização legal. Segundo a denúncia, o réu teria sido flagrado na posse de dois aparelhos celulares ao tentar ingressar no presídio __________, no dia ___/___/____.

O réu, no entanto, nega a prática do delito, afirmando que foi coagido por terceiros a transportar os aparelhos, sob grave ameaça à sua integridade física e de seus familiares. Além disso, sustenta que não possuía intenção de colaborar com a prática de qualquer ilícito.

DO DIREITO

Inicialmente, é necessário destacar que o crime previsto no artigo 349-A do Código Penal exige, para sua configuração, a comprovação do dolo específico, ou seja, a intenção deliberada de introduzir aparelho de comunicação móvel em estabelecimento prisional, sem autorização legal. A ausência de dolo afasta a tipicidade da conduta.

No caso em tela, o réu alega ter agido sob coação irresistível, conforme disposto no CP, art. 22, que prevê: "Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem". Assim, a coação irresistível exclui a culpabilidade do agente, devendo ser reconhecida a sua absolvição.

Ademais, a ausência de provas robustas que demonstrem a intenção do réu de colaborar com a prática de ilícitos no interior do estabelecimento prisional reforça a necessidade de absolvição. O ônus da prova incumbe à acusação, conforme o princípio da presunção de inocência, previsto no art. 5º, inciso LVII, da CF/88.

Ainda que se entenda pela configuração do delito, é imperioso que a dosimetria da pena observe os princípios da proporcionalidade e individualização da pena, previstos no CP, art. 59. Nesse sentido, eventual conden"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

VOTO DO MAGISTRADO

Trata-se de ação penal em que o réu, A. J. dos S., foi denunciado pela prática do crime tipificado no artigo 349-A do Código Penal, acusado de introduzir, sem autorização legal, aparelho de comunicação móvel em estabelecimento prisional. A defesa, por sua vez, alega coação irresistível e ausência de dolo, requerendo, portanto, sua absolvição.

ANÁLISE DOS FATOS

Conforme os autos, o réu foi flagrado com dois aparelhos celulares ao tentar ingressar no presídio __________ no dia ___/___/____. A defesa sustenta que o acusado agiu sob grave ameaça à sua integridade física e à de seus familiares, sendo coagido por terceiros. Alegou-se, ainda, a inexistência de intenção deliberada de colaborar com qualquer prática ilícita.

FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A análise do caso requer a aplicação de interpretação hermenêutica, considerando os princípios constitucionais e legais. A Constituição Federal, no artigo 5º, inciso LVII, consagra o princípio da presunção de inocência, estabelecendo que \"ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória\".

O crime previsto no artigo 349-A do Código Penal exige a comprovação de dolo específico, ou seja, a intenção deliberada do agente em introduzir aparelho de comunicação móvel em estabelecimento prisional, sem autorização legal. A ausência de dolo descaracteriza a tipicidade penal.

Ademais, o artigo 22 do Código Penal dispõe que \"se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem\". Sendo assim, comprovada a coação irresistível, exclui-se a culpabilidade do agente.

No caso em análise, as provas apresentadas não demonstraram, de forma inequívoca, o intento doloso do réu. Tampouco foi produzida qualquer evidência robusta que afastasse a alegação de coação irresistível. Nesse contexto, aplica-se o princípio do in dubio pro reo, em conformidade com o artigo 386, inciso VI, do Código de Processo Penal.

JURISPRUDÊNCIA APLICÁVEL

A jurisprudência orienta no sentido de que, na ausência de provas suficientes de dolo, deve prevalecer a presunção de inocência. Por exemplo:

  • APELAÇÃO CRIMINAL: \"Ausência de comprovação de dolo específico. Alegação de coação irresistível. Absolvição mantida.\" (TJSP, Apelação Criminal Acórdão/TJSP, Rel. Des. Marcelo Semer, J. em 03/11/2024).
  • APELAÇÃO CRIMINAL: \"Introdução de celular em presídio. Necessidade de comprovação de intenção dolosa. Absolvição em razão da ausência de provas suficientes.\" (TJSP, Apelação Criminal Acórdão/TJSP, Rel. Des. Xisto Albarelli Rangel Neto, J. em 18/10/2024).

CONCLUSÃO E DECISÃO

Diante do exposto, com fundamento no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, que determina que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, voto pela procedência do pedido da defesa, conhecendo o recurso interposto e julgando-o procedente para:

  1. Absolver o réu, A. J. dos S., com fundamento no artigo 386, incisos III e VI, do Código de Processo Penal, em razão da ausência de provas conclusivas quanto ao dolo específico e da alegação de coação irresistível;
  2. Determinar, caso aplicável, o arquivamento dos autos e a imediata liberação de eventuais restrições impostas ao réu;
  3. Registrar nos autos que, na hipótese de novos elementos probatórios, o Ministério Público poderá promover eventual revisão da presente decisão, respeitados os prazos legais e constitucionais.

DISPOSITIVO

Assim, julgo procedente o pedido formulado pela defesa, absolvendo o réu A. J. dos S. nos termos acima expostos. Intimem-se as partes para ciência e cumprimento.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

____________________________
Magistrado(a)
Juiz(a) de Direito


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