Modelo de Memoriais de Defesa em Processo Criminal por Falso Testemunho com Pedido de Absolvição com Base no Princípio do In Dubio Pro Reo

Publicado em: 28/03/2025 Direito Penal Processo Penal
Apresentação de memoriais de defesa em processo criminal contra A. R. D., acusado de falso testemunho (CP, art. 342). O documento argumenta a inexistência de dolo na conduta do réu e a insuficiência de provas para condenação, com base no princípio do in dubio pro reo e jurisprudências relevantes, requerendo a absolvição do denunciado.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CÂNDIDO GODOI/RS

Processo nº: ___________

MEMORIAIS DE DEFESA

A. R. D., já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado constituído, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar seus MEMORIAIS DE DEFESA, nos termos do CPP, art. 403, § 3º, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

PREÂMBULO

O denunciado foi acusado de cometer o crime de falso testemunho, tipificado no CP, art. 342, sob a alegação de que teria feito afirmação falsa em inquérito policial que apurava a tentativa de homicídio de Canísio Hartmann, bem como em relação a outro inquérito envolvendo direção de veículo automotor por pessoa com habilitação cassada. Contudo, a análise detalhada dos fatos e das provas demonstra que não há elementos suficientes para sustentar a acusação, devendo ser aplicado o princípio do in dubio pro reo.

DOS FATOS

Conforme consta na denúncia, no dia 18 de agosto de 2020, por volta das 09h30min, nas dependências da Delegacia de Polícia Civil de Cândido Godoi/RS, o denunciado teria feito afirmação falsa, como testemunha, em inquérito policial que apurava a direção de veículo automotor por pessoa com habilitação cassada. Além disso, no âmbito de outro inquérito policial, que investigava a tentativa de homicídio de Canísio Hartmann, o denunciado teria afirmado que, no dia 11 de abril de 2020, por volta das 17h55min, foi à casa de Adriano e conversou com ele, o que seria contraditório às declarações de outras testemunhas, como Dario Eisenbraum, Vitorino Kirichenco e Teresa Kirichenco.

Entretanto, ao analisar os depoimentos das testemunhas mencionadas, percebe-se que não há contradição suficiente para configurar o dolo necessário ao crime de falso testemunho. As declarações de Dario, Vitorino e Teresa não são conclusivas e, em alguns casos, corroboram a versão apresentada pelo denunciado.

DO DIREITO

O crime de falso testemunho, previsto no CP, art. 342, exige, para sua configuração, a demonstração inequívoca do dolo, ou seja, a intenção deliberada de faltar com a verdade. No caso em tela, não há elementos probatórios que comprovem que o denunciado tenha agido com dolo, sendo imperiosa a absolvição.

Conforme entendimento consolidado, "nenhuma acusação se presume provada" e "não compete ao réu demonstrar a sua inocência". É dever do órgão acusador apresentar provas robustas e inequívocas, o que não oco"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação penal onde o denunciado, A. R. D., foi acusado de cometer o crime de falso testemunho, tipificado no CP, art. 342. Os fatos narrados pela acusação referem-se a depoimentos prestados perante a autoridade policial em duas investigações: uma sobre tentativa de homicídio e outra relacionada à condução de veículo automotor por pessoa com habilitação cassada.

Após a instrução processual, com a análise das provas documentais e testemunhais, bem como os memoriais apresentados pela defesa, passa-se à análise do mérito.

Fundamentação

1. Princípios Constitucionais e Processuais

A CF/88, art. 5º, inciso LVII, estabelece que \"ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória\". Este princípio da presunção de inocência é reforçado pelo CPP, art. 386, VII, que determina a absolvição do réu nos casos em que não houver provas suficientes para a condenação.

Ademais, o princípio do in dubio pro reo impõe que, em caso de dúvida razoável sobre a culpabilidade do acusado, deve-se decidir em favor do réu.

2. Configuração do Crime de Falso Testemunho

O CP, art. 342 exige, para a configuração do crime de falso testemunho, a comprovação do dolo, ou seja, a intenção deliberada de faltar com a verdade. No presente caso, não há elementos probatórios suficientes que demonstrem, de forma inequívoca, que o denunciado tenha agido com intenção dolosa.

A análise dos depoimentos das testemunhas D. E., V. K. e T. K. revela que suas declarações não são conclusivas ou contraditórias a ponto de desmentir a versão apresentada pelo denunciado. Pelo contrário, em alguns aspectos, as declarações corroboram os fatos narrados por A. R. D.

3. Jurisprudência Aplicável

A jurisprudência é uníssona ao exigir a presença de provas robustas e inequívocas para a condenação por falso testemunho. Nesse sentido, cito:

  • TJSP (16ª Câmara de Direito Criminal) - Apelação Criminal Acórdão/TJSP: \"Falso testemunho. Absolvição por insuficiência probatória. Inexistência de elementos probatórios seguros para a condenação. Aplicação do princípio do in dubio pro reo.\"
  • TJRJ (Terceira Câmara Criminal) - Apelação Acórdão/TJRJ - RJ: \"Ausência de testemunhal conclusiva sobre pontos essenciais da instrução, comprometendo a essência do juízo de certeza exigido pela espécie.\"

Conclusão e Voto

Diante do exposto, considerando a insuficiência de provas para a comprovação do dolo necessário à configuração do crime de falso testemunho, bem como a aplicação dos princípios constitucionais da presunção de inocência e do in dubio pro reo, voto pela procedência do pedido defensivo para ABSOLVER o denunciado A. R. D., com fundamento no CPP, art. 386, VII.

É como voto.

Dispositivo

Ante o exposto, decido:

  1. Julgar procedente o pedido de absolvição do denunciado A. R. D., com fundamento no CPP, art. 386, VII;
  2. Determinar a comunicação imediata às partes e o arquivamento dos autos após o trânsito em julgado.

Cândido Godoi/RS, ___ de __________ de 2024.

Magistrado


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