Modelo de Réplica à Contestação em Ação Revisional de Contrato Bancário contra Banco do Brasil S.A.
Publicado em: 30/01/2024 ConsumidorEXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ____________
Processo nº: ____________
A. J. dos S., devidamente qualificado nos autos da presente ação revisional de contrato bancário que move em face de BANCO DO BRASIL S.A., também já qualificado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de seu advogado infra-assinado, apresentar sua RÉPLICA à contestação apresentada pela parte Ré, nos termos do art. 350 do CPC/2015, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos:
1. DOS FATOS
A parte Ré apresentou contestação alegando, em síntese, a impossibilidade de concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita, a incorreção do valor da causa, a inexistência de abusividade nos juros aplicados, a validade da capitalização de juros e a ausência de onerosidade excessiva. Além disso, sustentou a legalidade dos encargos moratórios e da comissão de permanência, bem como a impossibilidade de devolução de valores e de inversão do ônus da prova.
Entretanto, conforme será demonstrado a seguir, os argumentos da parte Ré carecem de fundamento jurídico e probatório, devendo ser rejeitados por este Juízo.
2. DO DIREITO
2.1. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
A parte Autora comprovou sua hipossuficiência financeira mediante declaração de pobreza, que possui presunção de veracidade (CPC/2015, art. 99, §3º). A alegação da Ré de que não foram apresentados comprovantes de rendimentos não se sustenta, uma vez que a declaração de hipossuficiência é suficiente para a concessão do benefício, salvo prova em contrário, que não foi apresentada pela Ré.
2.2. DA ABUSIVIDADE DOS JUROS REMUNERATÓRIOS
Conforme demonstrado na inicial, a taxa de juros aplicada pela Ré (4,99% ao mês) é significativamente superior à taxa média de mercado (2,88% ao mês) para operações similares, conforme dados do Banco Central do Brasil. Tal prática configura abuso de direito, nos termos do CDC, art. 39, V, e coloca o consumidor em desvantagem exagerada, violando o art. 51, IV do mesmo diploma legal.
Ademais, o controle judicial da abusividade dos juros remuneratórios é plenamente admitido, conforme entendimento consolidado no julgamento do REsp 1.061.530/RS pelo STJ.
2.3. DA CAPITALIZAÇÃO DE JUROS
A capitalização de juros, embora permitida em contratos bancários, deve ser expressamente pactuada, o que não ocorreu no presente caso. A ausência de cláusula expressa nesse sentido torna a prática ilegal, conforme entendimento do STJ (REsp 973.827/RS).