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Ação Rescisória e os Limites da Coisa Julgada

Publicado em: 27/11/2024 Processo Civil
Reflexão sobre os limites da coisa julgada em face da admissibilidade de ações rescisórias para alinhar decisões a entendimentos vinculantes definidos posteriormente.

A coisa julgada não é absoluta, sendo admitida a ação rescisória para adequar decisões ao entendimento vinculante definido após o trânsito em julgado, conforme previsto no CPC/2015.

Súmulas:
Súmula 401/STJ. O prazo decadencial para ação rescisória é contado do trânsito em julgado da última decisão sobre o caso.

Legislação:



CPC/2015, art. 966. Estabelece hipóteses de cabimento de ação rescisória, incluindo a violação manifesta de norma jurídica.
CF/88, art. 5º, XXXVI. Protege a coisa julgada e o ato jurídico perfeito.
Lei 10.522/2002, art. 19-E. Dispõe sobre a suspensão de exigibilidade de crédito tributário em casos de repercussão geral.

 


Informações complementares





TÍTULO:
COISA JULGADA, AÇÃO RESCISÓRIA E LIMITES À SEGURANÇA JURÍDICA



1. INTRODUÇÃO

A coisa julgada constitui uma das bases da segurança jurídica no ordenamento jurídico brasileiro. Contudo, a possibilidade de revisão de decisões transitadas em julgado por meio de ações rescisórias suscita debates quanto aos seus limites. Este texto explora as situações em que a segurança jurídica deve ceder espaço à necessidade de adequação a entendimentos vinculantes posteriores, buscando um equilíbrio entre estabilidade e justiça.


2. COISA JULGADA, AÇÃO RESCISÓRIA, LIMITES, SEGURANÇA JURÍDICA

A coisa julgada é o efeito jurídico que confere imutabilidade às decisões judiciais transitadas em julgado, nos termos do CF/88, art. 5º, XXXVI. Contudo, essa imutabilidade não é absoluta, admitindo-se exceções por meio da ação rescisória, regulamentada pelo CPC/2015, art. 966. A ação rescisória é cabível em hipóteses excepcionais, como a descoberta de prova nova ou a contrariedade a precedente vinculante.

Os limites da coisa julgada são discutidos especialmente em contextos de decisões que contrariam entendimentos fixados em repercussão geral ou recursos repetitivos. Nesses casos, o ordenamento busca equilibrar a segurança jurídica com o princípio da isonomia, permitindo a revisão de decisões que gerem distorções entre jurisdicionados. Entretanto, a utilização indiscriminada da ação rescisória pode gerar insegurança jurídica e instabilidade nas relações jurídicas.

O desafio está em determinar o ponto de equilíbrio entre a preservação da coisa julgada e a necessidade de corrigir decisões incompatíveis com novos entendimentos vinculantes. A jurisprudência vem estabelecendo critérios rígidos para evitar que a ação rescisória se torne um instrumento de banalização da coisa julgada, priorizando a excepcionalidade de sua aplicação.

Legislação:

  - CPC/2015, art. 966: Regula os casos de cabimento da ação rescisória.
  - CF/88, art. 5º, XXXVI: Garante a coisa julgada como direito fundamental.
  - CF/88, art. 103-A: Prevê a edição de súmulas vinculantes pelo STF.

Jurisprudência:

  Ação rescisória coisa julgada  

  Segurança jurídica limites  

  Precedente vinculante ação rescisória  


3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os limites da coisa julgada em face da admissibilidade de ações rescisórias demonstram a complexidade de equilibrar segurança jurídica e justiça. A aplicação criteriosa da ação rescisória preserva a estabilidade das relações jurídicas sem comprometer a coerência do ordenamento. Dessa forma, busca-se assegurar que decisões judiciais estejam em conformidade com entendimentos vinculantes, sem comprometer a confiança dos jurisdicionados no sistema jurídico.



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