Inclusão de Devedores em Cadastros de Inadimplentes Durante Execuções Fiscais: Análise Doutrinária, Jurisprudencial e Constitucional
Publicado em: 16/02/2025 Administrativo Execução FiscalTESE
A inclusão de devedores em cadastros de inadimplentes durante execuções fiscais é admissível, desde que haja decisão judicial que autorize tal medida, especialmente em casos envolvendo títulos executivos extrajudiciais. Essa posição foi consolidada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no âmbito de recurso especial submetido ao rito dos recursos repetitivos. (Link para o acórdão: Acórdão 197.8112.2000.1500)
UM ESTUDO DOUTRINÁRIO
A doutrina processualista enfatiza que a inclusão de devedores em cadastros de inadimplentes durante execuções fiscais configura uma medida coercitiva voltada a garantir a satisfação do crédito público. Essa prática, amplamente debatida, encontra respaldo na teoria da execução como instrumento de efetividade processual, sendo vista como uma alternativa menos onerosa e mais eficaz do que outras formas de constrição patrimonial, como penhora ou arresto. Doutrinadores como Fredie Didier Jr. destacam que o uso de tais mecanismos deve observar rigorosamente os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, evitando excessos ou violações a direitos fundamentais.
UM COMENTÁRIO EXPLICATIVO
A decisão do STJ reflete a necessidade de uniformizar o entendimento jurisprudencial sobre o tema, visando maior segurança jurídica e previsibilidade nos processos de execução fiscal. A medida de inclusão em cadastros de inadimplentes não apenas estimula o cumprimento voluntário da obrigação pelo devedor, mas também contribui para a celeridade processual. No entanto, tal prática deve ser acompanhada de controle judicial efetivo, para evitar abusos que possam comprometer a dignidade do devedor ou gerar danos desproporcionais.
FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL
CF/88, art. 5º, incisos XXXV (acesso à justiça) e LIV (princípio do devido processo legal).
FUNDAMENTO LEGAL
CPC/2015, art. 782, §3º, que permite a inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes como medida coercitiva.
SÚMULAS APLICÁVEIS
Não foram identificadas súmulas diretamente aplicáveis ao caso concreto. Contudo, a Súmula 375/STJ, que trata da presunção de fraude à execução, pode ser tangencialmente relevante para casos em que a inclusão nos cadastros decorra de tentativa do devedor em frustrar a execução.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A decisão do STJ tem relevância marcante para o sistema jurídico brasileiro, pois consolida entendimento sobre a possibilidade de inclusão de devedores em cadastros de inadimplentes no âmbito de execuções fiscais. Essa medida pode ter reflexos significativos na eficiência dos processos de recuperação de créditos públicos, além de impactar a conduta dos devedores perante a Administração Pública. Contudo, é necessário um equilíbrio entre os interesses da Fazenda Pública e a proteção dos direitos fundamentais dos executados, sob pena de violação de garantias constitucionais. No futuro, espera-se que o tema continue a ser debatido, especialmente quanto aos limites e à aplicação prática da medida em diferentes contextos.
ANÁLISE DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS E CONSEQUÊNCIAS PRÁTICAS
A fundamentação jurídica da decisão está alinhada ao papel do Estado em garantir a efetividade das execuções fiscais e à necessidade de mecanismos que assegurem o adimplemento das obrigações tributárias. Contudo, a argumentação baseia-se fortemente no princípio da eficiência administrativa, o que pode gerar controvérsias em relação a direitos fundamentais como a privacidade e a dignidade do devedor. Do ponto de vista prático, a medida tende a reduzir a litigiosidade e a estimular acordos extrajudiciais, mas também pode acarretar questionamentos judiciais sobre eventuais abusos ou excessos na inscrição de devedores. O impacto da decisão será sentido tanto no âmbito jurídico quanto econômico, especialmente na recuperação de créditos fiscais.
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