Modelo de Ação de Compensação Ambiental por Danos em Área de Preservação Permanente (APP), com Pedido de Recuperação e Indenização Contra Empresa Poluidora

Publicado em: 23/06/2023 Meio Ambiente
A presente Petição Inicial trata de uma Ação de Compensação Ambiental movida por proprietário de imóvel rural contra a Empresa XYZ Ltda. A ação fundamenta-se na identificação de danos ambientais graves decorrentes de atividades de exploração mineral realizadas pela ré em área de preservação permanente (APP), sem autorização ambiental. O autor pleiteia a recuperação integral das áreas degradadas ou, subsidiariamente, o pagamento de compensação ambiental, além de indenização por danos morais coletivos. A fundamentação jurídica baseia-se na Constituição Federal (art. 225, §3º), Lei nº 9.985/2000 (SNUC), e na responsabilidade objetiva estabelecida pela Lei nº 6.938/1981, incluindo entendimento consolidado no Tema 1.204/STJ.

PETIÇÃO INICIAL

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ___

AÇÃO DE COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Nome do Autor: A. J. dos S., brasileiro, solteiro, engenheiro ambiental, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua X, nº 123, Bairro Y, Cidade Z, Estado W, endereço eletrônico: [email protected].

Nome do Réu: Empresa XYZ Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº XX.XXX.XXX/XXXX-XX, com sede na Avenida A, nº 456, Bairro B, Cidade C, Estado D, endereço eletrônico: [email protected].

DOS FATOS

O autor, na qualidade de proprietário de imóvel rural localizado na área de preservação ambiental do município de X, constatou que a ré, Empresa XYZ Ltda., realizou atividades de exploração mineral sem a devida autorização ambiental, causando danos irreparáveis ao ecossistema local. Tais atividades resultaram na destruição de áreas de preservação permanente (APPs), comprometendo a fauna e a flora da região.

Apesar de diversas notificações emitidas pelo órgão ambiental competente, a ré não tomou as providências necessárias para a recuperação das áreas degradadas, demonstrando total descaso com a legislação ambiental vigente. Diante disso, o autor busca a reparação dos danos causados, mediante a devida compensação ambiental, conforme previsto na legislação brasileira.

DO DIREITO

A presente ação encontra fundamento no art. 225, §3º, da CF/88, que estabelece a responsabilidade objetiva pelos danos causados ao meio ambiente, impondo ao poluidor o dever de reparar os prejuízos causados. Além disso, a Lei nº 9.985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), prevê a compensação ambiental como medida para mitigar os impactos ambientais decorrentes de atividades degradadoras.

A responsabilidade ambiental possui natureza propter rem, conforme entendimento consolidado no Tema 1.204/STJ, sendo possível exigir a reparação do atual proprietário ou possuidor, bem como dos anteriores, à escolha do credor. Tal responsabilidade é objetiva, dispensando a comprovação de culpa, bastando a demonstração do nexo causal entre a conduta e o dano ambiental.

Ademais, o art. 14, §1º, da Lei nº 6.938/1981 reforça a obrigação de reparar os danos ambientais, independentemente da existência de culpa, sendo esta uma medida essencial para garantir a preservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida.

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

1. Dos Fatos

O autor, A. J. dos S., proprietário de um imóvel rural localizado em área de preservação ambiental no município de X, ajuizou a presente ação contra a Empresa XYZ Ltda., em razão de atividades de exploração mineral realizadas pela ré sem a devida autorização ambiental. Estas atividades resultaram na destruição de áreas de preservação permanente (APPs), causando danos irreparáveis ao ecossistema local, comprometendo a fauna e a flora da região.

Apesar de notificações emitidas pelo órgão ambiental competente, a empresa ré não tomou as medidas necessárias para a recuperação das áreas degradadas, demonstrando descaso com a legislação ambiental. Em decorrência do impacto ambiental gerado, o autor busca a reparação dos danos, requerendo a recuperação das áreas afetadas ou, subsidiariamente, a compensação ambiental.

2. Do Direito

A responsabilidade da ré encontra fundamento no art. 225, §3º, da Constituição Federal de 1988, que estabelece a responsabilidade objetiva pelos danos causados ao meio ambiente, impondo ao poluidor o dever de reparar os prejuízos. Complementa-se esse entendimento com o art. 14, §1º, da Lei nº 6.938/1981, que também prevê a responsabilidade objetiva, bastando demonstrar o nexo causal entre a conduta e o dano causado.

Além disso, a Lei nº 9.985/2000 (SNUC) prevê a compensação ambiental como medida para mitigar os impactos de atividades degradadoras. Essa responsabilidade é de natureza propter rem, conforme consolidado pelo Tema 1.204 do STJ, o que permite a cobrança da reparação do atual proprietário, possuidor anterior ou sucessores.

Jurisprudências relevantes reforçam essa interpretação. Por exemplo, decisões do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinam a necessidade de recuperação ambiental e a possibilidade de responsabilização objetiva por danos ao meio ambiente, independentemente de culpa.

3. Dos Pedidos

O autor requer:

  • A citação da ré para apresentar contestação no prazo legal;
  • A condenação da ré à recuperação integral das áreas degradadas, por meio de projeto de recomposição ambiental aprovado pelo órgão competente;
  • Subsidiariamente, a condenação da ré ao pagamento de compensação ambiental, nos termos do art. 36 da Lei nº 9.985/2000;
  • A condenação da ré ao pagamento de indenização por danos morais coletivos;
  • A condenação da ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios;
  • A realização de audiência de conciliação, em conformidade com o art. 319, VII, do CPC/2015.

4. Conclusão

Diante dos fatos apresentados, a ação busca garantir a reparação dos danos ambientais causados pela ré, seja por meio da recuperação ambiental das áreas degradadas, seja pelo pagamento de compensação ambiental e indenização por danos morais coletivos. O valor da causa foi atribuído em R$ 500.000,00.


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