Modelo de Ação de Exigir Contas contra Inventariante Removida por Inércia e Apropriação Indevida de Valores do Espólio

Publicado em: 08/12/2023 CivelProcesso Civil Sucessão
Petição inicial de ação de exigir contas, fundamentada nos artigos 550 e 618, VII, do CPC/2015, em face de inventariante removida por decisão judicial devido à inércia no andamento do inventário e apropriação indevida de valores do espólio. O autor, herdeiro legítimo, busca a prestação de contas sobre a gestão do patrimônio deixado pelo de cujus, com pedidos para apuração de eventual saldo devedor, condenação da ré, e demais consequências legais. Inclui embasamento jurídico, jurisprudências relevantes e detalhamento dos pedidos.

AÇÃO DE EXIGIR CONTAS

(em face de inventariante removida)

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de ____________.

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, estudante, portador do CPF nº ____________, residente e domiciliado na Rua ____________, nº ____, Bairro ____________, Cidade ____________, Estado ____________, CEP ____________, endereço eletrônico ____________, por seu advogado que esta subscreve, com escritório profissional localizado na Rua ____________, nº ____, Bairro ____________, Cidade ____________, Estado ____________, CEP ____________, endereço eletrônico ____________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 550 e seguintes do CPC/2015, propor a presente:

AÇÃO DE EXIGIR CONTAS

Em face de M. F. de S. L., brasileira, viúva, inventariante removida, portadora do CPF nº ____________, residente e domiciliada na Rua ____________, nº ____, Bairro ____________, Cidade ____________, Estado ____________, CEP ____________, endereço eletrônico ____________, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

O autor é filho único do de cujus, Sr. ____________, falecido em __/__/____, deixando como herança um acervo patrimonial considerável. A ré, viúva do de cujus, foi nomeada inventariante no processo de inventário nº ____________, em trâmite perante este Juízo.

Contudo, a ré foi removida da função de inventariante por decisão judicial, em razão de sua inércia no andamento do inventário e pela apropriação indevida de valores pertencentes ao espólio. Apesar da remoção, a ré não apresentou as contas relativas à sua gestão como inventariante, descumprindo o dever legal previsto no CPC/2015, art. 618, VII.

O autor, como herdeiro legítimo, busca a devida prestação de contas para apurar os atos de administração praticados pela ré durante o período em que exerceu a inventariança, bem como para verificar eventual prejuízo ao patrimônio do espólio.

DO DIREITO

Nos termos do CPC/2015, art. 550, a ação de exigir contas é cabível quando houver relação jurídica que imponha a uma das partes o dever de prestar contas à outra. No caso em tela, a ré, na qualidade de inventariante, tinha o dever legal de prestar contas de sua gestão, conforme disposto no CPC/2015, art. 618, VII.

O inventariante é responsável pela administração do patrimônio do espólio e deve zelar pela preservação e correta destinação dos bens inventariados. A ausência de prestação de contas configura violação ao princípio da boa-fé processual (CPC/2015, art. 5º) e compromete a transparência necessária à administração"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de Ação de Exigir Contas, proposta por A. J. dos S., em face de M. F. de S. L., inventariante removida, com o objetivo de compelir a ré a prestar contas referentes à sua gestão durante o período em que exerceu a inventariança do espólio do de cujus.

Conforme consta nos autos, a ré foi destituída da função de inventariante por decisão judicial, em razão de irregularidades na administração do espólio, incluindo inércia processual e apropriação indevida de valores patrimoniais. Não obstante a remoção, a ré não cumpriu o dever legal de prestar contas, conforme previsto no CPC/2015, art. 618, VII, obrigando o autor, herdeiro legítimo, a propor a presente ação.

Fundamentação

A presente decisão fundamenta-se no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que dispõe sobre a exigência de motivação de todas as decisões judiciais. No caso em comento, a pretensão do autor encontra respaldo nos seguintes fundamentos jurídicos e legais:

1. Da Obrigação de Prestar Contas

Nos termos do art. 550 do CPC/2015, é cabível a ação de exigir contas quando houver uma relação jurídica que imponha tal obrigação. A ré, enquanto inventariante, estava vinculada ao dever legal de prestar contas acerca de sua gestão, conforme expressamente previsto no art. 618, VII, do mesmo diploma legal.

A ausência de prestação de contas compromete os princípios da boa-fé processual (art. 5º do CPC/2015) e da transparência na administração do espólio, além de impossibilitar o autor de verificar eventual prejuízo ao patrimônio comum.

2. Da Jurisprudência Aplicável

O Superior Tribunal de Justiça já consolidou entendimento de que a ação de exigir contas pode ser proposta autonomamente, independentemente de sua previsão incidental no processo de inventário (REsp Acórdão/STJ). Ademais, a obrigação de prestar contas é inerente à função de inventariante, subsistindo mesmo após eventual remoção judicial.

Esse entendimento é corroborado por precedentes do TJSP, que reconhecem o interesse processual do herdeiro em exigir contas quando há indícios de irregularidades na administração do espólio (Apelação Cível Acórdão/TJSP).

3. Da Doutrina

A doutrina é uníssona ao afirmar que a prestação de contas é um mecanismo essencial para assegurar a fiscalização da gestão patrimonial e proteger os direitos dos herdeiros. Ao permitir a apuração de eventual saldo devedor, garante-se a reparação de prejuízos causados ao espólio.

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, e nos arts. 550 e 618, VII, do CPC/2015, julgo procedente o pedido formulado na inicial, para:

  1. Determinar que a ré, M. F. de S. L., preste contas de sua gestão como inventariante no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de apuração do saldo devedor em favor do espólio;
  2. Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, conforme o art. 85, § 2º, do CPC/2015;
  3. Autorizar a produção de todas as provas necessárias ao deslinde da controvérsia, especialmente documental e testemunhal, caso necessário.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

Conclusão

Com estas razões, voto por conhecer do pedido e dar-lhe procedência, nos termos acima expostos.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local e data.

__________________________________________

Magistrado


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