Modelo de Ação de Indenização por Danos Morais Decorrente de Prisão Indevida Contra o Estado
Publicado em: 23/11/2024 AdministrativoExcelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara da Fazenda Pública da Comarca de [Cidade/UF]
Requerente: [Nome do requerente - somente iniciais], [estado civil], [profissão], inscrito no CPF sob o nº [número], residente e domiciliado na [endereço completo], e-mail: [e-mail do requerente].
Requerido: Estado de [nome do Estado]
I - DOS FATOS
O Requerente foi injustamente submetido a uma prisão indevida em razão de falha do próprio sistema da Vara de Execuções Penais (VEP), que indicava que a pena do Requerente já estava prescrita. Contudo, mesmo diante dessa informação, o Requerente foi preso e submetido a audiência de custódia por duas vezes, tendo sua prisão mantida na primeira ocasião, sem justificativa plausível, em completo desacordo com o que o sistema da VEP apontava.
No dia seguinte, o Requerente foi novamente submetido a audiência de custódia, ocasião em que o representante do Ministério Público pediu pela soltura do Requerente, que inicialmente foi deferida pelo Juiz. No entanto, no mesmo momento, o Juiz revogou a própria decisão, sob o argumento de que o juiz anterior havia se manifestado de forma desfavorável à soltura, determinando a remessa dos autos ao juiz natural da causa, que demorou injustificadamente para determinar a liberdade do Requerente.
Durante esse período, o Requerente permaneceu em situação de extrema vulnerabilidade, sendo submetido às condições precárias do sistema prisional, que incluem superlotação, falta de higiene adequada e a convivência forçada com outros detentos, muitos dos quais condenados por crimes graves. A situação de privação de liberdade, além de causar sofrimento físico, gerou no Requerente um intenso abalo psicológico, visto que foi privado do convívio familiar e da sua rotina de trabalho, afetando sua estabilidade emocional e causando severos danos à sua saúde mental.
Além dos problemas de saúde decorrentes da situação de privação de liberdade, o Requerente também enfrentou um grande prejuízo à sua reputação. A notícia de sua prisão injusta repercutiu em sua comunidade e no ambiente de trabalho, gerando desconfiança e comprometendo sua imagem pessoal e profissional. Familiares e amigos ficaram apreensivos e abalados pela injustiça cometida, e o Requerente, após ser solto, teve dificuldade em retomar sua vida social e profissional devido ao estigma decorrente da prisão indevida.
Diante dessa situação, o Requerente permaneceu indevidamente privado de sua liberdade por um período superior ao necessário, sofrendo constrangimento, violação de sua dignidade e prejuízos psicológicos decorrentes da situação de incerteza e da restrição indevida de sua liberdade, resultando em um abalo moral significativo. A demora injustificada do juiz natural em determinar a soltura do Requerente é evidência clara de uma falha sistêmica na prestação jurisdicional, que trouxe consequências devastadoras ao Requerente e sua família, afetando diretamente seu direito fundamental à liberdade e à dignidade humana.
II - DO DIREITO
A Constituição Federal, em seu art. 5º, caput, assegura a todos os cidadãos o direito à liberdade e à dignidade, direitos estes que foram violados pela conduta do Estado, que manteve o Requerente preso indevidamente, mesmo após a constatação da prescrição de sua pena pelo sistema da VEP. Assim, restou configurada a responsabilidade civil do Estado por falha na prestação do serviço público, conforme previsto no CF/88, art. 37, § 6º.
Nos termos do CCB/2002, art. 186, aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, causar dano a outrem, comete ato ilícito e deve reparar o dano causado. No caso em tela, a falha do Estado em reconhecer a prescrição da pena do Requerente e a demora na sua liberação, mesmo após o reconhecimento pelo próprio Ministério Público da necessidade de soltura, configuram co"'>...