Modelo de Ação de Interdição com Pedido de Nomeação de Curadora em Favor de Idoso com Alzheimer em Estágio Avançado

Publicado em: 08/01/2024 Civel
Petição inicial de Ação de Interdição proposta pela filha única do interditando, fundamentada no art. 1.767, I, do Código Civil, e no art. 319 do Código de Processo Civil, visando à decretação de incapacidade civil de idoso diagnosticado com Doença de Alzheimer em estágio avançado. A requerente solicita sua nomeação como curadora, com base na ausência de cônjuge apto e no princípio da solidariedade familiar, para administrar os bens e zelar pelo bem-estar do pai, internado em casa de repouso. A petição também invoca os princípios do Estatuto da Pessoa Idosa e apresenta jurisprudências e doutrina que reforçam a necessidade de proteção integral ao idoso.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE [LOCALIDADE]

Distribuição por dependência

PREÂMBULO

Requerente: M. F. dos S., brasileira, solteira, administradora, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliada na Rua [endereço completo], e-mail: [email].
Requerido: J. A. dos S., brasileiro, casado, aposentado, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, atualmente internado na Casa de Repouso [nome da instituição], localizada na Rua [endereço completo].

A requerente, única filha do requerido, vem, por intermédio de seu advogado, com fundamento no art. 1.767, I, do Código Civil (CCB/2002), e no art. 319 do Código de Processo Civil (CPC/2015), propor a presente:

AÇÃO DE INTERDIÇÃO

Com pedido de nomeação de curadora, em face de seu pai, J. A. dos S., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

O requerido, J. A. dos S., atualmente com 75 anos de idade, foi diagnosticado com Doença de Alzheimer em estágio avançado, conforme laudos médicos anexados. Em razão do agravamento do quadro clínico, ele apresenta comprometimento cognitivo severo, sendo incapaz de gerir sua vida civil, administrar seus bens e tomar decisões relacionadas à sua saúde.

Diante dessa situação, o requerido foi internado na Casa de Repouso [nome da instituição], onde recebe os cuidados necessários. A mãe da requerente, S. M. dos S., com 70 anos de idade, concorda com a interdição, mas não possui condições físicas ou emocionais para assumir os cuidados do requerido.

O requerido é aposentado e recebe um benefício mensal que será integralmente utilizado para custear sua permanência na instituição de cuidados. A requerente, única filha, busca a nomeação como curadora para administrar os recursos financeiros e zelar pelo bem-estar do requerido.

DO DIREITO

A presente ação encontra fundamento no art. 1.767, I, do CCB/2002, que prevê a interdição de pessoas que, por enfermidade ou deficiência mental, não tenham o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil. O requerido, acometido pela Doença de Alzheimer em estágio avançado, enquadra-se perfeitamente nessa hipótese.

O art. 1.775 do CCB/2002 estabelece que, na ausência de cônjuge ou companheiro apto, a curatela deve ser atribuída a descendentes. Nesse caso, a requerente, única filha, é a pessoa mais indicada para exercer a curatela, tendo em vista sua proximidade e interesse legítimo em proteger os direitos e a dignidade de seu pai.

Ademais, o Estatuto da Pessoa Idosa (Lei 10.741/2003) reforça a necessidade de proteção integral às pessoas idosas, especialmente aquelas em situação de hipervulnerabilidade, como é o caso do requerido. O art. 3º, §2º, da referida lei, estabelece que as necessidades das pessoas idosas devem ser atendidas com prioridade.

...


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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de ação de interdição proposta por M. F. dos S., filha única do interditando J. A. dos S., com fundamento no art. 1.767, I, do Código Civil, e art. 319 do Código de Processo Civil, objetivando a decretação da interdição do requerido, diagnosticado com Doença de Alzheimer em estágio avançado.

Dos Fatos e Fundamentação Jurídica

A requerente demonstrou, por meio de laudos médicos anexados aos autos, que o requerido, atualmente com 75 anos, encontra-se em condição de comprometimento cognitivo severo, sendo incapaz de gerir sua vida civil e administrar seus bens. Essa condição o enquadra nas hipóteses previstas no art. 1.767, I, do Código Civil, que dispõe sobre a interdição de pessoas que, por enfermidade ou deficiência mental, não possuem discernimento para a prática dos atos da vida civil.

Observa-se ainda que o art. 1.775 do Código Civil estabelece que, na ausência de cônjuge apto, a curatela deve ser atribuída a descendentes, sendo a requerente a pessoa mais adequada para exercer tal função, diante de sua proximidade e do legítimo interesse em proteger os direitos e a dignidade de seu pai.

O Estatuto da Pessoa Idosa ( Lei 10.741/2003), em especial seu art. 3º, §2º, reforça a necessidade de proteção integral às pessoas idosas, priorizando suas necessidades, especialmente em situações de hipervulnerabilidade, como é o caso do requerido.

Análise Hermenêutica

Ao interpretar a legislação aplicável, é evidente que o instituto da curatela possui natureza protetiva, sendo voltado à salvaguarda dos direitos das pessoas incapazes. Conforme lecionam Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald, "a curatela não é um instrumento de supressão de direitos, mas de proteção, devendo ser aplicada proporcionalmente às necessidades do curatelado, em consonância com os princípios da dignidade da pessoa humana e da solidariedade familiar".

No presente caso, os elementos probatórios trazidos aos autos demonstram a incapacidade do requerido e a necessidade de nomeação de curador para zelar por sua saúde, bem-estar e administração de bens. A requerente, única filha, preenche os requisitos para o exercício dessa função, sendo evidente seu interesse legítimo e capacidade para tanto.

Da Jurisprudência

A jurisprudência pátria tem se posicionado no sentido de assegurar proteção ao idoso em situação de incapacidade, como se verifica nos seguintes precedentes:

  • TJSP (5ª Câmara de Direito Privado): Sentença que nomeou o filho único como curador de pessoa idosa com demência, conferindo poderes amplos para administração de bens e cuidados médicos. (Apelação Cível Acórdão/TJSP).
  • TJSP (6ª Câmara de Direito Privado): Decisão que determinou a realização de perícia médica na residência de idosa com Alzheimer, em respeito à sua dignidade. (Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP).
  • TJSP (8ª Câmara de Direito Privado): Decisão que nomeou curador provisório para idosa com Alzheimer e quadro depressivo grave. (Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP).

Do Dispositivo

À luz dos fatos narrados, fundamentos legais e constitucionais, bem como da análise hermenêutica apresentada, voto no sentido de:

  1. Julgar procedente o pedido formulado pela requerente, M. F. dos S., e decretar a interdição do requerido, J. A. dos S.;
  2. Declarar o requerido incapaz para os atos da vida civil, nos termos do art. 1.767, I, do Código Civil;
  3. Nomear a requerente como curadora do interditando, com poderes para administrar bens e zelar por sua saúde e bem-estar, conforme art. 1.775 do Código Civil;
  4. Determinar a expedição de termo de curatela em favor da requerente;
  5. Conceder a gratuidade de justiça, nos termos do art. 98 do CPC/2015.

Conclusão

Assim, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige fundamentação em todas as decisões judiciais, e nos dispositivos legais aplicáveis, voto pela procedência do pedido, conforme exposto.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[Localidade], [data].

____________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz de Direito


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