Modelo de Ação Declaratória de Inexistência de Débito Cumulada com Repetição de Indébito e Pedido de Tutela Antecipada contra Companhia de Saneamento Ambiental por Cobrança Indevida em Imóvel Desocupado
Publicado em: 17/10/2024 CivelConsumidorAÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
1. PREÂMBULO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do Juizado Especial Cível do Distrito Federal
A. J. dos S., brasileiro, solteiro, engenheiro civil, inscrito no CPF sob o nº 000.000.000-00, portador do RG nº 0.000.000 SSP/DF, endereço eletrônico: aj.santos@email.com, residente e domiciliado na Rua das Palmeiras, nº 123, Bairro Centro, Brasília/DF, CEP 70000-000, por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional situado na Rua das Acácias, nº 456, sala 12, Bairro Sul, Brasília/DF, CEP 70000-001, endereço eletrônico: advogado@escritorio.com.br, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente:
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
em face de CAESB – Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o nº 00.394.585/0001-00, com sede na Avenida Sibipiruna, Lote 13, Bairro Norte, Brasília/DF, CEP 70000-002, endereço eletrônico: atendimento@caesb.df.gov.br, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:
2. DOS FATOS
O Autor é proprietário do apartamento nº 101, localizado no Edifício Residencial Jardim das Águas, situado na Rua das Palmeiras, nº 123, Bairro Centro, Brasília/DF. Referido imóvel encontra-se fechado e desocupado desde janeiro de 2023, fato este de conhecimento da Ré, conforme informado em diversas comunicações administrativas.
Ocorre que, a despeito da ausência de consumo hídrico, a Ré passou a emitir faturas mensais com valores exorbitantes e incompatíveis com a realidade do imóvel. Em determinados meses, as contas apresentaram consumo até 15 vezes superior à média histórica, chegando a ultrapassar R$ 1.200,00, enquanto em outros meses os valores retornavam à média habitual de R$ 80,00.
Diante da anormalidade, o Autor buscou solução administrativa junto à CAESB, solicitando revisão das faturas e inspeção técnica no imóvel. A Ré, entretanto, limitou-se a afirmar que os valores cobrados seriam decorrentes de consumo efetivo, sem apresentar qualquer prova concreta ou realizar vistoria técnica adequada.
Inconformado, o Autor contratou empresa especializada em detecção de vazamentos (caça-vazamentos), que realizou inspeção minuciosa em toda a rede hidráulica do imóvel. O laudo técnico emitido atesta, de forma categórica, que não há qualquer avaria, vazamento ou irregularidade na rede interna do apartamento, o que afasta a hipótese de consumo anormal.
Assim, resta evidente que as cobranças realizadas pela Ré são indevidas e abusivas, configurando falha na prestação do serviço público essencial, o que enseja a presente demanda judicial para declaração de inexistência do débito, restituição dos valores pagos indevidamente e concessão de tutela antecipada para suspensão da exigibilidade das faturas questionadas.
3. DO DIREITO
A relação jurídica entre as partes é regida pelo Código de Defesa do Consumidor, nos termos do CDC, art. 2º e art. 3º, uma vez que o Autor é destinatário final do serviço prestado pela Ré, concessionária de serviço público essencial.
A responsabilidade da Ré é objetiva, nos termos do CDC, art. 14, sendo desnecessária a demonstração de culpa, bastando a comprovação do defeito na prestação do serviço e do dano suportado pelo consumidor. No caso em tela, a cobrança de valores desproporcionais e inconsistentes, sem justificativa técnica plausível, configura evidente falha na prestação do serviço.
O CDC, art. 6º, III, assegura ao consumidor o direito à informação adequada e clara sobre os serviços prestados, o que não foi observado pela Ré, que não apresentou justificativa técnica par"'>...