Modelo de Ação Declaratória e Indenizatória para Anulação de Pedido de Demissão por Síndrome do Pânico e Reconhecimento de Rescisão Indireta

Publicado em: 02/01/2025 Civel Trabalhista Processo do Trabalho
Proposta de Ação Declaratória e Indenizatória em face de empregador, visando à anulação de pedido de demissão realizado por trabalhadora acometida por síndrome do pânico em momento de extrema vulnerabilidade. O documento fundamenta o pedido com base na proteção à dignidade humana e na nulidade de atos com vício de consentimento, conforme previsão constitucional e legal, requerendo ainda a condenação ao pagamento de verbas rescisórias, indenização por danos morais e reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ___ VARA DO TRABALHO DE [CIDADE/UF]

[NOME DO AUTOR], já qualificado nos autos, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA E INDENIZATÓRIA

em face de [NOME DO RÉU], também já qualificado, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:

PREÂMBULO

O presente caso trata de uma trabalhadora que, acometida por **síndrome do pânico** e outros transtornos psicológicos, sentiu-se compelida a pedir demissão de seu emprego. Contudo, tal pedido foi realizado em um momento de extrema vulnerabilidade, sem que houvesse o devido suporte ou análise das condições de saúde da autora. Assim, busca-se a anulação do pedido de demissão, o reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho e a consequente reparação por danos morais.

DOS FATOS

A autora, Sra. [NOME COMPLETO], foi admitida pela reclamada em [DATA] para exercer a função de [CARGO], com dedicação e zelo. Durante o contrato de trabalho, a autora começou a apresentar sintomas de **transtornos psicológicos**, diagnosticados posteriormente como **síndrome do pânico**, conforme laudos médicos anexos.

O ambiente de trabalho, marcado por pressões excessivas, metas inalcançáveis e ausência de suporte emocional, agravou o quadro clínico da autora, culminando em episódios de crises de pânico e ansiedade severa. Em razão de sua condição, e sem orientação adequada, a autora, em momento de fragilidade, solicitou sua demissão em [DATA].

Posteriormente, ao buscar tratamento médico, constatou-se que a autora não possuía condições psicológicas para tomar decisões racionais naquele momento, sendo evidente que o pedido de demissão foi realizado sob influência de sua condição de saúde.

DO DIREITO

O pedido de demissão apresentado pela autora deve ser analisado sob a ótica da **vulnerabilidade do trabalhador** e da **proteção à saúde e dignidade humana**, conforme disposto na CF/88, art. 1º, III e art. 6º. A legislação trabalhista, em especial a CLT, art. 9º, prevê a nulidade de atos praticados com vícios de consentimento ou que resultem em prejuízo ao trabalhador.

No caso em tela, a autora, acometida por **síndrome do pânico**, não possuía plena capacidade de discernimento ao solicitar sua demissão. Tal situação caracteriza um vício de consentimento, conforme previsto no CCB/2002, art. 171, II, que dispõe sobre a anulabilidade de negócios jurídicos realizados sob coação, erro ou estado de necessidade.

Além disso, a ausência de suporte da reclamada, mesmo diante de sinais evidentes de deterioração da saúde mental da autora, configura **omissão culposa**, ensejando a responsabilidade civil da empresa pelos danos causados, nos termos do CCB/2002, art. 186 "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação trabalhista proposta por [NOME DO AUTOR], requerendo a declaração de nulidade do pedido de demissão, o reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho e a condenação da reclamada ao pagamento de indenização por danos morais, além das verbas trabalhistas correlatas.

Em síntese, a autora alega que, acometida por síndrome do pânico e outros transtornos psicológicos, solicitou sua demissão em momento de extrema vulnerabilidade emocional, sem discernimento pleno, agravado pelas condições do ambiente de trabalho. Invoca a aplicação dos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e da proteção à saúde do trabalhador.

Fundamentação

A análise dos autos demonstra que a autora, no momento em que solicitou sua demissão, estava acometida por transtornos psicológicos graves, diagnosticados como síndrome do pânico, conforme comprovado por laudos médicos. Tal situação caracteriza evidente vulnerabilidade, comprometendo sua capacidade de tomada de decisão.

A Constituição Federal de 1988 consagra, em seu artigo 1º, inciso III, a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos da República, além de assegurar, no artigo 6º, o direito à saúde como direito social. Esses princípios impõem que as relações de trabalho sejam pautadas pela proteção à dignidade do trabalhador, especialmente em situações de vulnerabilidade.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu artigo 9º, estabelece a nulidade de atos praticados com vícios que prejudiquem o trabalhador. No caso em apreço, o pedido de demissão da autora é manifestamente nulo, pois decorreu de sua condição de saúde debilitada, comprometendo sua capacidade de consentimento, conforme previsto no Código Civil, artigo 171, inciso II.

Ademais, a omissão da reclamada em prestar suporte adequado configura culpa por negligência, nos termos do artigo 186 do Código Civil, ensejando sua responsabilidade pelos danos causados. A jurisprudência consolidada do Tribunal Superior do Trabalho (TST) corrobora esse entendimento, conforme o precedente mencionado nos autos:

“Na hipótese, do quadro fático delineado pelo TRT, verifica-se que o Tribunal Regional afastou a justa causa imputada ao reclamante, por constatar (...) que o recorrido ao ser demitido (...) era portador de doença psicológica, CID F 32 - Episódios depressivos e F43 - Reações ao stress grave e transtornos de adaptação (...).” (TST, 8ª Turma, RRAg-Ag 633-59.2017.5.07.0013, Rel. Min. Delaide Alves Miranda Arantes, julgado em 09/10/2024, DJ 28/10/2024).

Portanto, resta configurado o dever da reclamada de reparar os danos morais sofridos pela autora, além do pagamento das verbas rescisórias decorrentes do reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho.

Dispositivo

Diante do exposto, com fundamento no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, julgo procedente o pedido da autora para:

  1. Declarar a nulidade do pedido de demissão realizado pela autora, com o consequente reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho;
  2. Condenar a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias devidas, incluindo aviso prévio, 13º salário proporcional, férias proporcionais acrescidas de 1/3 e FGTS com multa de 40%;
  3. Condenar a reclamada ao pagamento de indenização por danos morais, que arbitro em R$ 20.000,00 (vinte mil reais), considerando a gravidade do dano e a condição econômica das partes;
  4. Conceder à autora os benefícios da justiça gratuita, nos termos do artigo 98 do Código de Processo Civil de 2015;
  5. Determinar a expedição de alvarás para liberação dos depósitos fundiários à autora.

Condeno a reclamada ao pagamento das custas processuais, calculadas sobre o valor da condenação, ora arbitrado em R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[LOCAL], [DATA].

______________________________

[NOME DO MAGISTRADO]


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