Modelo de Ação Revisional de Contrato de Financiamento de Veículo: Pedido de Revisão de Cláusulas Abusivas e Restituição de Valores Indebidamente Cobrados
Publicado em: 09/11/2023 ConsumidorAÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE FINANCIAMENTO DE VEÍCULO
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE [LOCALIDADE]
[Nome completo do autor], [estado civil], [profissão], portador do RG nº [número] e CPF nº [número], residente e domiciliado à [endereço completo], endereço eletrônico [e-mail], por meio de seu advogado, com endereço profissional à [endereço completo do advogado], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE FINANCIAMENTO DE VEÍCULO
em face de [Nome completo da instituição financeira], pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº [número], com sede à [endereço completo], endereço eletrônico [e-mail], pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
DOS FATOS
O autor celebrou com a ré contrato de financiamento de veículo em [data], para aquisição do automóvel [marca/modelo], no valor de R$ [valor do veículo]. O contrato foi firmado com a aplicação de taxa de juros remuneratórios de [taxa mensal e anual], conforme consta na cláusula [número] do contrato.
Contudo, ao analisar as condições contratuais, verificou-se que a taxa de juros aplicada é significativamente superior à média de mercado para operações da mesma natureza, conforme dados disponibilizados pelo Banco Central do Brasil. Além disso, foram identificadas cobranças de tarifas e encargos que não possuem comprovação de prestação de serviço ou que configuram onerosidade excessiva.
Diante disso, o autor busca a revisão do contrato para adequação das cláusulas abusivas, com a devolução dos valores pagos indevidamente e a readequação das parcelas futuras.
DO DIREITO
A relação jurídica entre as partes é regida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), conforme dispõe o CDC, art. 2º e art. 3º, §2º, sendo aplicáveis os princípios da boa-fé objetiva e do equilíbrio contratual.
A abusividade na cobrança de juros remuneratórios acima da média de mercado afronta o CDC, art. 51, IV, que considera nulas as cláusulas contratuais que estabeleçam obrigações desproporcionais ao consumidor. Ademais, a Súmula 596 do STJ estabelece que as instituições financeiras estão submetidas às normas do CDC.
No que tange à capitalização de juros, esta somente é permitida quando expressamente pactuada, conforme a Medida Provisória 2.170-36/01 e o entendimento consolidado no STJ (REsp. 973.827/RS). No caso em tela, não há clareza quanto à pactuação da capitalização, o que evidencia a necessidade de revisão.
Quanto às tarifas bancárias, como a de avaliação de bem e seguro prestamista, a jurisprudência do STJ exige a comprovação da prestação efetiva do serviço, sob pena de devolução dos valores cobrados indevidamente. A ausência de comprovação caracteriza prática abusiva, conforme o CDC, art. 42.