Modelo de Alegações finais de defesa criminal requerendo rejeição da denúncia e absolvição do acusado por insuficiência de provas na contravenção penal do Decreto-Lei 3.688/1941, art. 21, com base no CPP e princípios co...

Publicado em: 28/04/2025 Direito Penal Processo Penal
Modelo de alegações finais na defesa criminal, solicitando a rejeição da denúncia por ausência de justa causa e insuficiência de provas, e, subsidiariamente, a absolvição do acusado conforme o CPP, art. 386, VII, fundamentado nos princípios do devido processo legal, presunção de inocência e in dubio pro reo, com respaldo em jurisprudência atualizada.

ALEGAÇÕES FINAIS – DEFESA
PEDIDO DE REJEIÇÃO DA DENÚNCIA E ABSOLVIÇÃO
ARTIGO 21 DO DECRETO-LEI 3.688/41

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de ___ do Tribunal de Justiça do Estado ___.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Denunciado: A. J. dos S., brasileiro, solteiro, motorista, portador do CPF nº 123.456.789-00, RG nº 12.345.678-9, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, Cidade/UF, CEP 00000-000.

Advogado: Dr. M. F. de S. L., inscrito na OAB/UF sob o nº 123.456, endereço eletrônico: [email protected], com escritório profissional na Av. das Palmeiras, nº 200, sala 10, Bairro Jardim, Cidade/UF, CEP 00000-000.

3. SÍNTESE DOS FATOS

O Ministério Público ofereceu denúncia em face de A. J. dos S., imputando-lhe a prática da contravenção penal prevista no Decreto-Lei 3.688/1941, art. 21, sob a alegação de que, em data e local especificados nos autos, teria praticado vias de fato contra a suposta vítima, sem, contudo, causar-lhe lesão corporal.

Durante a instrução processual, foram colhidos depoimentos das partes envolvidas e das testemunhas, bem como juntados documentos pertinentes. Ressalta-se, contudo, que não foi realizado exame de corpo de delito, tampouco foram apresentadas provas materiais ou testemunhais que corroborassem, de forma inequívoca, a versão acusatória. O acusado, em seu interrogatório, negou a prática dos fatos imputados, sustentando que não agiu de forma violenta, tampouco praticou qualquer conduta típica prevista no referido dispositivo legal.

Encerrada a instrução, os autos vieram conclusos para apresentação destas alegações finais pela defesa.

4. PRELIMINARES (SE HOUVER)

Não se vislumbra, no presente caso, qualquer vício processual capaz de ensejar nulidade absoluta ou relativa, tampouco cerceamento de defesa, uma vez que todas as oportunidades de manifestação e produção de provas foram asseguradas ao acusado, em estrita observância ao devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV e LV).

Ainda assim, caso Vossa Excelência entenda de modo diverso, requer-se que eventual nulidade seja reconhecida apenas se demonstrado efetivo prejuízo à defesa, em consonância com o princípio do pas de nullité sans grief (CPP, art. 563).

5. DO DIREITO

5.1. DA AUSÊNCIA DE PROVAS ROBUSTAS E DO PRINCÍPIO DO IN DUBIO PRO REO

O acusado responde pela suposta prática de vias de fato (Decreto-Lei 3.688/1941, art. 21), cuja configuração exige, minimamente, a demonstração inequívoca de conduta violenta, ainda que sem resultado lesivo. No entanto, a instrução processual revelou-se absolutamente frágil, carecendo de elementos probatórios capazes de sustentar um juízo condenatório.

O CPP, art. 155 estabelece que o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na fase investigatória. No caso em tela, a acusação não logrou êxito em produzir provas seguras e idôneas, limitando-se a versões conflitantes entre os envolvidos, sem testemunhas presenciais ou qualquer elemento material que corrobore a narrativa acusatória.

Ressalte-se que a palavra da suposta vítima, embora relevante, não possui presunção absoluta de veracidade, especialmente quando não amparada por outros elementos de convicção, conforme reiteradamente reconhecido pela jurisprudência. O princípio da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII) impõe à acusação o ônus de demonstrar, de forma cabal, a autoria e a materialidade do fato típico, não se admitindo condenação fundada em meras suposições ou presunções.

5.2. DA NECESSIDADE DE ABSOLVIÇÃO POR INSUFICIÊNCIA DE PROVAS

O CPP, art. 386, VII determina que o juiz absolverá o réu quando não houver prova suficiente para a condenação. No presente caso, a ausência de exame de corpo de delito, a inexistência de testemunhas presenciais e a fragilidade dos depoimentos colhidos tornam impossível afirmar, com o grau de certeza exigido, que o acusado praticou a conduta descrita na denúncia.

A doutrina e a jurisprudência são uníssonas ao afirmar que, diante de dúvidas razoáveis quanto à autoria ou materialidade do delito, deve prevalecer o princípio do in dubio pro reo, impondo-se a absolvição do acusado.

5.3. DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS

O processo penal brasileiro é regido por princípios fundamentais, dentre os quais destacam-se a dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), o devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV), a ampla defesa e o contraditório (CF/88, art. 5º, LV), bem como a presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII). Tais princípios impõem ao Estado o"'>...

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VOTO

Vistos, etc.

I. RELATÓRIO

Trata-se de ação penal em que A. J. dos S. foi denunciado como incurso nas sanções do Decreto-Lei 3.688/1941, art. 21, sob a acusação de que teria praticado vias de fato contra a suposta vítima, sem resultar lesão corporal, conforme narrado na denúncia do Ministério Público.

Durante a instrução processual, foram colhidos depoimentos das partes e testemunhas, além da juntada de documentos. Ressalta-se que não foi realizado exame de corpo de delito e não foram apresentadas provas materiais ou testemunhais que confirmassem, de modo inequívoco, a versão acusatória. O acusado negou a prática do fato imputado.

II. FUNDAMENTAÇÃO

1. Da Regularidade Processual

Não se verifica qualquer nulidade processual a ser sanada, tendo sido assegurados à defesa e à acusação o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa, conforme previsto na CF/88, art. 5º, LIV e LV. Todas as oportunidades de manifestação e produção de provas foram respeitadas, em observância ao devido processo legal.

2. Da Análise da Prova e do Direito

Conforme estabelece o CPP, art. 155, o juiz forma sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação.

No caso concreto, a instrução mostrou-se insuficiente para sustentar um juízo condenatório. A acusação baseou-se em versões conflitantes e desamparadas de provas materiais, não havendo testemunhas presenciais ou exame de corpo de delito que comprovem a materialidade do fato.

Destaco, ainda, que a palavra da suposta vítima, embora relevante, não possui presunção absoluta de veracidade quando não confirmada por outros elementos de prova. Conforme reiterada jurisprudência, a condenação criminal exige certeza quanto à autoria e materialidade, sob pena de violação ao princípio da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII).

3. Da Insuficiência de Provas e do Princípio do In Dubio Pro Reo

O CPP, art. 386, VII determina a absolvição do réu quando não houver prova suficiente para a condenação. O conjunto probatório dos autos revelou-se frágil e contraditório, restando dúvidas razoáveis quanto à autoria e materialidade do fato imputado ao acusado.

A jurisprudência é uníssona ao afirmar que, diante de dúvida razoável, deve prevalecer o princípio do in dubio pro reo, impondo-se a absolvição.

4. Dos Fundamentos Constitucionais

O processo penal é regido por princípios constitucionais como a dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), devido processo legal, ampla defesa, contraditório e presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LIV, LV e LVII). A ausência de provas concretas e a existência de versões contraditórias impõem a aplicação desses princípios, especialmente o in dubio pro reo.

5. Da Proibição de Condenação com Base em Presunções

Os tribunais superiores assentam que não se admite condenação criminal fundada em presunções ou meras suposições, sendo imprescindível a existência de provas seguras acerca da materialidade e autoria. A ausência desses elementos impõe a absolvição do acusado.

6. Da Jurisprudência

A jurisprudência dos Tribunais de Justiça, conforme destacado nas alegações finais, reforça o entendimento de que a insuficiência de provas, a ausência de exame de corpo de delito e a existência de versões contraditórias entre acusação e defesa acarretam a absolvição do acusado, com fulcro no CPP, art. 386, VII.

7. Da Fundamentação Obrigatória

Cumpre ressaltar que o presente voto é proferido em estrito cumprimento a CF/88, art. 93, IX, que determina a obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais.

III. DISPOSITIVO

Diante do exposto, JULGO IMPROCEDENTE a pretensão punitiva estatal e, com fundamento no CPP, art. 386, VII, ABSOLVO A. J. dos S. da imputação que lhe foi feita na denúncia, diante da insuficiência de provas para a condenação.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. RECURSOS

Considerando a natureza da sentença absolutória, conheço do recurso interposto, caso haja, e determino sua remessa à instância superior, na forma da lei.

V. DISPOSIÇÕES FINAIS

Em atenção a CF/88, art. 5º, LVII, permanece íntegra a presunção de inocência do acusado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, o que, no caso, não ocorreu.

Assim decido.

Cidade/UF, ___ de ____________ de 2024.

 

_______________________________________
Magistrado(a)


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