Modelo de Alegações Finais em Ação de Indenização por Danos Materiais, Morais e Estéticos por Erro Médico

Publicado em: 09/09/2024 CivelProcesso CivilConsumidor
Apresentação de alegações finais na ação de indenização proposta por Osvaldina Magnabosco Alves contra Patrício Contreras Piana, envolvendo erro médico em diagnóstico que resultou em cirurgia desnecessária e causou danos materiais, morais e estéticos. O documento detalha os fatos, fundamentos jurídicos com base no Código Civil e no Código de Defesa do Consumidor, os valores pleiteados e os pedidos, incluindo a condenação do requerido e a inversão do ônus da prova.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE DOIS VIZINHOS – PR

Processo nº: 0003113-05.2017.8.16.0079

OSVALDINA MAGNABOSCO ALVES, já qualificada nos autos da presente ação de Indenização por Danos Materiais, Morais e Estéticos, que move em face de PATRÍCIO CONTRERAS PIANA, também devidamente qualificado, vem, por meio de sua advogada infra-assinada, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, com fulcro no art. 364 do CPC/2015, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

PREÂMBULO

A presente demanda versa sobre erro médico cometido pelo Requerido, que, ao emitir diagnóstico equivocado, submeteu a Requerente a uma cirurgia desnecessária, causando-lhe danos materiais, morais e estéticos. A seguir, serão reiterados os fatos e fundamentos que demonstram a procedência do pedido inicial.

I. DOS FATOS

Conforme narrado na inicial, a Requerente, após apresentar fortes dores abdominais, náuseas e vômitos, foi submetida a um exame de ultrassonografia realizado pelo Requerido, que diagnosticou equivocadamente a existência de litíase vesicular. Baseando-se nesse diagnóstico, a Requerente foi submetida a uma cirurgia para retirada da vesícula, mesmo já tendo realizado tal procedimento há mais de 13 anos.

Após a cirurgia, descobriu-se que a Requerente não possuía vesícula, evidenciando o erro grosseiro do diagnóstico. Além disso, a real causa das dores era um cálculo no colédoco distal, que demandou nova intervenção cirúrgica, gerando ainda mais sofrimento e despesas à Requerente.

II. DO DIREITO

II.1. DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO REQUERIDO

O Requerido, na qualidade de médico, incorreu em negligência e imprudência ao emitir diagnóstico equivocado, violando o disposto no CCB/2002, art. 186 e art. 927. A responsabilidade civil do profissional liberal, conforme o CDC, art. 14, §4º, é subjetiva, exigindo a comprovação de culpa, o que restou amplamente demonstrado nos autos.

II.2. DA RELAÇÃO DE CONSUMO E INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Trata-se de relação de consumo, sendo aplicável o CDC, art. 6º, VIII, que prevê a inversão do ônus da prova em favor do consumidor, dada a hipossuficiência da Requerente e a verossimilhança de suas alegações.

II.3. DOS DANOS MATERIAIS

Os danos materiais sofridos pela Requerente totalizam R$ 16.130,00, referentes às despesas com as cirurgias desnecessárias e os juros do empréstimo contraído para custeá-las. Tais valores estão devidamente comprovados nos autos.

II.4. DOS DANOS MORAIS

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Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de Indenização por Danos Materiais, Morais e Estéticos, ajuizada por OSVALDINA MAGNABOSCO ALVES em face de PATRÍCIO CONTRERAS PIANA. A autora aponta erro médico consistente no diagnóstico equivocado emitido pelo réu, que resultou em cirurgia desnecessária e ocasionou danos materiais, morais e estéticos.

Conforme narrado nos autos, o diagnóstico incorreto levou a autora a submeter-se a uma cirurgia para retirada da vesícula, apesar de já não possuir tal órgão, o que gerou agravamento de seu estado de saúde, sofrimento e despesas não previstas.

Voto

I. Conhecimento do Recurso

O recurso interposto preenche os requisitos de admissibilidade, razão pela qual deve ser conhecido.

II. Fundamentação

O caso em análise versa sobre responsabilidade civil, cuja análise deve observar os preceitos constitucionais e legais aplicáveis.

II.1. Dos Fundamentos Constitucionais

O artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal de 1988, garante a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização por danos morais e materiais decorrentes de sua violação. Assim, a conduta imputada ao requerido, caso comprovada, representa violação à dignidade humana.

II.2. Dos Fundamentos Legais

Nos termos do Código Civil Brasileiro de 2002, o artigo 186 dispõe que "aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo". Já o artigo 927 prevê a obrigação de reparar o dano independentemente de culpa, quando a atividade desenvolvida implicar risco para terceiros.

Ademais, no âmbito das relações de consumo, aplica-se o artigo 14, §4º, do Código de Defesa do Consumidor, que estabelece a responsabilidade subjetiva dos profissionais liberais, exigindo a comprovação de culpa, o que restou demonstrado nos autos.

II.3. Da Relação de Consumo

A relação entre as partes caracteriza-se como relação de consumo, sendo aplicáveis as normas do Código de Defesa do Consumidor, especialmente o artigo 6º, inciso VIII, que prevê a inversão do ônus da prova em favor do consumidor, diante de sua hipossuficiência e da verossimilhança das alegações.

II.4. Dos Danos Alegados

  • Materiais: Os danos materiais, devidamente comprovados nos autos, totalizam R$ 16.130,00, relativos às despesas com a cirurgia desnecessária e os juros do empréstimo contraído pela autora.
  • Morais: A autora sofreu abalo psicológico e físico, configurando violação à sua dignidade. O valor de R$ 50.000,00 pleiteado a título de danos morais é razoável e proporcional.
  • Estéticos: As cicatrizes permanentes resultantes da cirurgia desnecessária caracterizam dano estético indenizável, conforme o artigo 949 do Código Civil, sendo adequado o valor de R$ 10.000,00 pleiteado pela autora.

III. Conclusão

Diante do exposto, considerando os fundamentos constitucionais e legais, bem como as provas constantes nos autos, voto pela procedência da ação, com a condenação do requerido ao pagamento dos seguintes valores:

  1. R$ 50.000,00 a título de danos morais;
  2. R$ 10.000,00 a título de danos estéticos;
  3. R$ 16.130,00 a título de danos materiais.

Além disso, voto pela inversão do ônus da prova, nos termos do artigo 6º, VIII, do CDC, e pela condenação do requerido ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do artigo 85, §2º, do CPC/2015.

Dispositivo

Ante o exposto, conheço do recurso e dou-lhe provimento para julgar procedente a ação, nos termos acima delineados.

É como voto.

[Assinatura do Magistrado]


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