Modelo de Apelação Cível: Nulidade de Sentença por Omissão de Justiça Gratuita e Ausência de Análise da Contestação em Ação de Fraude Bancária entre Consumidor e Banco Digital

Publicado em: 04/11/2024 Processo CivilConsumidor
Modelo de apelação cível interposta por consumidor em face de sentença que, em ação declaratória cumulada com indenização por danos materiais e morais contra banco digital devido a fraude bancária, deixou de analisar o pedido de assistência judiciária gratuita e os fundamentos da contestação. A peça destaca a nulidade absoluta da sentença por violação aos princípios constitucionais do contraditório, ampla defesa e devido processo legal, com fundamento nos arts. 5º, incisos XXXV, LIV e LV da Constituição Federal, arts. 99 e 489 do CPC e art. 14 do CDC, além de jurisprudência relevante. O recurso requer o reconhecimento da nulidade da sentença, remessa dos autos ao juízo de origem para regular apreciação dos pedidos e, subsidiariamente, a reforma da decisão para reconhecer a responsabilidade objetiva do banco pelos danos sofridos.

APELAÇÃO CÍVEL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]

Processo nº: [número do processo]

Apelante: R. F. dos S., brasileiro, solteiro, autônomo, portador do CPF nº [xxx.xxx.xxx-xx], RG nº [x.xxx.xxx-x], endereço eletrônico: [email do apelante], residente e domiciliado na Rua [endereço completo], CEP [xxxxx-xxx], [Cidade/UF].

Apelado: Banco Digital S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [xx.xxx.xxx/xxxx-xx], endereço eletrônico: [email do banco], com sede na Rua [endereço completo], CEP [xxxxx-xxx], [Cidade/UF].

2. PRELIMINARMENTE

DA NULIDADE DA SENTENÇA POR OMISSÃO QUANTO AO PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA E AUSÊNCIA DE ANÁLISE DA CONTESTAÇÃO

A sentença recorrida padece de nulidade absoluta por violação aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV), bem como por afronta ao devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV), uma vez que deixou de apreciar o pedido de concessão dos benefícios da justiça gratuita formulado pelo Apelante, além de não analisar os fundamentos e pedidos constantes da contestação apresentada.

O CPC/2015, art. 99, §2º, determina que o juiz, ao indeferir o pedido de gratuidade da justiça, deve oportunizar à parte a complementação de provas, o que não ocorreu no caso em tela. Ademais, a sentença foi proferida sem qualquer manifestação sobre os argumentos defensivos, configurando error in procedendo e cerceamento de defesa.

Dessa forma, requer-se, preliminarmente, o reconhecimento da nulidade da sentença, com a consequente remessa dos autos ao juízo de origem para regular apreciação dos pedidos e defesa do Apelante.

3. DOS FATOS

O Apelante, R. F. dos S., foi surpreendido com movimentações financeiras fraudulentas em sua conta bancária mantida junto ao Apelado, Banco Digital S.A. Ao perceber a fraude, buscou administrativamente a solução do problema, sem êxito, razão pela qual ajuizou ação declaratória cumulada com indenização por danos materiais e morais.

Na contestação, o Apelante apresentou robusta defesa, comprovando a inexistência de culpa e a falha na prestação dos serviços bancários, além de requerer expressamente a concessão dos benefícios da justiça gratuita, por não possuir condições financeiras de arcar com as custas processuais sem prejuízo de seu sustento.

Ocorre que, em sentença, o juízo a quo condenou o Apelante, sem sequer analisar o pedido de assistência judiciária e sem se manifestar sobre os argumentos e pedidos apresentados na contestação, limitando-se a julgar procedente o pedido do banco, em afronta ao devido processo legal e aos princípios do contraditório e da ampla defesa.

Ressalte-se que o Apelante, além de ter seu direito de defesa tolhido, foi privado do acesso à justiça, pois não teve analisado seu pedido de gratuidade, o que poderia alterar substancialmente o resultado do julgamento.

4. DO DIREITO

4.1. DA OBRIGATORIEDADE DE ANÁLISE DO PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

O CPC/2015, art. 99, §2º, dispõe que o juiz somente poderá indeferir o pedido de gratuidade da justiça se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais, devendo, antes, oportunizar à parte a complementação de provas. A ausência de manifestação sobre o pedido de justiça gratuita configura error in procedendo e afronta ao direito fundamental de acesso à justiça (CF/88, art. 5º, XXXV).

A jurisprudência consolidada do STJ e dos Tribunais Estaduais é no sentido de que a decisão que indefere ou deixa de apreciar o pedido de justiça gratuita sem oportunizar a complementação de documentos deve ser anulada, conforme Súmula 481/STJ.

4.2. DA NECESSIDADE DE ANÁLISE DOS ARGUMENTOS DA DEFESA

O CPC/2015, art. 489, §1º, I"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
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VOTO

Trata-se de apelação cível interposta por R. F. dos S. em face de sentença proferida nos autos em que figura como parte o Banco Digital S.A., que julgou procedente o pedido do Apelado, sem, entretanto, apreciar o pedido de assistência judiciária gratuita e tampouco analisar os argumentos e pedidos apresentados na contestação.

I. Relatório

O Apelante narra que foi vítima de fraude bancária, tendo buscado administrativamente a solução dos prejuízos, sem êxito, sendo compelido a propor ação declaratória cumulada com indenização por danos materiais e morais. Em sua defesa, além de impugnar os argumentos do Apelado, requereu expressamente a concessão dos benefícios da justiça gratuita, por não possuir condições de arcar com as custas processuais.

A sentença, entretanto, foi omissa quanto ao pedido de gratuidade da justiça e não enfrentou os argumentos constantes da contestação, restringindo-se a acolher os pedidos do Apelado.

II. Fundamentação

1. Da Preliminar de Nulidade da Sentença

De início, passo à análise da preliminar suscitada pelo Apelante, no sentido de nulidade da sentença por ausência de apreciação do pedido de assistência judiciária (CPC, art. 99, §2º) e omissão quanto à análise dos fundamentos da contestação (CPC, art. 489, §1º, IV).

Ressalte-se que a Constituição Federal, em seu art. 93, IX, exige que todas as decisões judiciais sejam motivadas, sob pena de nulidade. No caso dos autos, verifica-se que o Juízo de origem deixou de se manifestar sobre matéria expressamente suscitada pelo Apelante, qual seja, o pedido de concessão da gratuidade da justiça, e igualmente não analisou os fundamentos da defesa.

A ausência de manifestação judicial sobre o pedido de assistência judiciária configura error in procedendo, violando o direito fundamental de acesso à justiça (CF/88, art. 5º, XXXV) e os princípios do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV), conforme consolidado pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (Súmula 481/STJ) e dos Tribunais Estaduais.

Ademais, o art. 489, §1º, IV, do CPC, determina que a sentença deve enfrentar todos os argumentos deduzidos pelas partes, especialmente aqueles capazes de infirmar a conclusão adotada pelo julgador. O descumprimento desse dever acarreta nulidade absoluta da decisão, por cerceamento de defesa e afronta ao devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV).

Nesse sentido:

"A decisão que indefere pedido de justiça gratuita sem antes oportunizar a complementação de provas, nos termos do art. 99, §2º do CPC, configura error in procedendo e deve ser anulada..." (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP)

Portanto, cabível o reconhecimento da nulidade da sentença, com a remessa dos autos ao juízo de origem para regular apreciação do pedido de assistência judiciária e de todos os argumentos da contestação, de modo a assegurar o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa.

2. Da Responsabilidade Objetiva do Banco (Considerações)

Embora o exame do mérito reste prejudicado diante do reconhecimento da nulidade, registro que, havendo alegação de fraude bancária, a responsabilidade objetiva da instituição financeira, nos termos do CDC, art. 14, deve ser analisada à luz da prova dos autos, observando-se a necessidade de ampla instrução processual, inclusive quanto à participação ou não do consumidor no evento danoso.

III. Dispositivo

Ante o exposto, conheço do recurso de apelação e dou-lhe provimento para anular a sentença recorrida, determinando o retorno dos autos ao juízo de origem, a fim de que seja apreciado o pedido de assistência judiciária formulado pelo Apelante e os argumentos deduzidos em sua contestação, proferindo-se nova sentença devidamente fundamentada, nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal e art. 489 do Código de Processo Civil.

Fica prejudicada, por ora, a análise do mérito recursal.

IV. Conclusão

É como voto.

[Cidade], [data].

_______________________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz de Direito


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