Modelo de Apelação Cível: Nulidade de Sentença por Omissão de Justiça Gratuita e Ausência de Análise da Contestação em Ação de Fraude Bancária entre Consumidor e Banco Digital
Publicado em: 04/11/2024 Processo CivilConsumidorAPELAÇÃO CÍVEL
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]
Processo nº: [número do processo]
Apelante: R. F. dos S., brasileiro, solteiro, autônomo, portador do CPF nº [xxx.xxx.xxx-xx], RG nº [x.xxx.xxx-x], endereço eletrônico: [email do apelante], residente e domiciliado na Rua [endereço completo], CEP [xxxxx-xxx], [Cidade/UF].
Apelado: Banco Digital S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [xx.xxx.xxx/xxxx-xx], endereço eletrônico: [email do banco], com sede na Rua [endereço completo], CEP [xxxxx-xxx], [Cidade/UF].
2. PRELIMINARMENTE
DA NULIDADE DA SENTENÇA POR OMISSÃO QUANTO AO PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA E AUSÊNCIA DE ANÁLISE DA CONTESTAÇÃO
A sentença recorrida padece de nulidade absoluta por violação aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV), bem como por afronta ao devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV), uma vez que deixou de apreciar o pedido de concessão dos benefícios da justiça gratuita formulado pelo Apelante, além de não analisar os fundamentos e pedidos constantes da contestação apresentada.
O CPC/2015, art. 99, §2º, determina que o juiz, ao indeferir o pedido de gratuidade da justiça, deve oportunizar à parte a complementação de provas, o que não ocorreu no caso em tela. Ademais, a sentença foi proferida sem qualquer manifestação sobre os argumentos defensivos, configurando error in procedendo e cerceamento de defesa.
Dessa forma, requer-se, preliminarmente, o reconhecimento da nulidade da sentença, com a consequente remessa dos autos ao juízo de origem para regular apreciação dos pedidos e defesa do Apelante.
3. DOS FATOS
O Apelante, R. F. dos S., foi surpreendido com movimentações financeiras fraudulentas em sua conta bancária mantida junto ao Apelado, Banco Digital S.A. Ao perceber a fraude, buscou administrativamente a solução do problema, sem êxito, razão pela qual ajuizou ação declaratória cumulada com indenização por danos materiais e morais.
Na contestação, o Apelante apresentou robusta defesa, comprovando a inexistência de culpa e a falha na prestação dos serviços bancários, além de requerer expressamente a concessão dos benefícios da justiça gratuita, por não possuir condições financeiras de arcar com as custas processuais sem prejuízo de seu sustento.
Ocorre que, em sentença, o juízo a quo condenou o Apelante, sem sequer analisar o pedido de assistência judiciária e sem se manifestar sobre os argumentos e pedidos apresentados na contestação, limitando-se a julgar procedente o pedido do banco, em afronta ao devido processo legal e aos princípios do contraditório e da ampla defesa.
Ressalte-se que o Apelante, além de ter seu direito de defesa tolhido, foi privado do acesso à justiça, pois não teve analisado seu pedido de gratuidade, o que poderia alterar substancialmente o resultado do julgamento.
4. DO DIREITO
4.1. DA OBRIGATORIEDADE DE ANÁLISE DO PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
O CPC/2015, art. 99, §2º, dispõe que o juiz somente poderá indeferir o pedido de gratuidade da justiça se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais, devendo, antes, oportunizar à parte a complementação de provas. A ausência de manifestação sobre o pedido de justiça gratuita configura error in procedendo e afronta ao direito fundamental de acesso à justiça (CF/88, art. 5º, XXXV).
A jurisprudência consolidada do STJ e dos Tribunais Estaduais é no sentido de que a decisão que indefere ou deixa de apreciar o pedido de justiça gratuita sem oportunizar a complementação de documentos deve ser anulada, conforme Súmula 481/STJ.
4.2. DA NECESSIDADE DE ANÁLISE DOS ARGUMENTOS DA DEFESA
O CPC/2015, art. 489, §1º, I"'>...