Modelo de Contrarrazões de Apelação em Processo Criminal - Defesa contra Crimes de Desacato e Lesão Corporal

Publicado em: 02/10/2024 Direito Penal Processo Penal
Apresentação de contrarrazões de apelação interpostas pela defesa do réu condenado pelos crimes de desacato (art. 331 do CP) e lesão corporal de natureza grave (art. 129, §1º, do CP). O documento discute a ausência de dolo no desacato, insuficiência probatória quanto à lesão corporal e a desproporcionalidade na dosimetria da pena, com fundamento em jurisprudências e nos princípios da proporcionalidade e individualização da pena (art. 59, CP). Requer a manutenção da sentença ou a nova dosimetria da pena.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE __________

Processo nº: __________

Réu: [Nome do Réu, qualificação completa, CPF, endereço eletrônico, domicílio e residência].
Autor: Ministério Público.

CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO

[Nome do Réu], já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas CONTRARRAZÕES à apelação interposta pelo Ministério Público, com fundamento no art. 600 do Código de Processo Penal (CPP), pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

PREÂMBULO

Estas contrarrazões têm por objetivo impugnar os argumentos apresentados pelo Ministério Público no recurso de apelação, no qual se discute a condenação do Réu pelos crimes de desacato (art. 331 do CP) e lesão corporal (art. 129, §1º, do CP).

DOS FATOS

Consta nos autos que o Réu foi denunciado pela prática dos crimes de desacato e lesão corporal de natureza grave. Segundo a denúncia, o Réu teria ofendido verbalmente agentes públicos no exercício de suas funções e, em seguida, agredido fisicamente uma das vítimas, causando-lhe lesões graves.

Durante a instrução processual, foram colhidos depoimentos das partes envolvidas, testemunhas e laudos periciais que embasaram a sentença condenatória. Contudo, o Réu sustenta que os fatos não ocorreram da forma descrita na denúncia, havendo inconsistências no conjunto probatório.

DO DIREITO

A defesa do Réu apresenta os seguintes argumentos jurídicos para refutar o recurso interposto pelo Ministério Público:

1. DA AUSÊNCIA DE DOLO NO CRIME DE DESACATO

O art. 331 do Código Penal exige, para a configuração do crime de desacato, a presença de dolo específico, ou seja, a intenção de ofender a dignidade ou o decoro do funcionário público no exercício de suas funções. No caso em tela, as palavras proferidas pelo Réu não tiveram o intuito de desrespeitar os agentes públicos, mas foram ditas em um momento de exaltação emocional, sem a intenção de desacatar.

2. DA INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA QUANTO AO CRIME DE LESÃO CORPORAL

O art. 129, §1º, do Código Penal tipifica a lesão corporal de natureza grave, exigindo a comprovação inequívoca de que a conduta do agente resultou em perigo de vida, incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias, ou debilidade permanen"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Preâmbulo

Trata-se de recurso de apelação interposto pelo Ministério Público contra sentença que julgou improcedente a denúncia contra [Nome do Réu], acusado da prática dos crimes de desacato, previsto no art. 331 do Código Penal (CP), e lesão corporal de natureza grave, tipificada no art. 129, §1º, do CP. A questão posta à análise exige interpretação hermenêutica entre os fatos narrados e os fundamentos constitucionais e legais aplicáveis.

Relatório

Narra a denúncia que o Réu teria, em data e local especificados, proferido ofensas verbais contra policiais no exercício de suas funções e, posteriormente, agredido fisicamente uma das vítimas, causando-lhe lesões de natureza grave. Em sentença de primeiro grau, o magistrado entendeu pela improcedência da ação, considerando insuficiência probatória para a condenação.

O Ministério Público, inconformado com a decisão, alega, em síntese, que o conjunto probatório é suficiente para comprovar a materialidade e a autoria dos crimes, requerendo a reforma da sentença para a condenação do Réu.

Fundamentação

1. Da Análise dos Fatos e Provas

Conforme disposto no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988 (CF/88), "todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade". Assim, cumpre analisar os fatos e as provas constantes nos autos.

Durante a instrução processual, foram colhidos depoimentos contraditórios das partes envolvidas. Em relação ao crime de desacato, os testemunhos divergem quanto à intenção do Réu em ofender os agentes públicos. No que tange ao crime de lesão corporal, o laudo pericial não foi conclusivo quanto à gravidade das lesões, não preenchendo os requisitos descritos no art. 129, §1º, do CP.

2. Da Configuração do Crime de Desacato

O crime de desacato, tipificado no art. 331 do CP, exige a presença de dolo específico, isto é, a intenção de menoscabar a dignidade ou o decoro do funcionário público no exercício de suas funções. No caso concreto, as palavras atribuídas ao Réu foram ditas em um contexto de exaltação emocional, sem o objetivo de desrespeitar os agentes. Ademais, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) tem relativizado a aplicação do art. 331 do CP em observância à liberdade de expressão.

3. Da Insuficiência Probatória Quanto ao Crime de Lesão Corporal

O laudo pericial apresentado não forneceu elementos suficientes para comprovar que as lesões sofridas pela vítima se enquadram nas hipóteses de lesão corporal grave, conforme tipificado no art. 129, §1º, do CP. A ausência de comprovação inequívoca impede a formação de juízo condenatório, em respeito ao princípio do in dubio pro reo.

4. Dos Fundamentos Constitucionais e Legais

A decisão de primeiro grau encontra respaldo nos princípios constitucionais do devido processo legal (art. 5º, LIV, CF/88) e da presunção de inocência (art. 5º, LVII, CF/88). Além disso, a insuficiência probatória impede a aplicação de pena, em consonância com o art. 386, VII, do Código de Processo Penal (CPP), que determina a absolvição quando não houver provas suficientes para a condenação.

Dispositivo

Diante do exposto, e com fundamento no art. 93, IX, da CF/88, voto no sentido de negar provimento ao recurso interposto pelo Ministério Público, mantendo-se a sentença de primeiro grau que julgou improcedente a denúncia, diante da insuficiência de provas para a condenação do Réu.

É como voto.

Termos Finais

[Local], [Data].

___________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz de Direito


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