Modelo de Defesa com Juntada de Procuração em Caso de Transação Penal Recusada por Incapacidade Financeira do Réu

Publicado em: 31/07/2024 Direito Penal Processo Penal
Petição apresentada à Vara Criminal, por meio da qual o advogado do réu contesta a continuidade da persecução penal após a recusa da transação penal devido à incapacidade financeira do réu. O documento fundamenta-se na Constituição Federal e na Lei 9.099/1995, argumentando pela aplicação dos princípios da razoabilidade, proporcionalidade e dignidade da pessoa humana. Requer, ainda, a análise da condição econômica do réu e a possibilidade de readequação da proposta pelo Ministério Público.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE [CIDADE/ESTADO]

Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

Autor: Ministério Público

Réu: [NOME DO RÉU - EX.: A. J. dos S.]

PREÂMBULO

[NOME DO ADVOGADO], advogado regularmente inscrito na OAB sob o nº [NÚMERO], com escritório profissional situado à [ENDEREÇO COMPLETO], endereço eletrônico [EMAIL], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 5º, incisos XXXV e LV, da Constituição Federal de 1988, bem como nos arts. 76 e 77 da Lei 9.099/1995, apresentar:

DEFESA E JUNTADA DE PROCURAÇÃO

Em favor de [NOME DO RÉU - EX.: A. J. dos S.], já qualificado nos autos, nos termos a seguir expostos.

DOS FATOS

Trata-se de caso em que o Ministério Público propôs transação penal nos termos do art. 76 da Lei 9.099/1995, impondo como condição o pagamento de determinada quantia pecuniária. Contudo, o réu, pessoa de baixa renda, demonstrou não possuir condições financeiras para arcar com o valor proposto, o que resultou na recusa da transação penal.

Diante disso, o Ministério Público deu continuidade à persecução penal, oferecendo denúncia contra o réu, sob o argumento de descumprimento da proposta inicial. O réu, no entanto, busca demonstrar que a recusa não decorreu de má-fé, mas sim de sua incapacidade financeira, motivo pelo qual requer a análise do caso sob a ótica da razoabilidade e proporcionalidade.

DO DIREITO

A transação penal, prevista no art. 76 da Lei 9.099/1995, é um instituto despenalizador que visa à aplicação de medidas alternativas ao processo penal, desde que preenchidos os requisitos legais e aceitas as condições impostas. Contudo, a imposição de condições desproporcionais ou incompatíveis com a realidade econômica do réu viola os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e da igualdade (CF/88, art. 5º, caput).

A jurisprudência é pacífica ao reconhecer que a incapacidade financeira do réu para cumprir as condições impostas na transação penal não pode ser interpretada como má-fé ou descumprimento voluntário, devendo ser analisada no curso da instrução processual. Nesse sentido, a Súmula Vinculante 35 do STF estabelece que "a homologação da transação penal prevista na Lei 9.099/1995, art. 76 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial".

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I. RELATÓRIO

Trata-se de recurso interposto pelo réu, [NOME DO RÉU], diante da decisão que deu continuidade à persecução penal após a recusa da transação penal proposta pelo Ministério Público, sob o argumento de descumprimento das condições iniciais. O réu alega incapacidade financeira para cumprimento das condições impostas, requerendo a aplicação dos princípios constitucionais da razoabilidade e proporcionalidade.

II. FUNDAMENTAÇÃO

A) Dos Fatos e do Direito

A questão posta em análise refere-se à impossibilidade de cumprimento das condições da transação penal prevista no art. 76 da Lei 9.099/1995, em virtude da incapacidade financeira do réu. O instituto da transação penal tem natureza despenalizadora, devendo ser aplicado com observância aos direitos fundamentais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e da igualdade (CF/88, art. 5º, caput).

A imposição de condições desproporcionais ao réu viola o princípio da razoabilidade, especialmente quando demonstrada a ausência de má-fé na recusa da proposta inicial. Nesse sentido, o descumprimento involuntário da transação penal não pode ser interpretado como má-fé, conforme entendimento consolidado pela Súmula Vinculante 35 do STF.

B) Da Jurisprudência

A análise da jurisprudência reforça a necessidade de ponderação criteriosa quanto à aplicação da transação penal, considerando a realidade econômica do réu. Cito:

  • TJSP (2ª Câmara de Direito Criminal) - Apelação Criminal Acórdão/TJSP - Mongaguá: "A incapacidade financeira do réu deve ser analisada no curso da instrução, não podendo a recusa ser considerada má-fé."
  • TJSP (12ª Câmara de Direito Criminal) - Recurso em Sentido Estrito Acórdão/TJSP - Suzano: "O pedido de readequação de condições deve observar a razoabilidade e o poder requisitório do Ministério Público."

C) Da Aplicação Constitucional

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 93, IX, estabelece que todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. Neste caso, a fundamentação deve observar os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, garantindo que o réu não seja penalizado por circunstâncias alheias à sua vontade, como a incapacidade econômica.

Ademais, o princípio da dignidade da pessoa humana, previsto no art. 1º, III, da CF/88, deve ser o norteador para a solução deste litígio, assegurando que o processo penal não seja instrumento de opressão ao hipossuficiente.

III. DISPOSITIVO

Diante do exposto, em conformidade com os princípios constitucionais aplicáveis e o entendimento jurisprudencial consolidado, VOTO:

1. Conheço do recurso interposto pelo réu, porquanto preenchidos os requisitos de admissibilidade;

2. Dou provimento ao recurso para:

  1. Determinar a reanálise das condições da transação penal, observando a razoabilidade e a proporcionalidade, com base na condição econômica do réu;
  2. Conceder ao Ministério Público a oportunidade de readequação da proposta, assegurando que seja compatível com a realidade financeira do réu;
  3. Suspender a tramitação da denúncia até a conclusão da reanálise da proposta de transação penal.

É como voto.

IV. CONCLUSÃO

[CIDADE], [DATA].

____________________________
[NOME DO MAGISTRADO]
Juiz(a) de Direito


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