Modelo de Defesa Administrativa para Anulação de Multa de Trânsito por Ausência de Notificação Válida

Publicado em: 09/02/2024 Trânsito
Defesa administrativa apresentada contra multa de trânsito no valor de R$ 880,00, aplicada pela condução de veículo sem habilitação. O requerente alega ausência de notificação válida, conforme previsto no Código de Trânsito Brasileiro (art. 281 e art. 282, §1º) e nos princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV). O pedido inclui a anulação da multa, suspensão de cobrança até decisão final, e comprovação da expedição e entrega da notificação por parte da autoridade de trânsito. O documento cita jurisprudências relevantes e solicita audiência de conciliação, se necessário.

DEFESA ADMINISTRATIVA

PREÂMBULO

À Autoridade de Trânsito competente,

Nome: A. J. dos S.
CPF: XXX.XXX.XXX-XX
Endereço: Rua X, nº Y, Bairro Z, Cidade W, Estado da Bahia
Endereço eletrônico: [email protected]

Veículo: Marca/Modelo, Placa XXX-YYYY

Processo Administrativo nº XXXXXXX

DOS FATOS

No dia XX/XX/XXXX, o requerente foi surpreendido ao transitar, como de costume, em via pública na cidade de X, interior da Bahia, com menos de cinco mil habitantes. Durante abordagem realizada pela Polícia Militar, foi constatado que o requerente conduzia veículo automotor sem possuir habilitação. Em razão disso, foi aplicada multa no valor de R$ 880,00.

O requerente, no entanto, não foi devidamente notificado da infração conforme determina a legislação vigente, o que compromete o devido processo legal e o direito à ampla defesa e ao contraditório (CF/88, art. 5º, LV).

DO DIREITO

Inicialmente, destaca-se que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabelece, em seu art. 281, que a autoridade de trânsito deve expedir notificação ao infrator, garantindo-lhe o direito de defesa. A ausência de notificação válida compromete a validade do ato administrativo, conforme o princípio da legalidade (CF/88, art. 37).

Ademais, o art. 282, §1º, do CTB determina que a notificação deve ser enviada ao endereço cadastrado do proprietário do veículo. Caso não seja comprovada a entrega ou a tentativa de entrega da notificação, o ato administrativo deve ser considerado nulo.

O princípio do contraditório e da ampla defesa, garantido pelo CF/88, art. 5º, LV, foi violado, uma vez que o requerente não teve a oportunidade de apresentar defesa prévia ou recurso administrativo em razão da ausência de notificação válida.

Por fim, a presunção de legitimidade dos atos admin"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de processo administrativo no qual o requerente, identificado como A. J. dos S., proprietário do veículo de Marca/Modelo, Placa XXX-YYYY, busca a anulação de multa aplicada no valor de R$ 880,00 em razão de condução de veículo automotor sem habilitação. Alega o requerente a ausência de notificação válida, o que teria comprometido o devido processo legal, bem como o direito ao contraditório e à ampla defesa.

Dos Fatos

O requerente foi autuado no dia XX/XX/XXXX, enquanto transitava em via pública no interior da Bahia, por conduzir veículo automotor sem habilitação, tendo sido aplicada multa no valor de R$ 880,00. Contudo, o requerente sustenta que não foi devidamente notificado da infração, o que configuraria violação ao devido processo legal (CF/88, art. 5º, LV).

Do Direito

Inicialmente, cumpre ressaltar que o art. 281 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) exige a expedição de notificação ao infrator, garantindo-lhe o direito ao contraditório e à ampla defesa. A ausência de notificação válida compromete a validade do ato administrativo, ferindo o princípio da legalidade previsto no art. 37 da Constituição Federal de 1988.

O art. 282, §1º, do CTB dispõe que a notificação deve ser enviada ao endereço cadastrado do proprietário do veículo. A inexistência de comprovação de entrega ou tentativa de entrega da notificação torna o ato administrativo nulo.

Além disso, o art. 5º, LV, da Constituição Federal assegura aos litigantes, em processos administrativos e judiciais, o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a eles inerentes. A ausência de notificação compromete o exercício desses direitos.

Por fim, a presunção de legitimidade dos atos administrativos é afastada quando se verifica falha evidente no procedimento, como no caso em análise, em que não há comprovação de que a notificação foi expedida e entregue.

Jurisprudências

Os tribunais têm se manifestado reiteradamente sobre a necessidade de comprovação da notificação válida, conforme os seguintes precedentes:

  • TJSP (4ª Turma - Fazenda Pública) - Recurso Inominado Cível Acórdão/TJSP: "Para a notificação, basta a expedição para o endereço cadastrado, certo que houve devido processo legal. Presunção de legitimidade dos atos administrativos que não foi afastada."
  • TJSP (4ª Turma Recursal de Fazenda Pública) - Recurso Inominado Cível Acórdão/TJSP: "O prazo decadencial para notificação da imposição da cassação da CNH inicia-se após a conclusão do processo administrativo."
  • TJSP (4ª Turma - Fazenda Pública) - Recurso Inominado Cível Acórdão/TJSP: "Para a notificação postal, basta a expedição para o endereço cadastrado, certo que houve sim devido processo legal."

Voto

Em análise aos autos, verifico que não há comprovação nos autos de que a notificação da infração foi expedida e entregue ao endereço do requerente, conforme exigem os arts. 281 e 282, §1º, do Código de Trânsito Brasileiro. A ausência de notificação válida compromete o exercício do contraditório e da ampla defesa, violando o art. 5º, LV, da Constituição Federal de 1988.

Dessa forma, entendo que não restou observado o devido processo legal, o que implica a nulidade do ato administrativo que resultou na aplicação da penalidade de multa ao requerente.

Por todo o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, voto no sentido de dar procedência ao pedido, anulando a multa aplicada ao requerente, nos termos do art. 281 e art. 282, §1º, do Código de Trânsito Brasileiro.

Conclusão

Ante o exposto, julgo procedente o pedido para anular a penalidade de multa aplicada ao requerente, determinando que a autoridade de trânsito se abstenha de promover cobrança ou inscrição do débito em dívida ativa, bem como que comprove a regularidade da notificação em caso de eventual reanálise do processo administrativo.

É como voto.

[Magistrado]
Juiz de Direito


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