Modelo de Embargos de Declaração para Sanar Omissão em Acórdão sobre Contrato de Empréstimo Consignado Fraudulento

Publicado em: 06/02/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Pedido de Embargos de Declaração apresentado por W. M. F. de S. contra o Banco Itaú Consignado S/A, com base no art. 1.022 do CPC/2015, visando sanar omissão em acórdão que reformou sentença favorável à Embargante. A peça destaca a ausência de análise das contrarrazões apresentadas, violação ao princípio da ampla defesa previsto no art. 5º, LV da CF/88, e ao CDC, art. 14 e art. 6º, VIII. Solicita-se o acolhimento dos embargos com eventual efeito modificativo para restabelecer a sentença de primeiro grau.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA TURMA RECURSAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA

Processo nº: 8000964-71.2021.8.05.0108

Embargante: W. M. F. de S.

Embargado: Banco Itaú Consignado S/A

PREÂMBULO

W. M. F. de S., já qualificada nos autos do processo em epígrafe, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, com fundamento no CPC/2015, art. 1.022, opor os presentes EMBARGOS DE DECLARAÇÃO em face do acórdão proferido por esta Egrégia Turma Recursal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS

Trata-se de ação de indenização por danos morais e materiais proposta pela Embargante em razão de um contrato de empréstimo consignado supostamente fraudulento, firmado sem o seu consentimento. A sentença de primeiro grau foi favorável à Embargante, declarando a nulidade do contrato, condenando o Banco Itaú Consignado S/A à restituição dos valores descontados e ao pagamento de indenização por danos morais.

Contudo, em sede de Recurso Inominado interposto pelo Banco, esta Egrégia Turma Recursal reformou integralmente a sentença, julgando improcedentes os pleitos autorais. A decisão, no entanto, incorreu em omissão, pois não apreciou as contrarrazões apresentadas pela Embargante, que continham elementos essenciais para a análise do caso.

Ademais, destaca-se que a Embargante possui outra ação de natureza idêntica contra o mesmo banco, na qual a decisão de procedência foi mantida em sede recursal, o que reforça a necessidade de análise detalhada das contrarrazões.

DO DIREITO

Nos termos do CPC/2015, art. 1.022, os embargos de declaração são cabíveis para sanar omissão, contradição, obscuridade ou erro material na decisão judicial. No presente caso, verifica-se omissão no acórdão embargado, uma vez que as contrarrazões apresentadas pela Embargante não foram analisadas, o que compromete a completude e a justiça da decisão.

O princípio da ampla defesa e do contraditório, consagrado no CF/88, art. 5º, LV, exige que todos os argumentos apresentados pelas partes sejam devidamente apreciados pelo órgão julgador. A ausência de análise das contrarrazões configura violação a esse princípio constitucional, além"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de Embargos de Declaração opostos por W. M. F. de S. contra o acórdão proferido em sede de Recurso Inominado, que reformou a sentença de primeiro grau, julgando improcedente a ação de indenização por danos morais e materiais proposta contra o Banco Itaú Consignado S/A. A Embargante alega omissão no acórdão, ao não apreciar as contrarrazões apresentadas, além de outros pontos relevantes à resolução da controvérsia.

Voto

A análise dos autos revela que o acórdão embargado incorreu em omissão, ao deixar de apreciar as contrarrazões apresentadas pela Embargante, o que configura violação ao princípio do contraditório e da ampla defesa, previsto no art. 5º, LV, da Constituição Federal de 1988. Este princípio impõe ao julgador a obrigação de examinar todas as questões relevantes suscitadas pelas partes, de modo a garantir a efetividade da prestação jurisdicional.

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal, todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. No caso em tela, a ausência de análise das contrarrazões compromete a completude da decisão e, consequentemente, sua regularidade formal.

Além disso, é importante observar que o Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 14, estabelece a responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços pelos danos causados ao consumidor, salvo prova de culpa exclusiva deste ou de terceiros. A inversão do ônus da prova, prevista no art. 6º, VIII, reforça a posição da Embargante, exigindo análise detalhada dos argumentos trazidos nas contrarrazões.

Ademais, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça tem se consolidado no sentido de que os Embargos de Declaração são cabíveis para sanar omissões, contradições ou obscuridades, conforme se verifica no julgamento do ED no REsp 437.380, em que se afirma ser imprescindível o enfrentamento de todas as questões relevantes ao deslinde do feito.

Conclusão

Diante do exposto, voto pelo acolhimento dos Embargos de Declaração, para sanar a omissão identificada no acórdão embargado, com a análise das contrarrazões apresentadas pela Embargante. Caso a análise das contrarrazões leve ao reconhecimento de erro material ou omissão que altere o mérito da decisão, proponho que seja conferido efeito modificativo aos presentes embargos, restabelecendo-se a sentença de primeiro grau, que declarou a nulidade do contrato, determinou a restituição dos valores descontados e condenou o banco ao pagamento de indenização por danos morais.

É como voto.

Dispositivo

Ante o exposto, a Turma Recursal decide, por unanimidade, acolher os Embargos de Declaração opostos por W. M. F. de S., para sanar a omissão apontada, determinando a análise das contrarrazões e conferindo, se necessário, efeito modificativo para restabelecer a sentença de primeiro grau.

Iraquara/BA, ___ de __________ de 2023.

_______________________________________
Magistrado Relator


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