Modelo de Ação de Anulação de Contrato Consignado Falsificado com Pedido de Indenização por Danos Materiais e Morais em face de Banco – Fundamentos no CDC, Responsabilidade Objetiva e Prova Pericial Grafotécnica
Publicado em: 25/10/2024 CivelPETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE ANULAÇÃO DE CONTRATO CONSIGNADO FALSIFICADO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [CIDADE/UF]
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. J. dos S., brasileiro, solteiro, aposentado, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000-0 SSP/UF, endereço eletrônico: ajdoss@email.com, residente e domiciliado à Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, Cidade/UF,
por seu advogado infra-assinado, com escritório profissional à Rua dos Advogados, nº 200, Bairro Justiça, CEP 00000-000, Cidade/UF, endereço eletrônico: advogado@email.com,
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE CONTRATO CONSIGNADO FALSIFICADO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS
em face de Banco X S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0001-00, com sede na Avenida das Finanças, nº 500, Bairro Negócios, CEP 00000-000, Cidade/UF, endereço eletrônico: juridico@bancox.com,
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
3. DOS FATOS
O Autor, A. J. dos S., é aposentado pelo INSS e jamais contratou qualquer empréstimo consignado junto à instituição ré, Banco X S.A.. Contudo, em [data do primeiro desconto], passou a perceber descontos mensais em seu benefício previdenciário, referentes a um suposto contrato de empréstimo consignado, do qual não participou, tampouco anuiu.
Surpreso com a situação, o Autor buscou esclarecimentos junto ao banco réu e ao INSS, ocasião em que tomou ciência da existência de um contrato de empréstimo consignado em seu nome, com assinatura evidentemente falsificada. O Autor jamais forneceu seus documentos, tampouco autorizou qualquer operação dessa natureza.
Diante da negativa do banco em solucionar administrativamente a questão, o Autor se viu compelido a ajuizar a presente demanda, visando a anulação do contrato fraudulento, a devolução dos valores indevidamente descontados e a reparação pelos danos morais sofridos.
Ressalta-se que a conduta da instituição financeira, ao permitir a contratação mediante assinatura falsificada, demonstra flagrante falha na prestação do serviço, violando o dever de segurança e diligência, especialmente em se tratando de consumidor hipossuficiente e idoso.
Assim, resta evidenciada a necessidade de tutela jurisdicional para resguardar os direitos do Autor, vítima de fraude e de descontos indevidos em sua aposentadoria.
4. DO DIREITO
A presente demanda encontra amparo nos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da legalidade (CF/88, art. 5º, II) e da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), além das normas protetivas do consumidor (CF/88, art. 5º, XXXII; CDC, art. 6º, III e VI).
Da Nulidade do Contrato Falsificado
O contrato de empréstimo consignado jamais foi celebrado pelo Autor, sendo a assinatura aposta no instrumento contratual manifestamente falsa. Nos termos do CCB/2002, art. 104, I e III, a validade do negócio jurídico exige agente capaz e manifestação de vontade livre e consciente, requisitos ausentes no caso em tela. A falsificação da assinatura constitui vício insanável, tornando o contrato nulo de pleno direito (CCB/2002, art. 166, I e II).
Da Responsabilidade Objetiva da Instituição Financeira
A responsabilidade civil das instituições financeiras é objetiva, nos termos do CDC, art. 14, respondendo pelos danos causados aos consumidores por defeitos na prestação dos serviços, independentemente de culpa. O banco réu falhou em adotar mecanismos eficazes de segurança, permitindo a contratação fraudulenta em nome do Autor, o que caracteriza fortuito interno, não excludente de responsabilidade.
Da Repetição dos Valores Descontados
O Autor faz jus à restituição dos valores indevidamente descontados de seu benefício previdenciário, conforme CCB/2002, art. 876. A devolução deve ocorrer de forma simples, salvo prova de má-fé da instituição financeira, nos termos da jurisprudência consolidada.
Do Dano Moral
O desconto indevido em proventos de aposentadoria, decorrente de contratação fraudulenta, configura lesão à honra, à dignidade e à tranquilidade do Autor, ensejando indenização por danos morais (CCB/2002, art. 186 e 927). O dano moral, neste contexto, decorre da própria violação de direitos fundamentais, não se exigindo prova de prejuízo concreto, bastando a demonstração do ilícito e do nexo de causalidade.
Da Prescrição
Não há que se falar em prescrição, pois o prazo prescricional inicia-se a partir do último desconto indevido, conforme entendimento jurisprudencial.
Da Opção pela Audiência de Conciliação/Mediação
O Autor manifesta interesse na realização de audiência de conciliação, nos termos do CPC/2015, art. 319, VII.
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