Modelo de Habeas Corpus com Pedido Liminar para Revogação de Prisão Preventiva em Caso de Suposta Violência Doméstica
Publicado em: 16/10/2024 Direito Penal Processo PenalHABEAS CORPUS
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
2. PREÂMBULO
Impetrante: Advogado(a) de V. H. R. S., devidamente inscrito(a) na OAB/UF sob o nº [número], com escritório profissional localizado na [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail].
Paciente: V. H. R. S., brasileiro, solteiro, [profissão], portador do CPF nº [número] e RG nº [número], atualmente recolhido no [nome do presídio ou unidade prisional], endereço eletrônico: [não aplicável].
Vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos arts. 5º, inciso LXVIII, da CF/88, e 647 e seguintes do CPP, impetrar a presente ordem de:
HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR
em favor do paciente acima qualificado, por estar sofrendo constrangimento ilegal em sua liberdade de locomoção, por ato do Juízo do Juizado de Violência Doméstica da Comarca de Rio Verde/GO, que decretou sua prisão preventiva, conforme se passa a expor:
3. DOS FATOS
No dia 13 de outubro de 2024, por volta das 19h, a equipe da Polícia Militar, composta pelos Guardas Civis Municipais Inspetor Panayotis e Inspetor Rafael, recebeu denúncia de que um homem estaria agredindo uma mulher no Parque Veneza, em Rio Verde/GO. No local, encontraram a menor E. J. P. S., visivelmente abalada e com lesões aparentes, acompanhada de V. H. R. S., seu namorado.
Apesar das lesões, a vítima alegou que os ferimentos decorreram de uma queda e não desejava representar contra o paciente, tampouco requerer medidas protetivas. Declarou ainda que o relacionamento é consentido pelos pais e que nunca foi agredida por V. H. R. S., desejando, inclusive, sua liberdade, pois depende dele para auxílio pessoal.
Ainda assim, o paciente foi conduzido à delegacia e teve sua prisão convertida em preventiva, sob o argumento de suposta prática de lesão corporal no contexto de violência doméstica (CP, art. 129, §13º), mesmo diante da negativa da vítima quanto à ocorrência de agressão.
Diante disso, o paciente encontra-se preso preventivamente, sem que estejam presentes os requisitos legais que justifiquem a medida extrema, o que configura constrangimento ilegal à sua liberdade.
4. DO DIREITO
A prisão preventiva é medida excepcional, devendo ser decretada apenas quando presentes os requisitos do CPP, art. 312, quais sejam: garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal. No presente caso, nenhum desses fundamentos se faz presente.
O paciente é primário, possui residência fixa, trabalho lícito e bons antecedentes. A vítima, por sua vez, declarou expressamente que não houve agressão, que os ferimentos decorreram de uma queda, e que não deseja medidas protetivas. Além disso, manifestou interesse na soltura do paciente, por depender dele para auxílio pessoal.
A jurisprudência pátria é pacífica no sentido de que a prisão preventiva não pode ser mantida com base em meras suposições ou na gravidade abstrata do delito, sendo imprescindível a demonstração concreta da necessidade da medida. A ausência de periculum libertatis e a inexistência de risco à integridade da vítima tornam a prisão ilegal.<"'>...