Modelo de Pedido de revogação da prisão preventiva de A. C. F. com substituição por medidas cautelares diversas, fundamentado na excepcionalidade da prisão, bom comportamento carcerário e vulnerabilidade...

Publicado em: 22/04/2025 Direito Penal Processo Penal
Modelo de petição para requerer ao juízo criminal a revogação da prisão preventiva do acusado A. C. F., destacando a ausência de risco concreto à ordem pública, o bom comportamento carcerário, a condição de provedor familiar e a aplicação do princípio da proporcionalidade, com base no CPP e na Constituição Federal. Inclui fundamentação jurídica, jurisprudências e pleito pela substituição da prisão por monitoramento eletrônico e outras medidas cautelares alternativas.

PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Criminal da Comarca de ____, Estado de ____.

(Distribuição por dependência ao processo nº ________________)

Tribunal de Justiça do Estado de ____ (TJ____)

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Requerente: A. C. F., brasileiro, solteiro, profissão ____, portador do CPF nº ____, RG nº ____, residente e domiciliado à Rua ____, nº ____, Bairro ____, CEP ____, Cidade/UF, endereço eletrônico: ________________.

Advogado: Nome: ________________, OAB/UF nº ____, endereço profissional à Rua ____, nº ____, Bairro ____, CEP ____, Cidade/UF, endereço eletrônico: ________________.

Requerido: Ministério Público do Estado de ____.

3. SÍNTESE FÁTICA

O requerente, A. C. F., juntamente com E. O. de M., foi denunciado pelo Ministério Público pela suposta prática dos crimes previstos no CP, art. 121, §2º, incisos I, III e VI, c/c art. 14, II, ambos do CP, art. 14 da Lei 18.826/2003 e na forma do CP, art. 69. Em razão da denúncia, foi decretada a prisão preventiva dos acusados, os quais foram efetivamente presos.

Posteriormente, ambos lograram êxito em obter liminar em habeas corpus (HC 1032723-38.2024.8.11.0000), substituindo a prisão preventiva por medidas cautelares diversas, inicialmente em favor de E. O. de M. e, posteriormente, estendidas a A. C. F.. Contudo, no julgamento de mérito, o habeas corpus foi denegado e cassada a liminar, restabelecendo-se a prisão preventiva.

No interregno do julgamento, A. C. F. descumpriu as medidas cautelares, deixando a tornozeleira eletrônica descarregada, consumindo drogas e apresentando episódios de surto perante familiares, os quais comunicaram tais fatos ao juízo, ensejando nova decretação de sua prisão preventiva.

Ressalta-se, contudo, que A. C. F. é o único provedor de sua família, apresenta bom comportamento carcerário (conforme documento anexo) e sua família enfrenta dificuldades financeiras e alimentares em virtude de sua ausência. Diante desse quadro, requer-se a revogação da prisão preventiva, com a reimposição de medidas cautelares, especialmente o monitoramento eletrônico.

4. DOS FUNDAMENTOS FÁTICOS

O requerente reconhece que, no período em que esteve sob medidas cautelares, houve descumprimento parcial das condições impostas, notadamente quanto ao uso da tornozeleira eletrônica e à conduta pessoal. Todavia, tais fatos não se revestem de gravidade suficiente para justificar a manutenção da segregação cautelar, especialmente diante do contexto social e familiar em que se encontra.

A. C. F. é o único responsável pelo sustento de sua família, composta por pessoas em situação de vulnerabilidade, que atualmente enfrentam severas dificuldades financeiras e alimentares. Ademais, o bom comportamento do requerente no estabelecimento prisional demonstra sua capacidade de adaptação às normas e regras impostas, indicando que eventual reiteração das medidas cautelares poderá ser eficaz, sobretudo com o reforço do monitoramento eletrônico.

Ressalta-se que a prisão preventiva, medida de caráter excepcional, deve ser aplicada apenas quando estritamente necessária e não existirem alternativas menos gravosas capazes de assegurar a ordem pública, a instrução criminal e a aplicação da lei penal (CPP, art. 282, §6º). No caso concreto, a substituição da prisão por medidas cautelares, especialmente a monitoração eletrônica, revela-se suficiente e adequada para resguardar os fins do processo.

Por fim, a manutenção da prisão preventiva, diante do contexto familiar e social do requerente, afronta princípios constitucionais como o da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o direito à convivência familiar, além de configurar medida desproporcional e excessiva.

5. DO DIREITO

5.1. DA EXCEPCIONALIDADE DA PRISÃO PREVENTIVA

A prisão preventiva, nos termos do CPP, art. 312, somente deve ser decretada quando presentes os requisitos legais e não for possível a aplicação de medidas cautelares diversas (CPP, art. 282, §6º). O Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça reiteradamente afirmam que a segregação cautelar é medida extrema, devendo ser fundamentada em elementos concretos e atuais.

No caso em tela, embora tenha havido descumprimento de medida cautelar, não se verifica contemporaneidade de fatos que justifiquem a manutenção da prisão, tampouco risco concreto à ordem pública, à instrução crimin"'>...

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VOTO DO MAGISTRADO

I - RELATÓRIO

Trata-se de pedido de revogação de prisão preventiva formulado por A. C. F., denunciado pela suposta prática dos crimes previstos no art. 121, §2º, incisos I, III e VI, c/c art. 14, II, ambos do Código Penal, art. 14 da Lei 18.826/2003 e art. 69 do CP, cuja custódia foi restabelecida após cassação de liminar em habeas corpus. Sustenta a defesa que a prisão é desproporcional e que o acusado é o único provedor de sua família, apresentando bom comportamento no cárcere, requerendo a substituição da prisão por medidas cautelares, especialmente o monitoramento eletrônico.

II - FUNDAMENTAÇÃO

1. Da fundamentação obrigatória (CF/88, art. 93, IX)

O artigo 93, IX, da Constituição Federal impõe ao magistrado o dever de fundamentar todas as decisões judiciais, o que passo a cumprir.

2. Dos requisitos para prisão preventiva e sua excepcionalidade

A prisão preventiva é medida de extrema excepcionalidade, devendo ser decretada apenas quando presentes os requisitos do art. 312 do CPP e inexistirem medidas cautelares diversas aptas a assegurar a ordem pública, a instrução criminal ou a aplicação da lei penal (art. 282, §6º, do CPP).

No caso dos autos, embora haja notícia de descumprimento de cautelares anteriormente impostas, não se verifica, no momento, contemporaneidade de fatos que demonstrem risco atual e concreto à ordem pública, à instrução ou à aplicação da lei penal, sendo o descumprimento limitado ao uso da tornozeleira eletrônica e condutas pessoais, sem relato de tentativa de fuga ou reiteração criminosa.

3. Da possibilidade de substituição por medidas cautelares

O art. 319 do CPP elenca diversas medidas cautelares alternativas à prisão, incluindo o monitoramento eletrônico. Em atenção ao princípio da proporcionalidade, impõe-se ao julgador optar, sempre que possível, pela medida menos gravosa ao direito de liberdade, desde que suficiente à tutela do processo penal.

Ressalte-se que o requerente é o único provedor de sua família, composta por pessoas em situação de vulnerabilidade, e apresenta bom comportamento carcerário, conforme documento anexado aos autos. O contexto social e familiar recomenda especial atenção ao princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e ao direito à convivência familiar (CF/88, art. 227).

4. Da jurisprudência aplicável

A jurisprudência dos tribunais pátrios tem reconhecido a possibilidade de revogação da prisão preventiva e sua substituição por medidas cautelares, especialmente quando ausentes elementos concretos e atuais que justifiquem a custódia cautelar e presentes condições pessoais favoráveis ao acusado, a exemplo do que decidiu o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (Habeas Corpus Acórdão/TJRJ e Acórdão/TJRJ).

5. Da fundamentação concreta da decisão

A manutenção da prisão preventiva, no presente caso, não encontra respaldo em fundamentação concreta e contemporânea, conforme exige o art. 315, §1º, do CPP, não havendo demonstração de risco efetivo à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal que não possa ser mitigado com a imposição de cautelares diversas, especialmente com maior rigor no monitoramento eletrônico.

6. Dos princípios constitucionais

Ao apreciar o pedido, deve-se observar os princípios da presunção de inocência, da dignidade da pessoa humana e da proteção à família, todos de índole constitucional, que militam em favor da excepcionalidade da prisão cautelar e da busca por alternativas menos gravosas.

III - DISPOSITIVO

Ante o exposto, com fulcro no art. 93, IX, da CF/88, arts. 282, §6º, 319 e 315 do CPP, JULGO PROCEDENTE o pedido e REVOGO a prisão preventiva de A. C. F., substituindo-a por medidas cautelares diversas, notadamente o monitoramento eletrônico (CPP, art. 319, IX), devendo o acusado:

  • Utilizar tornozeleira eletrônica, sob risco de restabelecimento da prisão em caso de novo descumprimento;
  • Comparecer a todos os atos do processo, mantendo endereço atualizado;
  • Abster-se de contato com eventuais vítimas e testemunhas, se houver;
  • Demais cautelares que este juízo entender cabíveis, conforme o caso.

Oficie-se à autoridade policial e ao órgão responsável pelo monitoramento eletrônico para imediata implementação da medida.

Intime-se o Ministério Público para ciência e, querendo, interposição de recurso.

Publique-se. Registre-se. Cumpra-se.

IV - CERTIDÃO DE JULGAMENTO

Decisão proferida nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal, com adequada fundamentação, conhecendo do pedido e julgando-o procedente.

 

Cidade/UF, ____ de ____________ de 2024.

_______________________________________
Juiz(a) de Direito


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