Modelo de Pedido de Alvará Judicial para Exumação e Traslado de Restos Mortais com Base em Fundamentos Legais e Concordância Familiar
Publicado em: 05/04/2025 Familia Público SucessãoEXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE [CIDADE/UF]
A. M. dos S., brasileira, solteira, aposentada, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX e RG nº X.XXX.XXX-XX SSP/UF, residente e domiciliada na Rua [endereço completo], CEP XXXXX-XXX, na cidade de [cidade/UF], endereço eletrônico: [email protected], por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional situado na [endereço completo do advogado], onde recebe intimações e notificações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPC/2015, art. 319 e CPC/2015, art. 485, VI, CF/88, art. 10, Lei 6.015/1973, art. 77, § 2º, propor a presente:
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE ALVARÁ JUDICIAL
para fins de EXUMAÇÃO E TRASLADO DE RESTOS MORTAIS, em face de:
CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇOS FUNERÁRIOS DE [CIDADE], pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/0001-XX, com sede na [endereço completo], endereço eletrônico: [email protected], pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:
DOS FATOS
A requerente é irmã de J. M. dos S., falecido em [data do falecimento], conforme certidão de óbito anexa. O falecido foi sepultado no jazigo nº [número], localizado no Cemitério Municipal [nome], nesta cidade.
Ocorre que, por razões de ordem familiar e afetiva, a requerente, com a concordância dos demais herdeiros, deseja proceder à exumação dos restos mortais de seu irmão, a fim de realizar o traslado para o jazigo de titularidade da família, localizado no Cemitério [nome], jazigo nº [número], Quadra [número], onde já se encontram sepultados os pais da requerente e do falecido.
Todos os herdeiros concordam expressamente com a exumação e o traslado, conforme declarações anexas. Não há qualquer controvérsia quanto à causa mortis, tampouco suspeita de crime, sendo o falecimento registrado como morte natural.
Contudo, ao procurar a concessionária responsável, a requerente foi informada da necessidade de autorização judicial para a exumação e traslado, em razão do tempo decorrido desde o sepultamento e da ausência de previsão expressa na Lei 6.015/1973 quanto à cremação ou traslado de ossadas.
Diante disso, não restou alternativa senão recorrer ao Judiciário para obter o competente alvará judicial que autorize a exumação e o traslado dos restos mortais de seu irmão.
DO DIREITO
Nos termos da Lei 6.015/1973, art. 77, § 2º, a cremação de cadáveres depende de autorização expressa do falecido ou de seus familiares. Embora a norma se refira à cremação de cadáveres recentes, a jurisprudência tem entendido que, na ausência de disposição legal específica sobre ossadas, é possível a autorização judicial desde que não haja dissenso entre os herdeiros e não haja suspeita de crime.
O CPC/2015, art. 485, VI, prevê a extinção do processo sem julgamento de mérito quando reconhecida a ilegitimidade da parte. No presente caso, a requerente é irmã do falecido e possui legitimidade ativa, conforme entendimento jurisprudencial consolidado, especialmente quando há concordância dos demais herdeiros.
Ademais, a CF/88, art. 10, assegura o respeito à dignidade da pessoa humana e aos direitos fundamentais, o que inclui o direito à memória e ao tratamento digno"'>...