Modelo de Petição Inicial de Ação Direta de Inconstitucionalidade contra Lei Municipal sobre Transporte por Aplicativo, Lei Estadual de Tributo sobre Exportação Agrícola e Lei Federal de Ensino Religioso Confessional

Publicado em: 26/10/2024 AdministrativoConstitucional
Modelo completo de petição inicial de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ajuizada perante o Supremo Tribunal Federal, fundamentada nos artigos 102, I, “a”, e 103 da Constituição Federal. A peça impugna três normas: Lei Municipal que proíbe o transporte individual de passageiros por aplicativos, Lei Estadual que cria tributo sobre exportação de produtos agrícolas e Lei Federal que torna obrigatório o ensino religioso confessional em escolas públicas. O documento detalha os fatos, demonstra o cabimento da ADI, apresenta fundamentos jurídicos, jurisprudência, pedidos cautelares e finais, além de requerer a declaração de inconstitucionalidade das normas com base nos princípios constitucionais da livre iniciativa, imunidade tributária das exportações e laicidade do Estado.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI)

1. ENDEREÇAMENTO

AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
(STF)

2. QUALIFICAÇÃO DO AUTOR

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na OAB/UF sob o nº 123.456, portador do CPF nº 123.456.789-00, com endereço eletrônico ajdoss@exemplo.com, domiciliado na Rua Exemplo, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, Cidade/UF, por intermédio de seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE com fundamento nos arts. 102, I, "a", e 103, da CF/88, em face das normas adiante especificadas, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

A) Lei Municipal que proíbe a circulação de veículos de transporte por aplicativo:
No Município de X, foi promulgada a Lei Municipal nº 1.234/2024, que proíbe a circulação de veículos de transporte individual de passageiros por aplicativos, como Uber e 99, em todo o território municipal. A justificativa apresentada pelo legislador municipal foi a de “proteger o transporte tradicional e o interesse público local”. Tal norma, contudo, impede a livre iniciativa e o exercício de atividade econômica, afetando diretamente motoristas, usuários e empresas de tecnologia.

B) Lei Estadual que institui tributo sobre exportação de produtos agrícolas:
O Estado Y editou a Lei Estadual nº 2.345/2024, instituindo um tributo estadual incidente sobre a exportação de produtos agrícolas, sob o argumento de que tal medida aumentaria a arrecadação e promoveria o desenvolvimento regional. A norma determina a cobrança de alíquota de 5% sobre o valor das exportações agrícolas realizadas por empresas sediadas no Estado.

C) Lei Federal que estabelece obrigatoriedade de ensino religioso confessional nas escolas públicas:
Por meio da Lei Federal nº 13.999/2024, foi determinada a obrigatoriedade do ensino religioso confessional nas escolas públicas de ensino fundamental, prevendo que cada escola deverá ofertar ensino religioso de acordo com as confissões religiosas predominantes em sua localidade, sendo vedada a oferta de ensino religioso de caráter não confessional.

Os fatos acima relatados demonstram a existência de normas que, em tese, afrontam preceitos fundamentais da Constituição Federal de 1988, justificando a propositura da presente Ação Direta de Inconstitucionalidade.

4. DO CABIMENTO DA ADI

A presente Ação Direta de Inconstitucionalidade é cabível, nos termos da CF/88, art. 102, I, "a", e art. 103, que conferem ao Supremo Tribunal Federal competência para processar e julgar, originariamente, as ações diretas de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal em face da Constituição Federal.

O autor, na qualidade de legitimado (CF/88, art. 103, IX), apresenta interesse processual e legitimidade ativa para propor a presente ação, visando a proteção da ordem constitucional e dos direitos fundamentais afetados pelas normas impugnadas.

Ressalta-se que a Lei 9.868/99, art. 2º, prevê que a ADI pode ser proposta em face de lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, desde que haja pertinência temática e relevância da matéria para o controle concentrado de constitucionalidade.

Assim, presentes os requisitos objetivos e subjetivos, mostra-se plenamente cabível a presente ADI.

5. DO DIREITO

A) Inconstitucionalidade da Lei Municipal que proíbe transporte por aplicativo
A Lei Municipal nº 1.234/2024 viola frontalmente os princípios da livre iniciativa e da livre concorrência (CF/88, art. 1º, IV e art. 170, caput e parágrafo único), além de invadir competência privativa da União para legislar sobre trânsito e transporte (CF/88, art. 22, XI). O STF já assentou que municípios não podem restringir ou proibir, de forma genérica, a atividade de transporte por aplicativo, devendo apenas regulamentar aspectos locais, sem impedir o exercício da atividade econômica lícita.

Ademais, a restrição imposta afronta o direito ao trabalho (CF/88, art. 5º, XIII) e o princípio da razoabilidade, pois impede o acesso de motoristas e usuários a um serviço amplamente reconhecido e regulamentado em âmbito nacional.

B) Inconstitucionalidade da Lei Estadual que institui tributo sobre exportação de produtos agrícolas
A Lei Estadual nº 2.345/2024, ao instituir tributo sobre exportações, viola o princípio da imunidade tributária das exportações previsto na CF/88, art. 155, §2º, X, "a", que veda aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre operações que destinem mercadorias para o exterior. Tal imunidade tem por objetivo incentivar a competitividade dos produtos nacionais no mercado internacional, sendo cláusula pétrea de proteção ao setor exportador.

Além disso, a referida lei afronta o pacto federativo e a competência tributária delimitada pela Constituição, extrapolando os limites impostos ao legislador estadual.

C) Inconstitucionalidade da Lei Federal que obriga ensino religioso confessional nas escolas públicas
A Lei Federal nº 13.999/2024, ao tornar obrigatório o ensino religioso confessional nas escolas públicas, afronta o princípio da laicidade do Estado (CF/88, art. 19, I), que veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança.

O ensino religioso nas escolas públicas, segundo a CF/88, art. 210, §1º, deve ser de matrícula facultativa e, conforme entendimento do STF, de caráter não confessional, sob pena de violação à liberdade religiosa (CF/88, art. 5º, VI e VIII) e ao pluralismo de ideias.

Em todos os casos, verifica-se afronta direta a"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) proposta por A. J. dos S., na qualidade de legitimado nos termos do art. 103, IX, da Constituição Federal de 1988, em face das seguintes normas: (a) Lei Municipal nº 1.234/2024, do Município de X, que proíbe a circulação de veículos de transporte individual de passageiros por aplicativos; (b) Lei Estadual nº 2.345/2024, do Estado Y, que institui tributo estadual sobre exportação de produtos agrícolas; e (c) Lei Federal nº 13.999/2024, que estabelece a obrigatoriedade de ensino religioso confessional nas escolas públicas de ensino fundamental.

O autor sustenta, em síntese, que as normas impugnadas afrontam preceitos constitucionais fundamentais, como a livre iniciativa, a livre concorrência, a competência legislativa privativa da União, a imunidade tributária das exportações, o princípio da laicidade do Estado e a liberdade religiosa, requerendo a declaração de inconstitucionalidade das referidas leis.

II. Fundamentação

1. Preliminar: Admissibilidade

Nos termos dos arts. 102, I, "a", e 103 da Constituição Federal, bem como da Lei nº 9.868/99, é cabível a presente ação direta de inconstitucionalidade, por se tratar de controle concentrado de constitucionalidade de normas federais, estaduais e municipais que, em tese, afrontam preceitos da Constituição Federal. O autor apresenta legitimidade e interesse processual.

2. Mérito

a) Lei Municipal nº 1.234/2024 – Proibição de Transporte por Aplicativo

A proibição genérica da circulação de veículos de transporte por aplicativo viola frontalmente os princípios da livre iniciativa e da livre concorrência (CF/88, arts. 1º, IV e 170), bem como o direito ao trabalho (art. 5º, XIII). Ademais, a matéria de trânsito e transporte é de competência privativa da União (art. 22, XI). Conforme jurisprudência consolidada deste Supremo Tribunal Federal, os municípios podem regulamentar os serviços de transporte por aplicativo, mas não podem proibi-los de forma absoluta, sob pena de ofensa à ordem constitucional.

Cito, por analogia, o precedente do STF na ADPF 449, Rel. Min. Luís Roberto Barroso, que assentou a impossibilidade de os municípios vedarem a atividade de transporte por aplicativo.

b) Lei Estadual nº 2.345/2024 – Tributação de Exportações Agrícolas

A instituição de tributo estadual sobre exportações agrícolas afronta o princípio da imunidade tributária das exportações (CF/88, art. 155, §2º, X, "a"), que veda expressamente a cobrança de impostos estaduais sobre operações que destinem mercadorias para o exterior. Trata-se de cláusula de proteção à competitividade do produto nacional e de limitação do poder tributário dos Estados. Portanto, é patente a inconstitucionalidade da norma estadual.

c) Lei Federal nº 13.999/2024 – Obrigatoriedade de Ensino Religioso Confessional

A obrigatoriedade de ensino religioso confessional nas escolas públicas afronta o princípio da laicidade do Estado (art. 19, I, da CF/88), bem como a liberdade religiosa (art. 5º, VI e VIII) e o pluralismo de ideias. O ensino religioso, por força do art. 210, §1º, da CF/88, deve ser de matrícula facultativa e, conforme já decidido por este STF (ADI 4.439), não pode ser confessional ou promover determinada fé em detrimento de outras.

3. Jurisprudência e Precedentes

Os fundamentos expostos encontram respaldo em precedentes desta Corte e de tribunais estaduais, citados na petição inicial, que reforçam a necessidade de observância aos princípios constitucionais da legalidade, moralidade, separação dos poderes e segurança jurídica.

III. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige a fundamentação das decisões judiciais, julgo procedente o pedido, para declarar a inconstitucionalidade:

  • da Lei Municipal nº 1.234/2024, do Município de X, que proíbe a circulação de veículos de transporte individual de passageiros por aplicativos;
  • da Lei Estadual nº 2.345/2024, do Estado Y, que institui tributo estadual sobre exportação de produtos agrícolas;
  • da Lei Federal nº 13.999/2024, que estabelece a obrigatoriedade de ensino religioso confessional nas escolas públicas de ensino fundamental.

Determino, ainda, a retirada imediata dos efeitos dessas normas do ordenamento jurídico, com eficácia ex nunc, ressalvada a modulação de efeitos conforme eventual necessidade de segurança jurídica, nos termos do art. 27 da Lei nº 9.868/99.

Intimem-se os órgãos e autoridades responsáveis, bem como a Advocacia-Geral da União e a Procuradoria-Geral da República, para ciência e providências cabíveis.

É como voto.


Brasília, 10 de julho de 2024.

Ministro(a) Relator(a)


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