Modelo de Recurso Administrativo para Anulação de Multa de Trânsito em Porto Alegre com Base no Código de Trânsito Brasileiro

Publicado em: 12/12/2023 Trânsito
Modelo de recurso administrativo dirigido ao Departamento de Trânsito do Município de Porto Alegre/RS, solicitando a anulação de multa de trânsito por suposta infração de estacionamento irregular. O recurso fundamenta-se na ausência de comprovação da infração, irregularidade na atuação do agente autuador, falta de elementos probatórios e afronta aos princípios do contraditório, ampla defesa e legalidade, conforme previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e na Constituição Federal. Inclui jurisprudências relevantes e pedidos claros para a exclusão de pontos na CNH, restituição de valores pagos e arquivamento do processo administrativo.

RECURSO ADMINISTRATIVO

ILUSTRÍSSIMO SENHOR DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE/RS

Recorrente: [Nome do Recorrente, qualificação completa, CPF, endereço completo, e-mail]

Auto de Infração: [Número do Auto de Infração]

PREÂMBULO

O recorrente, [NOME COMPLETO], devidamente qualificado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Senhoria, com fundamento no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), especialmente nos artigos 280, 281 e 282, interpor o presente RECURSO ADMINISTRATIVO, visando à anulação da multa de trânsito aplicada indevidamente, conforme os fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

No dia [data], o recorrente foi autuado por suposta infração de trânsito, alegadamente estacionando em local proibido parar e estacionar, conforme consta no Auto de Infração nº [número]. Todavia, tal autuação não reflete a realidade dos fatos, uma vez que o veículo do recorrente estava apenas parado momentaneamente para embarque/desembarque de passageiro, o que não configura infração de trânsito.

Ademais, o agente autuador, identificado como brigadiano (policial militar), realizou a autuação sem a devida comprovação da infração, limitando-se a registrar a ocorrência de forma unilateral e sem apresentar qualquer evidência concreta, como fotografias ou vídeos que comprovassem a infração.

DO DIREITO

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabelece, em seu artigo 280, que o auto de infração deve conter elementos que comprovem a materialidade da infração, sendo imprescindível a descrição clara e objetiva dos fatos. No presente caso, não há qualquer prova concreta que demonstre que o veículo do recorrente estava estacionado em local proibido, o que torna a autuação inválida.

Além disso, o artigo 281, parágrafo único, inciso II, do CTB, determina que o auto de infração deve ser arquivado quando não houver elementos suficientes para comprovar a ocorrência da infração. A ausência de provas materiais, como fotografias ou vídeos, compromete a validade do ato administrativo, ferindo o princípio da presunção de inocência, consagrado no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal de 1988 (CF/88).

Outro ponto relevante é que a autuação foi realizada por um brigadiano (policial militar), cuja competência para lavrar autos de infração de trânsito é limitada às situações em que há convênio formal entre a instituição e o órgão de trânsito municipal, conforme disposto no artigo 23, inciso III, do CTB. Não há, nos autos, qualquer comprovação de que tal convênio exista ou que o agente estivesse devidamente autorizado a atuar na fiscalização de trânsito no município de Porto Alegre.

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de recurso administrativo interposto por [Nome do Recorrente], contra o Auto de Infração nº [Número do Auto de Infração], lavrado por suposta infração ao Código de Trânsito Brasileiro, alegando, em síntese, a ausência de comprovação da materialidade da infração e irregularidade na atuação do agente autuador.

Fundamentação

Nos termos do artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. Assim, passo à análise dos fatos e fundamentos apresentados pelo recorrente.

Dos Fatos

O recorrente foi autuado por supostamente estacionar em local proibido para parada e estacionamento. Contudo, alega que o veículo estava apenas parado momentaneamente para embarque/desembarque de passageiro, não configurando infração de trânsito. Adicionalmente, aponta que o agente autuador não apresentou qualquer prova material da infração, como fotografias ou vídeos.

Do Direito

O Código de Trânsito Brasileiro dispõe, em seu artigo 280, que o Auto de Infração deve conter elementos que comprovem a materialidade da infração. Ainda, o artigo 281, parágrafo único, inciso II, determina o arquivamento do Auto de Infração quando não houver elementos suficientes para comprovar a infração.

Ressalta-se, ainda, o princípio do contraditório e da ampla defesa, garantidos pelo artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal, os quais foram violados no presente caso, já que o recorrente não teve acesso a elementos comprobatórios da infração que lhe foi imputada.

Além disso, verifica-se a possível irregularidade na atuação do agente autuador, policial militar, cuja competência para lavrar Autos de Infração de Trânsito depende de convênio formal entre a instituição e o órgão de trânsito municipal, conforme artigo 23, inciso III, do CTB. Não há nos autos prova de que tal convênio exista.

Das Jurisprudências

A jurisprudência pátria é sólida no sentido de que a ausência de comprovação da infração de trânsito gera a nulidade do Auto de Infração:

  • STJ, Súmula 312: "No processo administrativo para imposição de multa de trânsito, são necessárias as notificações da autuação e da aplicação da pena, sendo ambas de responsabilidade do órgão de trânsito competente."
  • AgInt no REsp. Acórdão/STJ: "A ausência de notificação específica ao infrator quanto à imposição da penalidade nulifica a penalidade, preservando, entretanto, a validade do auto de infração."
  • TJSP, Recurso Inominado Cível Acórdão/TJSP: "A presunção de legitimidade dos atos administrativos pode ser afastada quando não há comprovação suficiente da infração de trânsito."

Da Conclusão da Fundamentação

Com base nos fatos apresentados e na análise jurídica realizada, constata-se que o Auto de Infração nº [Número do Auto] não apresenta elementos suficientes para comprovar a infração de trânsito imputada ao recorrente. Ademais, verifica-se a irregularidade na atuação do agente autuador, o que compromete a validade do ato administrativo.

Decisão

Ante o exposto, com fundamento no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, no Código de Trânsito Brasileiro e na jurisprudência consolidada, voto pela procedência do recurso administrativo interposto por [Nome do Recorrente], declarando a nulidade do Auto de Infração nº [Número do Auto], com o consequente arquivamento do processo administrativo, exclusão de qualquer pontuação na CNH do recorrente e restituição de eventuais valores pagos a título de multa.

É como voto.

[Nome do Magistrado]

Juiz de Direito


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