Modelo de Recurso de Apelação Criminal: Contestação de Sentença Condenatória Baseada em Provas Fragéis e Requisição de Absolvição ou Readequação da Pena

Publicado em: 09/10/2024 Direito Penal Processo Penal
Recurso de Apelação Criminal interposto por J.M. da S., condenado pelo Tribunal do Júri à pena de 5 anos de reclusão em regime semiaberto pelo crime de tentativa de homicídio (CP, art. 121, §2º, incisos I e IV, c/c art. 14, II). O recurso alega ausência de provas robustas e contraditoriedade na decisão, requerendo a anulação da sentença e a realização de novo julgamento, ou, subsidiariamente, a redução da pena e alteração do regime inicial. Fundamentado no CPP, art. 593, III, "d", e no princípio do in dubio pro reo, o documento reforça a insuficiência de elementos probatórios que vinculem o apelante ao delito. Inclui jurisprudências e solicita efeito suspensivo ao recurso.

RECURSO DE APELAÇÃO CRIMINAL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara do Tribunal do Júri da Comarca de [COMARCA] – Estado de [ESTADO]

2. PREÂMBULO (QUALIFICAÇÃO DAS PARTES)

J. M. da S., brasileiro, solteiro, desempregado, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua [endereço completo], por seu advogado infra-assinado, com endereço eletrônico [email do advogado], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPP, art. 593, III, alínea “d”, interpor o presente

RECURSO DE APELAÇÃO CRIMINAL

contra a r. sentença proferida pelo Tribunal do Júri desta Comarca, que o condenou à pena de 5 (cinco) anos de reclusão, em regime semiaberto, pela suposta prática do crime tipificado no CP, art. 121, §2º, incisos I e IV, c/c art. 14, II, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

3. SÍNTESE DOS FATOS

O apelante foi denunciado como incurso nas penas do CP, art. 121, §2º, incisos I e IV, c/c art. 14, II, sob a acusação de ter tentado matar, no dia 18 de janeiro de 2018, a vítima C. da S. F., utilizando-se de arma de fogo.

A denúncia mencionava, ainda, a possível participação de terceiro não identificado no crime, bem como o histórico de dependência química do apelante, especialmente o uso de crack.

O julgamento ocorreu em 03 de fevereiro de 2020, sendo o apelante condenado pelo Tribunal do Júri à pena de 5 (cinco) anos de reclusão, em regime semiaberto. Contudo, a decisão foi proferida com base em provas frágeis e contraditórias, sem qualquer elemento probatório robusto que comprovasse a autoria delitiva por parte do ora apelante.

Destaca-se que, na degravação do interrogatório de J. M. da S. (ID-149847143-30.10.2023), não há qualquer confissão ou elemento que o vincule diretamente ao crime, tampouco testemunhas que o tenham reconhecido como autor dos disparos.

4. DOS FUNDAMENTOS DO PEDIDO

A sentença condenatória deve ser reformada, pois não encontra amparo no conjunto probatório dos autos. O Conselho de Sentença, ao acolher a tese acusatória, contrariou frontalmente as provas produzidas, violando o princípio do in dubio pro reo.

A ausência de provas contundentes acerca da autoria do crime, somada à existência de elementos que indicam a participação de terceiro não identificado, impõe a absolvição do apelante, nos termos do CPP, art. 593, III, “d”.

Ainda que se entenda pela manutenção da condenação, o quantum da pena aplicada deve ser revisto, considerando-se a ausência de fundamentação idônea na exasperação da pena-base, bem como a possibilidade de aplicação de regime mais brando, nos termos do CP, art. 33, §§2º e 3º.

5. DO DIREITO

A Constituição Federal assegura, em seu art. 5º, LVII, que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Tal princípio impõe ao Estado "'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de recurso de apelação interposto por J. M. da S., condenado pelo Tribunal do Júri desta Comarca à pena de 5 (cinco) anos de reclusão, em regime semiaberto, pela suposta prática do crime previsto no art. 121, §2º, incisos I e IV, c/c art. 14, II, do Código Penal.

O apelante insurge-se contra a decisão dos jurados, alegando ausência de provas robustas quanto à autoria delitiva, bem como requer a reforma da pena imposta ou, subsidiariamente, sua readequação.

Fundamentação

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 93, inciso IX, exige que todas as decisões judiciais sejam devidamente fundamentadas, sob pena de nulidade. Nesse sentido, cabe a este juízo analisar a legalidade e a razoabilidade da condenação proferida pelo Conselho de Sentença.

A controvérsia reside na fragilidade do conjunto probatório que embasou a decisão condenatória. Conforme consta nos autos, não há testemunhas presenciais que reconheçam o apelante como autor dos disparos. A própria degravação do interrogatório de J. M. da S. não contém confissão, tampouco elementos que o vinculem de forma inequívoca ao crime.

O princípio do in dubio pro reo, de estatura constitucional, deve prevalecer quando há dúvida razoável sobre a autoria ou materialidade do delito. A jurisprudência pátria, inclusive do Superior Tribunal de Justiça e Tribunais Estaduais, é pacífica no sentido de que a decisão do Júri pode ser anulada quando manifestamente contrária às provas dos autos (CPP, art. 593, III, “d”).

Destaco, ainda, que o princípio da soberania dos veredictos, previsto no art. 5º, inciso XXXVIII, alínea “c” da CF/88, embora fundamental, não é absoluto. Deve ceder espaço quando a decisão do júri estiver divorciada do conjunto probatório, como se verifica no presente caso.

O voto dos jurados, neste caso, contrariou as provas colhidas sob o crivo do contraditório e da ampla defesa. Há menção a possível coautoria de terceiro não identificado, cuja participação não foi apurada, o que enfraquece ainda mais a tese acusatória.

Dispositivo

Diante do exposto e com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, dou provimento ao recurso de apelação interposto por J. M. da S., a fim de anular a sentença proferida pelo Tribunal do Júri desta Comarca, determinando a realização de novo julgamento, nos termos do art. 593, III, “d” do Código de Processo Penal.

Fica prejudicada a análise dos demais pedidos subsidiários constantes no recurso, diante da anulação da decisão condenatória.

É como voto.

[Cidade], [Data do Julgamento].

_______________________________________
Desembargador Relator


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