Modelo de Recurso Ordinário em Reclamação Trabalhista: Pleito por Reenquadramento Salarial, Diferenças Retroativas e Gratuidade de Justiça

Publicado em: 02/05/2024 Trabalhista
Recurso ordinário interposto por trabalhador contra sentença que julgou improcedente a reclamação trabalhista, envolvendo pedido de reenquadramento salarial na referência nº 82, pagamento de diferenças salariais retroativas a outubro de 2018 e reflexos. O recurso também questiona o indeferimento do benefício da justiça gratuita, com fundamento nos artigos 5º, XXXV e LXXIV, da Constituição Federal, e 790, §3º e §4º, da CLT. O recorrente argumenta que a decisão de primeiro grau desconsiderou normas coletivas e jurisprudências do TST, violando direitos adquiridos e a autonomia da vontade coletiva.

RECURSO ORDINÁRIO

PREÂMBULO

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) da ___ Vara do Trabalho de Rio de Janeiro/RJ,

L. C. D. de O., brasileiro, estado civil ___, profissão ___, portador do CPF nº ___, residente e domiciliado na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, CEP ___, endereço eletrônico ___, nos autos da Reclamação Trabalhista nº ___, que move em face da COMPANHIA MUNICIPAL DE LIMPEZA URBANA – COMLURB, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o nº ___, com sede na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, CEP ___, endereço eletrônico ___, inconformado com a r. sentença proferida, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o presente RECURSO ORDINÁRIO, com fundamento no art. 895, I, da CLT, requerendo a remessa dos autos ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da ___ Região para apreciação.

Termos em que pede deferimento.

Rio de Janeiro, ___ de ___ de 2024.

___________________________
Advogado(a)
OAB/___ nº ___

RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

COLENDA TURMA

O presente recurso ordinário visa à reforma da r. sentença que julgou improcedentes os pedidos formulados pelo recorrente, bem como indeferiu o benefício da justiça gratuita, conforme fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

O recorrente ajuizou reclamação trabalhista em 13/10/2023, pleiteando, entre outros, o reenquadramento na referência salarial nº 82, pagamento de diferenças salariais retroativas a outubro de 2018 e reflexos, com fundamento em normas coletivas firmadas pela reclamada.

A r. sentença de primeiro grau julgou improcedentes os pedidos do autor, reconhecendo a prescrição quinquenal e considerando que a reclamada já havia implementado o plano de cargos e salários conforme o ACT de 2022/2023. Ademais, indeferiu o benefício da justiça gratuita ao recorrente, sob o argumento de que o salário do autor é superior a 40% do limite do benefício do RGPS, conforme art. 790, §4º, da CLT.

DO DIREITO

1. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

A decisão de indeferir a gratuidade de justiça ao recorrente viola o direito fundamental de acesso à justiça, previsto no art. 5º, XXXV e LXXIV, da CF/88. A Constituição assegura que o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.

O art. 790, §3º, da CLT, estabelece que a gratuidade de justiça será concedida àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do RGPS. Contudo, o §4º do mesmo artigo exige a comprovação da insuficiência de recursos. Tal exigência não pode ser "'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de Recurso Ordinário interposto por L. C. D. de O., inconformado com a sentença de primeiro grau que julgou improcedentes os pedidos formulados na Reclamação Trabalhista nº ___, proposta em face da Companhia Municipal de Limpeza Urbana – COMLURB. O recorrente alega, em síntese, a violação de direitos previstos em normas coletivas e requer a concessão do benefício da justiça gratuita.

Voto do Magistrado

Passo a analisar o mérito do recurso, em atenção ao disposto no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige o necessário enfrentamento de todos os argumentos deduzidos pelas partes, de forma fundamentada.

1. Da Gratuidade de Justiça

O recorrente postulou a concessão do benefício da justiça gratuita, alegando hipossuficiência econômica. A Constituição Federal, em seu art. 5º, XXXV e LXXIV, consagra o direito fundamental de acesso à justiça e assegura assistência jurídica integral e gratuita àqueles que comprovarem insuficiência de recursos.

O art. 790, §3º, da CLT, estabelece que a gratuidade de justiça será concedida aos que perceberem salário igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do RGPS. O recorrente apresentou declaração de hipossuficiência, que goza de presunção relativa de veracidade, conforme o art. 99, §3º, do CPC/2015 e entendimento consolidado na Súmula 463, I, do TST.

Não havendo elementos nos autos que infirmem a declaração apresentada, entendo que o indeferimento da gratuidade de justiça pelo juízo de origem contraria a jurisprudência consolidada do TST. Assim, faz-se necessária a reforma da sentença nesse ponto, para conceder o benefício da gratuidade de justiça ao recorrente.

2. Do Plano de Cargos e Salários

O recorrente pleiteia o reenquadramento na referência salarial nº 82 e o pagamento de diferenças salariais retroativas a outubro de 2018, com fundamento em normas coletivas firmadas pela reclamada. A Constituição Federal, em seu art. 7º, XXVI, confere força normativa às convenções e acordos coletivos de trabalho, como expressão da autonomia da vontade coletiva.

A sentença de primeiro grau considerou implementado o plano de cargos e salários previsto no ACT de 2022/2023, mas ignorou os efeitos financeiros retroativos previstos em ACTs anteriores. Tal entendimento viola o princípio da irretroatividade das alterações contratuais prejudiciais e desconsidera a força obrigatória das normas coletivas.

Com base nos documentos apresentados pelo recorrente e na jurisprudência do TST, é possível concluir que as normas coletivas firmadas anteriormente asseguravam o direito ao reenquadramento e ao pagamento das diferenças salariais pleiteadas. Assim, entendo que a sentença deve ser reformada para reconhecer o direito do recorrente a esses valores.

3. Jurisprudência Aplicável

A jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho reforça a necessidade de respeito às normas coletivas e ao direito à gratuidade de justiça, conforme se depreende das decisões abaixo:

  • RECURSO ORDINÁRIO EM AÇÃO RESCISÓRIA: "Para o deferimento do benefício da justiça gratuita à pessoa natural, basta que o interessado declare, sob as penas da lei, a impossibilidade de pagar as custas do processo, sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família" (TST, ROT 100340-07.2017.5.01.0000, Rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, J. em 20/08/2024).
  • AGRAVO EM RECURSO DE REVISTA: "A declaração pessoal da parte interessada de que não tem condições de arcar com as despesas do processo é válida para tal finalidade, revestindo-se de presunção relativa de veracidade" (TST, Ag-RRAg 472-59.2018.5.12.0018, Rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, J. em 18/10/2023).

Conclusão

Ante o exposto, conheço do recurso ordinário e, no mérito, dou-lhe provimento para:

  1. Conceder o benefício da justiça gratuita ao recorrente;
  2. Reformar a sentença para reconhecer o direito do recorrente ao reenquadramento na referência salarial nº 82 e ao pagamento das diferenças salariais retroativas a outubro de 2018, com reflexos;
  3. Condenar a reclamada ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios sucumbenciais.

É como voto.


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