Modelo de Réplica à Contestação em Ação de Reparação de Danos Contra Concessionária por Corte Indevido de Serviço Essencial

Publicado em: 18/02/2025 CivelConsumidor
Documento jurídico contendo a réplica à contestação apresentada pela Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO) em ação de reparação de danos. O autor, J.C.S., contesta o corte indevido do fornecimento de água, serviço essencial, mesmo com as faturas devidamente quitadas. A peça aborda os transtornos causados pela interrupção do serviço, incluindo prejuízos a pessoas idosas e com deficiência, e solicita indenização por danos morais e materiais. Fundamenta-se no Código de Defesa do Consumidor (CDC), na Constituição Federal (CF/88) e em princípios como a boa-fé objetiva e a dignidade da pessoa humana, além de citar jurisprudências correlatas.

EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ(A) DE DIREITO DA 25ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ARACAJU – ESTADO DO SERGIPE

Processo nº 20252569874

Requerente: J. C. S.

Requerida: Companhia de Saneamento de Sergipe - DESO

J. C. S., já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, apresentar RÉPLICA À CONTESTAÇÃO, nos termos do art. 350 do CPC/2015, em face da contestação apresentada pela Companhia de Saneamento de Sergipe - DESO, pelos fundamentos de fato e de direito que passa a expor.

DOS FATOS

Conforme narrado na inicial, o Autor teve o fornecimento de água de sua residência interrompido em 05/11/2024, com a retirada do relógio pela empresa Ré, sob alegação de inadimplência referente à fatura de outubro de 2024, no valor de R$ 545,72. Contudo, tal alegação é infundada, visto que todas as faturas estavam devidamente quitadas, fato comprovado pelos comprovantes de pagamento anexados aos autos.

O corte abrupto do fornecimento de água, serviço essencial, causou sérios transtornos à família do Autor, composta por pessoas idosas e com deficiência, que necessitam de condições mínimas de higiene e saúde. Mesmo após reiterados contatos com a Ré, o serviço permaneceu suspenso por mais de quatro dias, sendo religado apenas após o pagamento de uma taxa abusiva de R$ 331,36.

A conduta da Ré foi abusiva, desidiosa e violou os direitos do consumidor, causando danos morais e materiais ao Autor, que busca a devida reparação judicial.

DO DIREITO

A relação entre as partes é regida pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990), sendo a Ré uma concessionária de serviço público essencial. O corte do fornecimento de água, mesmo com as faturas devidamente quitadas, configura prática abusiva, nos termos do CDC, art. 39, V.

Ademais, o fornecimento de água é considerado um serviço essencial, conforme dispõe a CF/88, art. 10, §1º, sendo vedada a sua interrupção por motivos injustificados. A conduta da Ré violou os princípios da boa-fé objetiva e da dignidade da pessoa humana, causando danos morais ao Autor, que ultrapassam os meros aborrecimentos do cotidiano.

Quanto à taxa de religação, a cobrança foi abusiva, uma vez que o corte foi indevido e não houve inadimplência por parte do Autor. Tal prática configura enriquecimento ilícito por parte da Ré, em afronta ao CCB/2002, art. 884.

JURISPRUDÊNCIAS

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Informações complementares

Simulação de Voto

Introdução

Trata-se de análise e julgamento de recurso interposto no processo de nº 20252569874, em que figuram como partes J. C. S., na qualidade de Requerente, e Companhia de Saneamento de Sergipe - DESO, na qualidade de Requerida. O caso trata de interrupção indevida de serviço essencial, com alegação de prática abusiva por parte da concessionária de serviço público.

Dos Fatos

Conforme narrado nos autos, o fornecimento de água da residência do Autor foi interrompido pela Ré sob a alegação de inadimplência, mesmo havendo comprovação de quitação de todas as faturas. Tal conduta resultou em graves transtornos à família do Autor, composta por pessoas idosas e com deficiência, além de cobrança indevida de taxa para religação do serviço.

Do Direito

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 10, §1º, reconhece a água como serviço essencial, cuja interrupção é vedada por motivos injustificados. A relação entre as partes é regulada pelo Código de Defesa do Consumidor ( Lei 8.078/1990), que em seu artigo 39, V, proíbe práticas abusivas. Ademais, a conduta da Ré violou os princípios da dignidade da pessoa humana e da boa-fé objetiva.

Quanto à taxa de religação, sua cobrança foi indevida, configurando enriquecimento ilícito, conforme disposto no Código Civil Brasileiro, art. 884.

Jurisprudências

Colaciono jurisprudências que corroboram a responsabilidade das concessionárias por falhas na prestação de serviços essenciais:

  • Direito Civil: Reconhecimento de ilegalidade de cobrança e condenação de concessionárias por danos morais e materiais (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP, Rel. Des. Márcia Dalla Déa Barone).
  • Recurso Inominado: Reconhecimento de enriquecimento ilícito e abusividade em práticas de concessionárias (TJSP, 3ª Turma Recursal Cível, Recurso Inominado Cível Acórdão/TJSP, Rel. Andrea Ayres Trigo).

Da Decisão

Com base nos fundamentos constitucionais e legais apresentados, entendo que a conduta da Ré foi abusiva e violou os direitos fundamentais do Autor. A interrupção indevida de serviço essencial e a cobrança de taxa de religação configuram práticas ilegais, sendo cabível a responsabilização da concessionária pelos danos morais e materiais sofridos pelo Autor.

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988 e nas normas infraconstitucionais aplicáveis, voto:

  1. Pela procedência do pedido do Autor;
  2. Pela condenação da Ré ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00;
  3. Pela restituição ao Autor da taxa de religação no valor de R$ 331,36, devidamente corrigida;
  4. Pela condenação da Ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 15% do valor da condenação;
  5. Pela determinação de medidas para evitar a repetição de condutas similares por parte da Ré.

Aracaju, ___ de __________ de 2024.

Magistrado


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