Modelo de Réplica à Contestação em Ação de Repetição de Indébito e Danos Morais contra Descontos Indevidos em Proventos de Aposentadoria
Publicado em: 07/03/2025 CivelProcesso CivilConsumidorAO JUÍZO DE DIREITO DA 13ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ARATU - BA
PROCESSO Nº: 009568-50.2025.10.30.0020
AUTOR(A): A. J. DA S.
RÉU: ASSOCIAÇÃO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS NACIONAL – AAPEN
A. J. DA S., já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, por intermédio de seu advogado constituído, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPC/2015, art. 350, apresentar a presente:
RÉPLICA À CONTESTAÇÃO
em face da contestação apresentada pela parte ré, ASSOCIAÇÃO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS NACIONAL – AAPEN, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos:
DA SÍNTESE DOS FATOS
A parte autora foi surpreendida com descontos indevidos em seus proventos de aposentadoria do INSS, no valor de R$ 33,83, sob a rubrica "CONTRIBUIÇÃO ABSP 0800 5910527". O autor jamais se associou à ré ou autorizou tais descontos, configurando-se a ilegalidade da conduta.
Na inicial, o autor pleiteou a devolução em dobro dos valores descontados, nos termos do CDC, art. 42, parágrafo único, bem como a condenação da ré ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 7.000,00.
DA IMPUGNAÇÃO DOS ARGUMENTOS DA CONTESTAÇÃO
1. DA JUSTIÇA GRATUITA
A parte ré alega ser entidade sem fins lucrativos e, por isso, faz jus à justiça gratuita. Contudo, tal benefício não pode ser concedido indiscriminadamente. Conforme o CPC/2015, art. 98, § 1º, a concessão da gratuidade exige comprovação da insuficiência de recursos, o que não foi demonstrado pela ré. Assim, impugna-se o pedido de justiça gratuita.
2. DA IMPUGNAÇÃO DA ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR
A ré sustenta que o autor não buscou resolver a questão administrativamente. Todavia, o interesse de agir está configurado na necessidade de tutela jurisdicional para cessar os descontos indevidos e obter a reparação pelos danos sofridos. O CPC/2015, art. 5º, assegura o direito de acesso à Justiça, sendo desnecessária a exaustão de vias administrativas.
3. DA IMPUGNAÇÃO DA INAPLICABILIDADE DO CDC
A relação entre as partes é de consumo, pois a ré presta serviços mediante remuneração, enquadrando-se no CDC, art. 2º e art. 3º. O autor é consumidor final, e a ré, fornecedora de serviços, sendo plenamente aplicável o Código de Defesa do Consumidor.
4. DA REPETIÇÃO DO INDÉBITO
A devolução em dobro dos valores descontados indevidamente é devida, conforme o CDC, art. 42, parágrafo único. A má-fé da ré é evidente, pois não há qualquer justificativa para os descontos realizados, configurando-se enriquecimento ilícito.