Modelo de Réplica à Contestação em Ação Indenizatória por Danos Morais Decorrentes de Enchentes em Porto Alegre

Publicado em: 27/11/2024 Civel
Apresentação de réplica pelos autores em ação indenizatória contra o Município de Porto Alegre, decorrente de danos morais causados por enchentes de maio de 2024. O documento refuta as alegações de força maior e de litigância de má-fé levantadas pelo requerido, embasando a responsabilidade objetiva do ente público pela omissão em adotar medidas preventivas e de manutenção da infraestrutura urbana. A réplica reafirma o pedido de indenização e apresenta jurisprudências que sustentam os argumentos.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO 1º JUÍZO DO 2º JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DO FORO CENTRAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE

PROCESSO Nº 5223013-57.2024.8.21.0001/RS

RÉPLICA

A. J. dos S., I. da S. S., J. F. P. M., L. A. P. S. e M. T., já qualificados nos autos da ação indenizatória em epígrafe, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seus procuradores, apresentar RÉPLICA à contestação apresentada pelo MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE, nos termos que seguem:

PREÂMBULO

Os autores, em razão das enchentes de maio de 2024, ajuizaram a presente ação buscando a reparação pelos danos morais sofridos. A contestação apresentada pelo requerido traz alegações que carecem de fundamento jurídico e probatório, as quais serão devidamente refutadas nesta oportunidade.

DOS FATOS

Os autores residem em áreas severamente afetadas pelas enchentes históricas de maio de 2024, que causaram destruição de bens, perda de documentos e danos psicológicos significativos. A presente ação busca a devida reparação pelos danos morais sofridos, em virtude da omissão do ente público em adotar medidas preventivas e de contenção adequadas.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que a responsabilidade civil do Estado é objetiva, conforme disposto no art. 37, §6º, da CF/88. Assim, basta a comprovação do dano e do nexo causal entre este e a conduta omissiva do ente público para que se configure o dever de indenizar.

O Município de Porto Alegre, ao alegar força maior, tenta eximir-se de sua responsabilidade, ignorando que a omissão em adotar medidas preventivas e de manutenção da infraestrutura urbana contribuiu significativamente para a ampliação dos danos causados pelas enchentes.

Ademais, a alegação de litigância de má-fé por parte dos autores é infundada. Os autores buscaram o Judiciário em legítimo exercício de seu direito de ação, não havendo qualquer indício de má-fé ou"'>...

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Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

Resumo dos Fatos

Em maio de 2024, Porto Alegre foi atingida por enchentes históricas que causaram destruição significativa. Os autores da presente ação residem em áreas severamente impactadas, sofrendo perdas materiais, danos psicológicos e prejuízos à sua qualidade de vida. A alegação central dos autores é que o Município de Porto Alegre foi omisso em adotar medidas preventivas e de contenção que poderiam ter mitigado os danos causados pelo desastre.

A ação busca a reparação por danos morais, no valor de R$ 42.360,00 para cada autor, com fundamento na responsabilidade civil objetiva do ente público. A contestação do Município argumenta que o evento foi causado por força maior e tenta eximir-se de qualquer responsabilidade, além de acusar os autores de litigância de má-fé.

Fundamentos Jurídicos

A Constituição Federal, em seu artigo 37, §6º, estabelece a responsabilidade objetiva do Estado, exigindo apenas a comprovação do dano e do nexo causal entre a conduta omissiva do ente público e os prejuízos sofridos pelos cidadãos. Neste caso, os autores argumentam que o Município falhou em adotar medidas preventivas e em manter a infraestrutura urbana em condições adequadas, contribuindo para a ampliação dos danos.

A defesa do Município, baseada na alegação de força maior, é refutada pelos autores, que apontam que o agravamento dos danos se deu em razão da omissão administrativa. Além disso, a acusação de litigância de má-fé é contestada, pois os autores exerceram seu direito de ação de forma legítima e não buscaram fragmentar demandas para prejudicar o ente público.

Precedentes Jurisprudenciais

A jurisprudência reforça a tese de que a responsabilidade civil do ente público pode ser reconhecida em casos de omissão. Entre os precedentes citados, destacam-se decisões que reforçam o dever de cuidado do poder público e a necessidade de garantir infraestrutura adequada para evitar ou mitigar desastres naturais. Exemplos:

  • TJSP (31ª Câmara de Direito Privado): Decisões anulando sentenças baseadas em erros processuais que ignoraram a responsabilidade do ente público.
  • TJSP (10ª Câmara de Direito Público): Reconhecimento de cerceamento de defesa em casos onde perícia técnica era necessária para comprovar danos e omissões.

Pedidos

Os autores requerem:

  1. O reconhecimento da legitimidade da ação e a rejeição das preliminares apresentadas pelo Município;
  2. O afastamento da tese de força maior, com o reconhecimento da responsabilidade do Município pelos danos causados;
  3. A condenação do Município ao pagamento de R$ 42.360,00 a título de indenização por danos morais para cada autor;
  4. A condenação do requerido ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios.

Considerações Finais

A narrativa apresentada evidencia a relação de causalidade entre a omissão do Município de Porto Alegre e os danos sofridos pelos autores. Baseando-se na responsabilidade objetiva do ente público, os autores confiam no Poder Judiciário para a justa solução da lide, garantindo a reparação pelos danos morais causados.


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