Modelo de Réplica à Contestação em Reclamação Trabalhista por Dispensa Discriminatória e Reconhecimento de Estabilidade Provisória

Publicado em: 19/01/2025 Trabalhista Processo do Trabalho
Documento jurídico que apresenta réplica à contestação em reclamação trabalhista, elaborado em favor da Reclamante, M. F. de S. L., contra a Reclamada. Aborda a dispensa arbitrária e discriminatória da Reclamante durante contrato de experiência, em violação aos direitos trabalhistas e constitucionais. O texto reforça a procedência da ação com base em fatos, documentos médicos, mensagens comprobatórias, princípios constitucionais e jurisprudências do TST. A réplica solicita, entre outros pedidos, o reconhecimento da estabilidade provisória, reintegração ao emprego e indenização por danos morais.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___ VARA DO TRABALHO DE [CIDADE/UF]

Processo nº: [Número do Processo]

RÉPLICA

A Reclamante, M. F. de S. L., já qualificada nos autos da reclamação trabalhista em epígrafe, por meio de seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar a presente RÉPLICA à contestação apresentada pela Reclamada, [Nome da Reclamada], nos termos a seguir expostos.

PREÂMBULO

A presente réplica tem como objetivo refutar os argumentos apresentados pela Reclamada em sua contestação, reafirmando os direitos da Reclamante e demonstrando a procedência dos pedidos formulados na inicial. A Reclamante reitera que foi dispensada de forma arbitrária e discriminatória, em flagrante violação aos seus direitos trabalhistas e constitucionais.

DOS FATOS

A Reclamante foi contratada pela Reclamada em regime de contrato de experiência, com início em 19/01/2024. Durante o período laboral, a Reclamante apresentou problemas de saúde, devidamente comprovados por atestados médicos, laudos e mensagens enviadas ao superior hierárquico, que demonstram o conhecimento da Reclamada sobre o estado de saúde da obreira.

Apesar das recomendações médicas para que a Reclamante pudesse realizar suas atividades com adaptações, como evitar carregar peso e ter acesso frequente ao banheiro, a Reclamada ignorou tais orientações. O supervisor da Reclamante, inclusive, tratou-a com desdém e ironia, conforme demonstrado pelas mensagens enviadas via WhatsApp.

A Reclamada promoveu a rescisão antecipada do contrato de trabalho em 20/05/2024, de forma arbitrária e discriminatória, agravando ainda mais o quadro de saúde da Reclamante, que passou a depender de auxílio por incapacidade temporária previdenciária. O benefício foi cessado em 20/12/2024, deixando a Reclamante em situação de vulnerabilidade.

DO DIREITO

A dispensa da Reclamante ocorreu de forma discriminatória, em violação ao disposto no CF/88, art. 7º, XXXI, que veda qualquer discriminação no ambiente de trabalho. A presunção de dispensa discriminatória é reforçada pelo estado de saúde debilitado da Reclamante, conforme entendimento consolidado na jurisprudência.

Além disso, a Reclamada descumpriu o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o valor social do trabalho (CF/88, art. 1º, IV), ao ignorar as condições de saúde da Reclamante e promover sua dispen"'>...

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Informações complementares

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RELATÓRIO

Trata-se de ação trabalhista movida por M. F. de S. L., em face de [Nome da Reclamada], em que são discutidos, entre outros temas, a alegação de dispensa discriminatória, a estabilidade provisória e a indenização por danos morais.

FUNDAMENTAÇÃO

1. Dos Fatos

Conforme relatado nos autos, a Reclamante foi contratada em regime de contrato de experiência em 19/01/2024 e, ao longo do vínculo, apresentou problemas de saúde devidamente comprovados por laudos e atestados médicos. A Reclamada, no entanto, ignorou tais condições, culminando na rescisão antecipada e arbitrária do contrato de trabalho em 20/05/2024.

2. Do Direito

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 7º, inciso XXXI, veda expressamente qualquer forma de discriminação no ambiente de trabalho. Além disso, o artigo 1º, incisos III e IV, consagra os princípios da dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho, que foram violados na conduta da Reclamada.

A jurisprudência também é uníssona em reconhecer a estabilidade provisória ao empregado que, mesmo durante o contrato de experiência, encontra-se incapacitado para o trabalho em virtude de doença, consoante a Súmula 378 do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Nesse sentido, o comportamento da Reclamada caracterizou dispensa discriminatória.

3. Da Análise Hermenêutica

A análise dos fatos e das provas revela que a rescisão antecipada do contrato de trabalho da Reclamante foi realizada de forma arbitrária e discriminatória, uma vez que ignorou o estado de saúde da obreira e foi motivada por preconceito, conforme mensagens e laudos médicos juntados aos autos.

Além disso, a conduta da Reclamada violou o princípio da boa-fé objetiva e o dever de colaboração no contrato de trabalho, desrespeitando as orientações médicas que visavam assegurar condições mínimas de trabalho à Reclamante. Tal comportamento é passível de condenação por danos morais.

4. Da Jurisprudência

A jurisprudência do TST reforça a interpretação em favor da Reclamante:

  • TST (6ª Turma) - RRAg 10500-69.2014.5.17.0121: Reconhecimento do dano moral individual quando há violação de direitos fundamentais, como dignidade e integridade física.
  • TST (3ª Turma) - RRAg 11316-62.2020.5.15.0132: Aplicação de normas trabalhistas em favor da proteção ao trabalhador em situação de vulnerabilidade.

DISPOSITIVO

Diante do exposto, com fundamento no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, voto pela procedência parcial do pedido, nos seguintes termos:

  1. Reconheço a estabilidade provisória da Reclamante, nos termos da Súmula 378 do TST;
  2. Determino a reintegração da Reclamante ao emprego, com o ressarcimento integral das remunerações do período de afastamento e estabilidade até a recuperação de sua capacidade laboral;
  3. Condeno a Reclamada ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais);
  4. Condeno a Reclamada a regularizar as anotações na CTPS da Reclamante, registrando os dias trabalhados e demais obrigações contratuais;
  5. Determino a realização de perícia médica para acompanhamento da condição de saúde da Reclamante.

Os valores serão apurados em liquidação de sentença, observando-se os critérios da correção monetária e juros de mora legais.

CONCLUSÃO

Por todo o exposto, conheço do recurso e dou-lhe provimento parcial para reformar a sentença de origem nos termos acima delineados.

[Local], [Data].

____________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz do Trabalho


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