Modelo de Réplica à Contestação em Reclamação Trabalhista com Pedido de Rescisão Indireta e Indenização por Danos Morais e Materiais

Publicado em: 09/04/2025 Trabalhista Processo do Trabalho
Réplica apresentada pela Reclamante em ação trabalhista contra Nordeste Fruit Ltda., com enfoque na rescisão indireta do contrato de trabalho devido à negligência da empregadora quanto às condições de trabalho de empregada com deficiência (PCD). O documento destaca a omissão da empresa em adaptar o ambiente de trabalho, os prejuízos à saúde da trabalhadora, a ausência de recolhimento previdenciário e do FGTS, além de solicitar indenizações por danos morais e materiais, baseando-se na Constituição Federal, CLT e Estatuto da Pessoa com Deficiência.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA VARA DO TRABALHO DE NATAL – TRT DA 21ª REGIÃO

Processo nº: 0000169-73.2025.5.21.0010

Reclamante: C. P.

Reclamada: Nordeste Fruit Ltda.

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

C. P., já qualificada nos autos da reclamação trabalhista em epígrafe, que move em face de NORDESTE FRUIT LTDA. e do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, vem, respeitosamente, por seu advogado infra-assinado, com fundamento no CPC/2015, art. 350, apresentar sua

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS

A Reclamada, em sua contestação, tenta desvirtuar os fatos narrados na petição inicial, omitindo a realidade vivenciada pela Reclamante ao longo de mais de 17 anos de vínculo empregatício, marcado por negligência quanto à sua condição de pessoa com deficiência (PCD) e pela ausência de adaptações necessárias ao seu ambiente de trabalho.

A Reclamante possui escoliose congênita severa, condição visivelmente perceptível, uma vez que sua coluna possui curvatura em formato de “S”, o que torna inverossímil a alegação da empresa de que só teria tomado ciência da deficiência em 28/01/2016. A contratação da Reclamante como PCD ocorreu em 2007, sendo essa condição, portanto, de conhecimento da empresa desde o início da relação laboral.

Durante os anos de trabalho, a Reclamante foi submetida a atividades que exigiam esforço físico e posturas inadequadas, incompatíveis com sua limitação física. O agravamento de sua condição de saúde não decorre de fatores etários, como tenta fazer crer a Reclamada, mas sim da omissão da empresa em adaptar o ambiente de trabalho e das funções exercidas, em flagrante violação ao CCB/2002, art. 186 e à CF/88, art. 7º, XXII.

Após o primeiro afastamento previdenciário, a Reclamante buscou incessantemente informações sobre seu retorno ao trabalho, sem obter resposta adequada. Foram diversas mensagens enviadas à Sra. P., representante da empresa, via aplicativo WhatsApp, que sequer foram respondidas. Tal conduta demonstra o descaso patronal e a ausência de qualquer política de reintegração ou readaptação funcional.

Somente após o ajuizamento da presente ação é que a empresa passou a recolher as competências do FGTS em atraso, no valor de R$ 4.300,00, conforme será detalhado oportunamente. Entretanto, as mesmas competências relativas ao INSS não foram recolhidas, o que configura inadimplemento das obrigações legais e previdenciárias.

Quanto à médica do trabalho mencionada pela Reclamada, trata-se de profissional vinculada ao SESI, que, durante os atendimentos, mantinha contato direto com a empresa para decidir o destino da Reclamante, sem realizar avaliação clínica adequada. A Reclamante sofreu maus-tratos, sendo tratada com rispidez, o que lhe causou traumas psicológicos, levando-a a desenvolver transtornos de ansiedade e pânico, necessitando de medicação controlada.

O atestado médico apresentado pelo Dr. F., datado de 17/02, é por tempo indeterminado, e não por 90 dias, como alegado pela Reclamada. A tentativa de desqualificar o documento médico demonstra má-fé processual.

Por fim, a alegação de que a Reclamante deveria requerer aposentadoria por invalidez é descabida. A aposentadoria por invalidez independe da vontade do trabalhador e está condicionada à avaliação do INSS. A empresa não pode se eximir de suas obrigações trabalhistas sob esse pretexto.

Quanto aos períodos de “limbo previdenciário”, é legítima a cobrança dos salários, pois a empresa tinha ciência de que a Reclamante estava sob amparo do INSS e, mesmo assim, não forneceu orientação adequada, conforme demonstram os prints anexados aos autos.

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Informações complementares

Simulação de Voto

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a)

Processo nº: 0000169-73.2025.5.21.0010

Reclamante: C. P.

Reclamada: Nordeste Fruit Ltda.

Voto do Magistrado

Trata-se de reclamação trabalhista ajuizada por C. P. em face de Nordeste Fruit Ltda., na qual a Reclamante pleiteia, entre outros pedidos, o reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho, o pagamento de verbas rescisórias, e indenização por danos morais e materiais, em razão de omissão da Reclamada na adaptação do ambiente de trabalho às condições de saúde da Reclamante, pessoa com deficiência (PCD).

Análise Hermenêutica dos Fatos e do Direito

A presente ação fundamenta-se no direito trabalhista, constitucional e civil. Os fatos narrados pela Reclamante, corroborados pelos documentos juntados aos autos, evidenciam a negligência da Reclamada em garantir um ambiente de trabalho adequado às condições físicas da empregada, violando preceitos fundamentais previstos na CF/88 e na legislação infraconstitucional.

Fundamentos Constitucionais e Legais

Nos termos da CF/88, art. 7º, XXII, é direito do trabalhador a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. Além disso, a CF/88, art. 1º, III, consagra o princípio da dignidade da pessoa humana, reforçado no caso em tela pela CF/88, art. 7º, XXXI, que protege a pessoa com deficiência contra discriminação no trabalho.

Com base na CLT, art. 483, alínea \"d\", a conduta da Reclamada caracteriza descumprimento das obrigações contratuais, justificando a rescisão indireta do contrato de trabalho.

No âmbito civil, o CCB/2002, art. 186 determina que aquele que, por ação ou omissão, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. A negligência da Reclamada também afronta o disposto na Lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), que reforça a necessidade de inclusão e proteção às pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

Considerações sobre os Recursos Interpostos

Considerando que os recursos interpostos pela Reclamada não possuem elementos suficientes para afastar as provas apresentadas pela Reclamante, tampouco apresentam argumentos que desconstituam os fundamentos legais e constitucionais invocados, decido por conhecer os recursos, mas negá-los provimento.

Decisão

Ante o exposto, com fundamento na CF/88, art. 93, IX, que exige que as decisões judiciais sejam fundamentadas, voto pela parcial procedência dos pedidos formulados pela Reclamante, nos seguintes termos:

  1. Reconheço a rescisão indireta do contrato de trabalho, com o consequente pagamento das verbas rescisórias devidas;
  2. Condeno a Reclamada ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ 20.000,00, em razão da violação à dignidade da pessoa humana e aos direitos trabalhistas da Reclamante;
  3. Condeno a Reclamada ao pagamento de indenização por danos materiais, a ser apurada em liquidação de sentença, referente aos gastos médicos e prejuízos causados pelo agravamento da condição de saúde da Reclamante;
  4. Determino o pagamento dos salários correspondentes aos períodos em que a Reclamante permaneceu no chamado “limbo previdenciário”, por responsabilidade da Reclamada;
  5. Condeno a Reclamada ao recolhimento das contribuições previdenciárias e do FGTS em atraso, acrescidos dos encargos legais;
  6. Defiro os benefícios da justiça gratuita à Reclamante, nos termos da CLT, art. 790, § 3º;
  7. Condeno a Reclamada ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais, fixados em 10% sobre o valor da condenação, conforme a CLT, art. 791-A.

Conclusão

Por todo o exposto, voto pela parcial procedência da reclamação trabalhista, determinando à Reclamada o cumprimento das obrigações acima descritas e o pagamento das indenizações cabíveis à Reclamante.

É como voto.

Termos em que,

Pede deferimento.

Magistrado(a)
Vara do Trabalho de Natal – TRT da 21ª Região


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