Modelo de Ação Anulatória de Multa Administrativa por Suposta Irregularidade na Rescisão Contratual de Empregado

Publicado em: 20/05/2024 Trabalhista
Ação judicial proposta por uma empresa contra o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) com o objetivo de anular multa administrativa aplicada indevidamente. A notificação refere-se à cobrança de multa de 40% sobre o FGTS em uma rescisão contratual que ocorreu por pedido de demissão do empregado, o que não enseja tal obrigação segundo a legislação vigente. A ação fundamenta-se em argumentos jurídicos relacionados ao princípio da legalidade, contraditório, ampla defesa e devido processo legal, além de apresentar jurisprudências favoráveis ao caso. Os pedidos incluem a suspensão da multa, declaração de sua nulidade e condenação do MTE ao pagamento das custas processuais.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DO TRABALHO DA ___ª VARA DO TRABALHO DE [CIDADE/UF]

Requerente: [Nome da Empresa - Razão Social], pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [número], com sede na [endereço completo], endereço eletrônico [e-mail].

Requerido: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), órgão da Administração Pública Federal, com endereço na [endereço completo].

PREÂMBULO

Nos termos do CPC/2015, art. 319, vem a Requerente, por meio de seu advogado regularmente constituído (instrumento de mandato anexo), propor a presente:

AÇÃO ANULATÓRIA DE MULTA ADMINISTRATIVA

em face do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS

A Requerente foi notificada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para pagamento de multa referente à suposta ausência de recolhimento da multa de 40% sobre o FGTS, decorrente de rescisão contratual de um ex-empregado. Contudo, a rescisão em questão ocorreu por iniciativa do próprio trabalhador, configurando pedido de demissão, o que, conforme a legislação vigente, não enseja o pagamento da referida multa.

O MTE, ao emitir a notificação, desconsiderou os documentos apresentados pela Requerente que comprovam a natureza do desligamento do empregado. Tal conduta administrativa impõe à Requerente uma penalidade indevida, gerando prejuízo financeiro e afrontando os princípios da legalidade e da razoabilidade.

DO DIREITO

Conforme dispõe o CCB/2002, art. 11, §1º, III, e a CF/88, art. 5º, II, nenhum cidadão ou entidade pode ser compelido a cumprir obrigação que não esteja prevista em lei. A multa de 40% sobre o FGTS é devida exclusivamente nos casos de dispensa sem justa causa, conforme previsto no art. 18, §1º, da Lei 8.036/1990.

No presente caso, a rescisão contratual ocorreu por iniciativa do empregado, caracterizando pedido de demissão, o que afasta a obrigatoriedade do pagamento da multa de 40% sobre o FGTS. Tal entendimento é pacífico na jurisprudência e encontra respaldo nos princípios da legalidade e da segurança jurídica.

Além disso, a atuação do MTE ao desconsiderar os documentos apresentados pela Requerente viola o princípio do contraditório e da ampla defesa, garantidos pelo CF/88, art. 5º, LV. A Administração Pública, ao aplicar penalidades, deve observar rigorosamente o devido processo legal, conforme preconiza o CF/88, art. 37, caput.

JURISPRUDÊNCIAS

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares
Simulação de Voto

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I - Relatório

Trata-se de Ação Anulatória de Multa Administrativa proposta por [Nome da Empresa - Razão Social], pessoa jurídica de direito privado, em face do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A Requerente pleiteia a nulidade de multa administrativa aplicada pelo MTE, referente ao suposto não recolhimento da multa de 40% sobre o FGTS, sob o fundamento de que a rescisão contratual do empregado ocorreu por pedido de demissão e não por dispensa sem justa causa.

De acordo com as alegações e documentos apresentados, a Requerente sustenta que a cobrança é indevida, haja vista que a multa de 40% sobre o FGTS somente é aplicável nos casos de dispensa sem justa causa, conforme previsão expressa na Lei nº 8.036/1990.

Após regular processamento, os autos foram remetidos para julgamento.

II - Fundamentação

Dos Fatos e do Direito

Conforme narrado pela Requerente, a multa administrativa foi aplicada pelo MTE sob o fundamento de que a empresa não recolheu a multa de 40% sobre o FGTS em uma rescisão contratual. Todavia, restou demonstrado que a rescisão ocorreu por iniciativa do trabalhador, configurando pedido de demissão, o que não enseja o pagamento da referida multa, nos termos do art. 18, §1º, da Lei nº 8.036/1990.

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, II, preceitua que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei". Assim, a penalidade imposta à Requerente carece de amparo legal, uma vez que não houve descumprimento de obrigação legalmente prevista.

Além disso, verifica-se que o MTE desconsiderou os documentos apresentados pela Requerente, os quais comprovam a natureza do desligamento do empregado. Tal conduta afronta o princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa, garantidos pelo art. 5º, LV, da Constituição Federal.

Da Atuação da Administração Pública

O art. 37, caput, da Constituição Federal estabelece que a Administração Pública deve obedecer aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. No presente caso, a atuação do MTE, ao desconsiderar os documentos comprobatórios e aplicar penalidade sem fundamento legal, viola o princípio da legalidade, bem como os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.

Conforme jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST), cabe à Administração Pública demonstrar, de forma inequívoca, a regularidade de sua atuação, especialmente quando esta resulta na imposição de penalidades administrativas, como se observa no seguinte precedente:

TST (3ª Turma) - AIRR 1133-59.2016.5.05.0032 - Rel.: Min. Mauricio Godinho Delgado - J. em 26/04/2023:

“A Administração Pública deve demonstrar que exerceu, adequadamente, o seu dever fiscalizatório, não podendo ocorrer a sua responsabilização sem a devida comprovação.”

Da Necessidade de Anulação da Multa

Ante o exposto, conclui-se que a multa administrativa aplicada pelo MTE é indevida, uma vez que não há previsão legal que justifique a cobrança no caso concreto. Ademais, a conduta administrativa violou os princípios constitucionais da legalidade, razoabilidade, contraditório e ampla defesa.

III - Dispositivo

Diante de todo o exposto e com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, voto pela PROCEDÊNCIA do pedido formulado pela Requerente, para declarar a nulidade da multa administrativa aplicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com a consequente suspensão de sua exigibilidade.

Condeno o Requerido ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 10% sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 85 do Código de Processo Civil.

É como voto.

[Cidade/UF], [data]

[Nome do Magistrado]

Juiz(a) do Trabalho


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