Modelo de Ação de Cobrança por Suspensão Indevida de Vencimentos de Servidor Público Durante Prisão Cautelar

Publicado em: 11/12/2024 AdministrativoProcesso CivilConstitucional
Modelo de petição inicial para Ação de Cobrança proposta por servidor público contra pessoa jurídica de direito público, visando o pagamento de vencimentos suspensos durante período de afastamento motivado por prisão cautelar. A petição fundamenta-se na Constituição Federal, Lei nº 8.429/92 e jurisprudências que garantem o direito à presunção de inocência e à irredutibilidade de vencimentos, além de requerer a condenação do réu ao pagamento dos valores devidos, acrescidos de juros, correção monetária, honorários advocatícios e custas processuais.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE [LOCALIDADE]

[Localidade], [Data]

PREÂMBULO

[Nome completo do autor], brasileiro(a), [estado civil], [profissão], portador(a) do CPF nº [número] e RG nº [número], residente e domiciliado(a) à [endereço completo], endereço eletrônico [e-mail], por intermédio de seu advogado(a), com endereço profissional à [endereço completo do advogado], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência propor a presente:

AÇÃO DE COBRANÇA

Em face do [Nome completo do réu], pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o nº [número], com sede à [endereço completo], pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

DOS FATOS

O autor é servidor público do [órgão público], exercendo o cargo de [cargo], tendo ingressado no serviço público em [data de ingresso]. Em [data], o autor foi afastado de suas funções em razão de prisão cautelar, decorrente de acusação no âmbito da Lei Maria da Penha.

Durante o período de afastamento, os vencimentos do autor foram suspensos, sob o fundamento de que a prisão cautelar justificaria a interrupção do pagamento. No entanto, a Constituição Federal de 1988, bem como a Lei Federal 8.429/92, asseguram ao servidor público a percepção de seus vencimentos, mesmo em casos de afastamento, até que haja decisão judicial transitada em julgado que determine sua demissão ou outra penalidade.

Após o término da prisão cautelar, o autor foi reintegrado às suas funções, mas não recebeu os valores correspondentes ao período em que esteve afastado. Tal situação configura violação dos princípios constitucionais da presunção de inocência e da irredutibilidade de vencimentos.

DO DIREITO

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, LVII, estabelece o princípio da presunção de inocência, segundo o qual ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Assim, o afastamento do autor de suas funções, em razão de prisão cautelar, não poderia justificar a suspensão de seus vencimentos, pois tal medida viola diretamente esse princípio.

Além disso, o art. 37, XV, da CF/88, assegura a irredutibilidade de vencimentos aos servidores públicos, salvo nos casos previstos em lei. A suspensão dos salários do autor durante o período de prisão cautelar configura, portanto, uma afronta a ess"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

VOTO

Trata-se de ação de cobrança proposta por servidor público em desfavor de pessoa jurídica de direito público, pleiteando o recebimento dos vencimentos suspensos durante o período em que esteve afastado de suas funções em razão de prisão cautelar.

A controvérsia reside na suspensão dos vencimentos do autor, sob o argumento de que a prisão cautelar justificaria a interrupção do pagamento, em contrariedade aos princípios constitucionais da presunção de inocência (art. 5º, LVII, da Constituição Federal de 1988) e da irredutibilidade de vencimentos (art. 37, XV, da Constituição Federal de 1988).

DA FUNDAMENTAÇÃO

1. Dos princípios constitucionais aplicáveis

A Constituição Federal assegura, no art. 5º, LVII, o princípio da presunção de inocência, determinando que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Assim, a suspensão dos vencimentos do autor, durante a prisão cautelar, viola diretamente tal garantia, pois a prisão cautelar não equivale a condenação.

Ademais, o art. 37, XV, da Constituição Federal, estabelece o princípio da irredutibilidade de vencimentos aos servidores públicos, salvo nos casos previstos em lei. A interrupção no pagamento dos vencimentos do autor configura afronta a essa disposição constitucional, uma vez que não há previsão legal que autorize a suspensão de pagamentos no caso em questão.

2. Da legislação infraconstitucional

A Lei Federal 8.429/92, em seu art. 20, §1º, estabelece que o afastamento do servidor público de suas funções não implica na suspensão do pagamento de seus vencimentos. Tal dispositivo reforça que o autor deveria ter recebido regularmente seus vencimentos durante o período de afastamento.

3. Da jurisprudência

A jurisprudência pátria é firme no sentido de reconhecer o direito dos servidores públicos ao recebimento de seus vencimentos durante o afastamento por prisão cautelar, conforme precedentes:

  • TJSP (3ª Turma da Fazenda Pública) - "Suspensão do pagamento dos vencimentos fundada no art. 70 da Lei Estadual 10.261/1968, declarada inconstitucional por violar os princípios da não culpabilidade e da irredutibilidade da remuneração."
  • TJSP (11ª Câmara de Direito Público) - "Reconhecido o direito do autor de haver vencimentos no período que mediou entre seu afastamento e sua readmissão ao serviço público."

4. Da análise hermenêutica

A interpretação sistemática e teleológica dos dispositivos legais e constitucionais leva à conclusão de que a suspensão dos vencimentos do autor, mesmo diante da prisão cautelar, não encontra amparo jurídico. A Constituição Federal e a legislação infraconstitucional estabelecem um equilíbrio entre a proteção ao erário público e a preservação dos direitos fundamentais do servidor público, dentre eles, a presunção de inocência e a irredutibilidade de vencimentos.

DO DISPOSITIVO

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, voto pela procedência do pedido inicial, para:

  1. Reconhecer o direito do autor ao recebimento dos vencimentos suspensos durante o período de afastamento decorrente de prisão cautelar;
  2. Determinar que o réu efetue o pagamento dos valores devidos, acrescidos de juros e correção monetária, conforme índices oficiais;
  3. Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios fixados em [percentual ou valor].

É como voto.

[Localidade], [Data]

___________________________

[Nome do Magistrado]
Juiz(a) de Direito

### Estrutura do Voto O voto foi estruturado com base nos fatos apresentados no documento jurídico, interpretando os fundamentos constitucionais e legais, e apresenta uma conclusão fundamentada com base na Constituição Federal de 1988, legislação infraconstitucional e jurisprudências aplicáveis. A decisão foi pela procedência do pedido, com a condenação do réu ao pagamento dos valores devidos ao autor.


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