Modelo de Ação de Despejo por Inadimplemento de Aluguel com Discussão sobre Cláusula de Arbitragem

Publicado em: 25/09/2024 CivelProcesso CivilConsumidor Direito Imobiliário
Apresentação de alegações finais em ação de despejo movida pela Quinto Andar Administração de Imóveis Ltda. contra o inquilino inadimplente, com discussão acerca da validade da cláusula compromissória de arbitragem prevista no contrato de locação. A peça aborda a inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor à relação jurídica, fundamenta-se na Lei do Inquilinato e na Lei de Arbitragem e apresenta jurisprudências relevantes que reforçam a competência do Juízo Arbitral. Ao final, requer a procedência da ação, a validade da cláusula compromissória, a condenação do requerido aos pagamentos devidos, além das custas processuais e honorários advocatícios.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE __________

Processo nº __________

QUINTO ANDAR ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS LTDA., já qualificada nos autos, move a presente AÇÃO DE DESPEJO em face de [NOME DO REQUERIDO], também devidamente qualificado, por intermédio de seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas

ALEGAÇÕES FINAIS

nos termos do artigo 364 do Código de Processo Civil (CPC/2015), pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

DOS FATOS

Trata-se de ação de despejo movida pela empresa Quinto Andar, em razão do inadimplemento do aluguel referente ao mês de março de 2024. O Requerido alega que, nos meses de janeiro a março do corrente ano, houve um acordo entre as partes para redução do valor do aluguel. Contudo, no mês de março, o boleto foi emitido com o valor integral, o que levou o Requerido a não efetuar o pagamento.

Além disso, o Requerido questiona a validade da cláusula compromissória de arbitragem constante no contrato de locação, sob o argumento de que se trata de um contrato de adesão e que a cláusula impõe ônus excessivo ao consumidor, parte vulnerável na relação jurídica. Fundamenta sua alegação no artigo 51, inciso VII, do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990).

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que a relação jurídica em questão é regida pela Lei do Inquilinato (Lei 8.245/1991) e não pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990). A jurisprudência pátria tem reiteradamente decidido que as relações de locação não configuram relação de consumo, salvo em situações excepcionais, o que não é o caso dos autos.

Ademais, a cláusula compromissória de arbitragem foi inserida no contrato de locação de forma clara, destacada e com a devida assinatura do locatário, em conformidade com o artigo 4º da Lei de Arbitragem (Lei 9.307/1996). Não há qualquer indício de que o Requerido tenha sido coagido ou colocado em situação de desvantagem extrema ao assinar o contrato.

O artigo 51, inciso VII, do Código de Defesa do Consumidor, invocado pelo Requerido, não se aplica ao presente caso, uma vez que a relação jurídica não é de consumo. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) é pacífica ao afirmar que a competência para analisar a validade, existência e eficácia da cláusula compromissória é do Juízo Arbitral, conforme o princípio da kompetenz-kompetenz.

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

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RELATÓRIO

Examina-se a presente Ação de Despejo ajuizada por QUINTO ANDAR ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS LTDA., em face de [NOME DO REQUERIDO], com base no inadimplemento do aluguel referente ao mês de março de 2024. O Requerido, em contrapartida, argumenta que havia um acordo verbal entre as partes sobre a redução do valor do aluguel, além de questionar a validade da cláusula compromissória de arbitragem constante no contrato de locação.

O cerne da controvérsia recai sobre a validade da cláusula compromissória de arbitragem e a procedência ou improcedência do pedido de despejo, considerando os fundamentos legais e constitucionais aplicáveis.

FUNDAMENTAÇÃO

Dos Fatos e da Questão Jurídica

Inicialmente, verifica-se que a relação jurídica entre as partes é disciplinada pela Lei do Inquilinato ( Lei 8.245/1991), considerando que se trata de contrato de locação residencial. A aplicação do Código de Defesa do Consumidor ( Lei 8.078/1990), alegada pelo Requerido, mostra-se inaplicável, uma vez que a relação locatícia não configura relação de consumo, conforme entendimento jurisprudencial consolidado.

A cláusula compromissória de arbitragem presente no contrato de locação foi redigida de forma clara e destacada, com a devida anuência do locatário. Ademais, não há elementos que demonstrem qualquer vício de consentimento ou desequilíbrio contratual que torne a cláusula abusiva, em conformidade com o artigo 4º da Lei de Arbitragem ( Lei 9.307/1996).

Do Direito Aplicável

Conforme o princípio da kompetenz-kompetenz, previsto na Lei de Arbitragem, a competência para analisar a validade, existência e eficácia da cláusula compromissória é do Juízo Arbitral. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) é pacífica nesse sentido.

Por outro lado, o inadimplemento do Requerido quanto ao aluguel do mês de março de 2024 constitui fundamento suficiente para respaldar o pedido de despejo, tendo em vista que o contrato de locação foi firmado de maneira regular e não há comprovação de acordo para redução do valor do aluguel no período mencionado.

Fundamento Constitucional

Nos termos do artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, a decisão judicial deve ser fundamentada. Assim, este voto fundamenta-se nos princípios constitucionais da segurança jurídica, da boa-fé objetiva e na observância do devido processo legal.

Ademais, o direito de propriedade, consagrado no artigo 5º, inciso XXII, da Constituição Federal, autoriza o proprietário ou locador a reaver o imóvel em caso de descumprimento contratual por parte do locatário.

DISPOSITIVO

Ante o exposto, com base nos fatos e fundamentos legais e constitucionais supracitados, voto no sentido de JULGAR PROCEDENTE a presente ação de despejo, pelos seguintes motivos:

  • Reconheço a validade da cláusula compromissória de arbitragem constante no contrato de locação, em conformidade com a Lei 9.307/1996;
  • Decreto o despejo do Requerido, determinando a desocupação do imóvel no prazo legal;
  • Condeno o Requerido ao pagamento dos aluguéis vencidos, devidamente corrigidos, além dos encargos contratuais;
  • Condeno o Requerido ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 10% sobre o valor da causa, nos termos do artigo 85 do CPC/2015.

Por fim, determino que todas as comunicações e intimações sejam realizadas em nome do advogado subscritor da inicial, sob pena de nulidade, nos termos do artigo 272, §5º, do CPC/2015.

É como voto.

CONCLUSÃO

Decido, portanto, pelo conhecimento do recurso interposto e pela procedência da ação de despejo, nos termos do voto supra.

[Local], [Data]

[NOME DO MAGISTRADO]

Juiz(a) de Direito


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Defesa apresentada no âmbito de processo arbitral, solicitando a suspensão do procedimento com base no art. 313, inciso V, alínea "a", do CPC/2015, devido à existência de questão prejudicial em trâmite no Juizado Especial Cível. O documento aborda a validade da cláusula compromissória de arbitragem em contrato de locação, a aplicação do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e a inclusão indevida do nome do requerido em cadastros de inadimplentes. Fundamenta-se na Lei de Arbitragem, na doutrina do princípio da Kompetenz-Kompetenz e em jurisprudências correlatas, pleiteando a garantia do devido processo legal e da segurança jurídica.

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Modelo completo de petição inicial para propositura de Ação de Despejo por falta de pagamento cumulada com cobrança, destinada à retomada de imóvel residencial em razão de inadimplemento contratual da locatária. O documento contém pedido de concessão de liminar para desocupação em 15 dias, com dispensa de caução, fundamentado na Lei 8.245/1991 (Lei do Inquilinato), além de pleito de condenação ao pagamento de alugueres, encargos vencidos e vincendos, custas, honorários advocatícios e demais cominações legais. Inclui qualificação das partes, exposição detalhada dos fatos, fundamentos jurídicos, jurisprudência recente, requerimento de provas e especificação do valor da causa. Documento adequado para uso em processos de despejo por inadimplência em contratos residenciais, especialmente quando não há garantia ou o valor da garantia foi superado pelo débito.

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Publicado em: 21/03/2025 CivelProcesso CivilConsumidor Direito Imobiliário

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